Da Meningite tuberculosa
PDF

Como Citar

1.
Pestana BR. Da Meningite tuberculosa. Rev Inst Adolfo Lutz [Internet]. 16º de janeiro de 1941 [citado 30º de abril de 2024];1(1):40-54. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/RIAL/article/view/33054

Resumo

O autor encontrou o bacilo de Koch em 172 líquidos cefalorraquidianos, dos quais 102 revelaram o bacilo no exame direto e 70 em cultura. Os últimos foram de exame direto negativo; com o emprego do método de cultura conseguiu, portanto, o autor mais 40 % de resultados positivos do que só por exame direto. De 124 líquidos semeados, obteve cultura de 108 em meio de ágar sangue, 93 em meio de ágar chocolate e 81 em meio de Loewenstein. O meio de Agar sangue de coelho foi o que maior número de culturas deu, tanto para o tipo bovino como para o humano, (91,1 %) vindo depois o Agar chocolate (85,3%) e, em terceiro lugar, o meio de Loewenstein (65,3 0/0) seguido do de Petragnani (25,0 %). O meio de Loewenstein sem glicerina e sem o verde de malaquita deu maior porcentagem de resultados positivos (88,2 %) do que com glicerina (65,3 %). O meio de Agar sangue de coelho além dos resultados superiores já mencionados acima, tem a vantagem de sua simplicidade e facilidade de obtenção em laboratório. As pesquisas do autor foram feitas para experimentar diversos meios de cultura para o isolamento do bacilo de Koch e para verificar a frequência do tipo bovino em S. Paulo. Isolou 16 vezes o bacilo bovino, que foi identificado pelos seus caracteres culturais e por ser patogênico para coelho, em injeções venosas, produzindo tuberculose generalizada. Algumas colônias, disgônicas, atípicas e duvidosas do bacilo humano, foram inoculadas em coelhos, produzindo somente pequenas lesões no pulmão e fígado. A porcentagem do tipo bovino achada pelo autor foi de 13,2 % para o total de casos em que obteve culturas, não sendo tão elevada como tem sido encontrada por outros autores em diversos países. Nas crianças de menos de 10 anos, foi de 14,8 % para o total de casos em que obteve cultura. Acha o autor não ser tão rara entre nós a meningite tuberculosa, sendo que ela é diagnosticada como outra moléstia, como acontece com os casos que são removidos para o Hospital de Isolamento. Os casos removidos para esse Hospital vêm com o diagnóstico de Meningite (27 %), Meningite cérebro- espinhal (45 %), ou de Febre tifóide (2'8 %). Estudou os 166 casos de Meningite tuberculosa, confirmados por exame direto ou cultura, entrados no Hospital "Emílio Ribas", sendo que 90 % são de brasileiros. Do total dos casos 50,6 % eram do sexo masculino e 49,4 % do feminino, sendo que nas crianças predomina nas do sexo feminino. A porcentagem de crianças de 0 a 5 anos foi de 37,7 %; de 5 a 10 anos 20,4 % e em maiores de 10 anos de 40,9%. A porcentagem de casos em crianças abaixo de 10 anos foi de 58,4 %. Não foi possível ao autor obter informes a respeito do contágio, dos casos em que isolou bacilo bovino, porem, deve-se atribuir ao leite que abastece a cidade, pois 40 % das vacas são tuberculosas, tendo sido o bacilo de Koch isolado do leite pelo autor e por A. Melo e N. Mastrofrancisco, da Indústria Animal. 

https://doi.org/10.53393/rial.1941.1.33054
PDF

Referências

1. BENZANÇON, F. e Buc, E. - 1931 - Présse Medicai, 39, 1493.

2. BENZANÇON e GRIFFIN - 1899 - Comp. Rend. Soe. Biol., 51, 71

3.BLACKLOCK, Johhn e GRIFFIN, Mary A. - 1935 - Journ. Pathoiogy and Bacterioiogy, 40, DRT.

4. BUC, E. - 1930 - Compt. Ren. Soe. Biol., 103, 220. CERRUTI - 1932 - Journ. Trop. Med., 35, 157.

5. CORPER, H. J. - 1928 - Journ Am. Med. Assoe., 91, 371. CORPER, H. J. - 1932 - Journ. Am. Med. Assoc., 99, 1315.

6. CLOUGH - 1918 - Am. Rev. Tuberc.,_ 1, 598. .,

7.COSTIL, L. e SAENS, H. - 1936 - Monographie de I'Institut Pasteur, Masson, Paris.

8. DE SANTES, Momaid e NATOLI, F. - 1938 - Zentr. f. Bakt. Ref., 130, 108,

9. GALTON, M. - 1937 - Amer. Journ. of Hygiene, 26, 259.

10. GERNEZ, Ch., CRAMPON, P. e GRAUX - 1938 - Compt. Rend. Soc. Biol., 128, 1141.

11. GOSLJNG e MONTANUS - 1924 - Journ. of Med. Research, 44, 13.

12. GRIFFITH, A. S. - 1932 - Journ. Pathoiogy and Bacterioiogy, 35, 97.

13. GRIFFITH, A. S. - 1934 - Lancet, I, 1382.

14. GRIFFITH, A. S. e MuNRO, W. T. - 1933 - Lancet, I, 399.

15. GRIFFITH, A. S. e EMITH, J. - 1938 - Lancet, I, 739.

16. HERROLD, R. D. - 1931 - Journ. Inf. Diseases, 48, 236.

17. HOHN, J. 1926 - Munch. Med. Woch., 73, 2162.

18. HOHN, J. - 1926 -J Zentr. f. Bakt. I Orig., 98, 460 . .

19. JENSEN, K. - 1932 - Zentr. f. Bakt. I Orig., 125, 222.

20. LAVGE, L. - 1932 - Zentr. f. Bakt. I Orig., 127, 10. :

21. LESNÉ, E., SAENZ, A.. SALEMBIER, M e COSTIL, L. _- 1936 - Buli. de I' Academie de Médicine, 116, 373.

22. LOEWENSTEIN, - 1930 - Deut. Med. Woch., 56, 1010.

23. MELLO, A. e MASTJWFRANCISCO, N. - 1938 - Rev. Ind. Animal, 1, 1938.

24. MAc NABRE e BROWN, M. - 19315-36 - Sith Annuai Year Book - Ainerican P'ubl. Heaith Assoe., p. 188.

25. MISHUIJOW, L. - 1932 - Journ. Inf. Diseases, 51, 416.

26. MISHULOW, L., RONANO, M. MELMAN, M. e KERESZTURE, C. - t934 - Journ. of Inf. Diseases, 55, 402.

27. MISHULOW, L., REAVIN, Sadie - 1940 - Journ. Lab. and Ciin. Med., 25, 876.

28. MISHULOW, L., SINGER, SIEGEL, MELMAN e ROMANO - 1935 - Journ. Lab. and Clin. Med., 20, 1063.

29. MUNRO, W. T. e SOOTT, H. VTCF - The Lancet. I, 293.

30. PARK, W. e KRUMWIED- 1910 - Journ. of Med. Research, 205.

31. SAENZ, A. - 1939 - Paris Medicai, 25, 536. ,

32. SQUIBEL, Amancio C. - 1937 - Publicação da Secretaria da Agricultura.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 1941 Bruno Rangel Pestana

Downloads

Não há dados estatísticos.