O gerencialismo na escola: desafios à discricionariedade docente
DOI:
https://doi.org/10.53660/CLM-211-223Palavras-chave:
Gerencialismo, Discricionariedade Docente, Burocracia de Nível de RuaResumo
Por ocasião da 40ª Reunião Nacional da ANPEd (2021), propusemos uma discussão acerca da influência do gerencialismo na discricionariedade docente e, a partir de tal estudo, ampliamos a discussão que ora se configura, objetivando discutir as relações entre o gerencialismo e o espaço discricionário docente. O cenário político que atravessa nossa discussão é a crise do capitalismo dos últimos anos do século XX, culminando na implementação de um modelo de administração pública gerencial, a partir de 1995, na tentativa de substituição à administração burocrática. Nossa discussão evidencia o gerencialismo na educação, relacionando-o ao espaço discricionário do professor, frente aos imperativos da Nova Gestão Pública (NGP). Para isso, utilizamos a revisão da literatura e encontramos na teoria de Lispky (1980) - Street-level Bureaucracy – o alicerce para o debate sobre o professor como burocrata de nível de rua. Concluímos que a discricionariedade docente encontra seus espaços ainda que em meio a panorama de aumento da regulamentação e as restrições à sua prática.
Downloads
Referências
ABRUCIO, Fernando Luiz. O impacto do modelo gerencial na administração pública: um
breve estudo sobre a experiência internacional recente. Cadernos ENAP. Brasília: Escola
Nacional de Administração Pública (ENAP), n. 10, 1997. Disponível em: https://repositorio.enap.gov.br/handle/1/556. Acesso: 03/01/2022.
BERNADO, Elisangela da Silva. Ciclo(s) e Formação Continuada de Professores: as
perspectivas macro e mesossocial de análise de uma gestão educacional. Revista
Internacional de Formação de Professores, v. 4, p. 186-207, 2019. Disponível em: https://periodicos.itp.ifsp.edu.br/index.php/RIFP/article/view/1422. Acesso: 14/12/2021
BERNADO, Elisangela da Silva; CHRISTOVÃO, Ana Carolina. Tempo de Escola e Gestão Democrática: o Programa Mais Educação e o IDEB em busca da qualidade da educação. Educação & Realidade, v. 41, p. 1113-1140, 2016. Disponível em: https://www.scielo.br/j/edreal/a/k4npT6d8BGLT8rYL3z9nR5R/abstract/?lang=pt. Acesso: 17/12/2021.
BRESSER PEREIRA, Luiz Carlos. Uma resposta estratégica aos desafios do capitalismo
global e da democracia. In: BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
Balanço da reforma do Estado no Brasil: a nova gestão pública. Brasília: Seminário de 6 a 8
de agosto de 2002, p. 29-35. Disponível em: http://www.bresserpereira.org.br/papers/2002/02.Desafios_do_capitalismo_Global.pdf. Acesso: 15/12/2021.
COSTA FILHO, José Vinicius da; COSTA, Lyssa; COSTA, José Vinicius da. PRÁTICA DOCENTE E BUROCRACIA DE NÍVEL DE RUA: UM DIÁLOGO INTERDISCIPLINAR PROMISSOR. Revista Prática Docente, v. 3, n. 1, p. 316-333, 2018. Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Jose-Costa-Filho/publication/326005124_PRATICA_DOCENTE_E_BUROCRACIA_DE_NIVEL_DE_RUA_UM_DIALOGO_INTERDISCIPLINAR_PROMISSOR/links/5b35c3994585150d23e0947e/PRATICA-DOCENTE-E-BUROCRACIA-DE-NIVEL-DE-RUA-UM-DIALOGO-INTERDISCIPLINAR-PROMISSOR.pdf. Acesso: 21/12/2021.
FROSTENSON, Magnus. Lärarnas avprofessionalisering och autonomins mångtydighet
[Teacher de-professionalization and the ambiguity of autonomy]. Nordiske
Organisasjonsstudier. 2012; 49-78. Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Jeppe-Nielsen/publication/255686177_Besnaerende_Teknologi/links/5d8204f4458515cbd195a76e/Besnaerende-Teknologi.pdf#page=49. Acesso: 15/12/2021.
HILL, Michael. The policy process: a reader. Hertforsdhire: Harvester Wheatsheaf, 1993.
LAVAL, Christian. Novo Capitalismo e Educação. In: LAVAL, Christian. A escola não é
uma empresa: o neoliberalismo em ataque ao ensino público. São Paulo: Boitempo, 2019.
MAYNARD-MOODY, Steven; MUSHENO, Michael. Cops, teachers, counselors: narratives
of street-level judgment. 1 ed. Ann Arbor: University of Michigan Press, 2003.
MOLANDER, Anders; TERUM, Lars Inge; SMEBY, Jens-Christian. Profesjonsstudier. (s.
-54). Oslo: Universitetsforlaget, 2008.
MUYLAERT, Naira da Costa. Diretores escolares: burocratas de nível de rua ou médio escalão?. Revista Contemporânea de Educação, v. 14, n. 31, p. 84-103, 2019. Disponível: https://revistas.ufrj.br/index.php/rce/article/view/25954. Acesso: 10/12/2021.
LIPSKY, Michael. Street-level Bureaucracy. Dilemmas of the individual in public services.
Russell Sage Foundation, New York, 1980.
MAXCY, Spencer. Educational Leadership: A Critical Pragmatic Perspective. The aesthetics
of coherentism. Journal of Educational Administration, New York: Bergin and Garvey, 1991. Disponível em: https://eric.ed.gov/?id=ED350650. Acesso: 29/11/2021.
OLIVEIRA, Dalila Andrade. Nova gestão pública e governos democrático-populares: contradições entre a busca da eficiência e a ampliação do direito à educação. Educação & Sociedade, v. 36, n. 132, p. 625-646, 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/j/es/a/NvQbjcqWFMxgRfLCTr3CLCJ/?format=pdf&lang=pt. Acesso: 22/12/2021.