A relação entre o risco de expropriação de acionistas minoritários e os níveis diferenciados de governança corporativa

Autores

  • Mirian Mara Batista da Silva Universidade Federal de Minas Gerais
  • Laura Edith Taboada Pinheiro Universidade Federal de Minas Gerais
  • Fernanda Alves Cordeiro Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-8077.2021.e65550

Resumo

Esta pesquisa objetivou investigar se os níveis diferenciados de governança corporativa impactam na redução do risco de expropriação de acionistas minoritários das empresas listadas na B3 no período de 2010 a 2016. Como na literatura nacional e internacional se observa a mensuração da expropriação de minoritários através de variáveis isoladas, estas proxies foram relacionadas e agrupadas, através de Análise Fatorial, em quatro índices de expropriação. Foi realizado um teste de médias de Mann-Whitney, na amostra composta por 192 empresas divididas em Tradicional e nos níveis diferenciados de governança corporativa. As evidências deste estudo permitem concluir que o enquadramento das empresas em níveis diferenciados da B3 não é fator imprescindível para menor exposição ao risco de expropriação, mas uma vez que organizações pertencem a tais níveis há sugestão do decréscimo deste risco à medida que aumenta o nível de governança, exceto para o índice de intangibilidade.

Biografia do Autor

Mirian Mara Batista da Silva, Universidade Federal de Minas Gerais

Doutoranda em Controladoria e Contabilidade e Mestre em Controladoria e Contabilidade pela Universidade Federal de Minas Gerais. Possuo graduação em Engenharia Eletrônica, Elétrica e de Telecomunicação pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

Laura Edith Taboada Pinheiro, Universidade Federal de Minas Gerais

Doutora em Contabilidade e Finanças e Mestre em Contabilidade Internacional pela Universidad de Zaragoza e Contadora pela Universidad Nacional del Litoral. Atualmente é Professora Associada da Universidade Federal de Minas Gerais. Atua como professora e pesquisadora do Centro de Pós-Graduação e Pesquisas em Controladoria e Contabilidade - CEPCON da UFMG. É responsável por disciplinas da área de Contabilidade Financeira e Auditoria. Suas linhas de pesquisa tem se centralizado em Contabilidade Financeira, Análise de Informação Financeira e Auditoria. Publicou vários artigos em periódicos e em eventos científicos nacionais e internacionais. É editora científica da revista Contabilidade Vista & Revista e membro do corpo editorial e revisora de várias revistas científicas. Foi coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Controladoria e Contabilidade da UFMG de 2012 a 2016. 

Fernanda Alves Cordeiro, Universidade Federal de Minas Gerais

Doutoranda em Controladoria e Contabilidade pela Universidade Federal de Minas Gerais, Mestre em Controladoria e Contabilidade pela Universidade Federal de Minas Gerais, Bacharel em Estatística  pela Universidade Federal de Minas Gerais (2008). Possui experiência na área de Probabilidade e Estatística, com ênfase em Probabilidade e Estatística Aplicadas, Modelos Autorregressivos Vetoriais (VAR) e Testes Não-Paramétricos. Realizou consultorias no Banco Central do Brasil, sede em Belo Horizonte, e possui experiência no ensino de disciplinas relacionadas a Métodos Quantitativos, como Estatística, Matemática e Raciocínio Logico.

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Publicado

2022-01-06

Como Citar

Silva, M. M. B. da ., Pinheiro, L. E. T., & Cordeiro, F. A. (2022). A relação entre o risco de expropriação de acionistas minoritários e os níveis diferenciados de governança corporativa. Revista De Ciências Da Administração, 23(61), 80–90. https://doi.org/10.5007/2175-8077.2021.e65550