O Caminhar Feminino à noite: a influência da conectividade viária e composição sociodemográfica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.46421/singeurb.v3i00.1122

Palavras-chave:

Caminhabilidade, Sintaxe Espacial, Gênero

Resumo

A caminhada é essencial para a saúde de populações urbanas. O ambiente construído e a conectividade viária são entendidos como preditores da caminhada. Esta relação é pouco explorada considerando o gênero. Ainda, a noite é um impeditivo para a caminhada das mulheres. Assim, este estudo teve como objetivo verificar a influência da conectividade viária e características sociodemográficas das mulheres sobre sua escolha de caminhar à noite. Considerando um Estudo de Caso, uma regressão logística binaria foi modelada explicando uma mulher caminhar à noite ou não em função da conectividade mensurada pela integração r1200, renda, idade e desemprego. Os resultados indicam que o desemprego, renda mais alta e a idade avançada diminuem as razões de chance de mulheres caminharem a noite. Por outro lado, áreas com maiores níveis de integração apresentaram maior deslocamento desta população à noite. Conclui-se que mesmo provenientes de áreas de menor renda possivelmente menos integradas e sofrendo com diversas barreiras sociais como medo da violência do crime, entende-se que mulheres tendem a caminhar à noite por necessidade. Este estudo tem o potencial de contribuir com o aprimoramento de políticas públicas que busquem aumentar a equidade de acesso aos espaços públicos considerando o gênero.

Biografia do Autor

Ana Luiza Favarão Leão, Universidade Estadual de Londrina

Mestrado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Estadual de Londrina. Doutoranda no Programa Associado UEM/UEL em Arquitetura e Urbanismo (Londrina-PR, Brasil).

Laís Regina Lino, Universidade Estadual de Londrina

Graduação em Arquitetura e Urbanismo na Universidade Estadual de Londrina. Mestranda no Programa Associado UEM/UEL em Arquitetura e Urbanismo (Londrina - PR, Brasil).

Milena Kanashiro, Universidade Estadual de Londrina

Pós-doutorado PosARQ/UFSC; Doutorado pela UFPR em Meiro Ambiente e Desenvolvimento. Docente do Programa de Pós-Graduação Associado UEM/UEL em Arquitetura e Urbanismo (Londrina-PR)

Referências

ADLAKHA, D.; PARRA, D. C. Mind the gap: Gender differences in walkability, transportation and physical activity in urban India. Journal of Transport & Health, v. 18, p. 1–10, 2020.

ALI, Kamran Asdar. Women, work and public spaces: Conflict and coexistence in Karachi's poor neighborhoods. International Journal of Urban and Regional Research, v. 36, n. 3, p. 585-605, 2012.

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE TRANSPORTES PÚBLICOS - ANTP. Sistema de Informações da Mobilidade Urbana: Relatório geral 2016. ANTP, v. 1, n. 1, p. 1–110, 2018. Disponível em: <http://files.antp.org.br/simob/simob-2016-v6.pdf>. Acesso em: 3/5/2021.

BAUER, M. J.; ROTTUNDA, S.; ADLER, G. Older Women and Driving Cessation. Qualitative Social Work, v. 2, n. 3, p. 309–325, 2003.

CLIFTON, K. J.; LIVI, A. D.; PARK, C. Gender Differences in Walking Behavior, Attitudes About Walking, and Perceptions of the Environment in Three Maryland Communities. In: Research on Women’s Issues in Transportation, Vol. 2. p. 79-88,. 2005. Washington, D.C.:

CHANT, Sylvia; MCILWAINE, Cathy. Cities, slums and gender in the global south: Towards a feminised urban future. Routledge, 2015.

CERVERO, R.; DUNCAN, M. Walking, Bicycling, and Urban Landscapes : Evidence From the San Francisco Bay Area. American Journal of Public Health |, v. 93, n. 9, p. 1478–1483, 2003.

CLIFTON, Kelly J.; DILL, Jennifer. Women's travel behavior and land use: Will new styles of neighborhoods lead to more women walking? In: Transportation research board conference proceedings. 2005.

DEPTHMAPX DEVELOPMENT TEAM. depthmapX : visual and spatial network analysis software. Disponível em: <https://github.com/SpaceGroupUCL/depthmapX/>. Acesso em: 3/5/2021.

ELLIS, G. et al. Connectivity and physical activity: using footpath networks to measure the walkability of built environments. Environment and Planning B: Planning and Design, v. 42, n. 1, p. 1–22, 2015.

FAGAN, C.; TRUDEAU, D. Education and Research Empowerment by Design? Women’s Use of New Urbanist Neighborhoods in Suburbia. Journal of Planning Education and Research, v. 34, n. 3, p. 325–338, 2014.

FRANK, L. D. et al. The development of a walkability index: application to the Neighborhood Quality of Life Study. British journal of sports medicine, v. 44, n. 13, p. 924–933, 2009.

GIANNOTTI, M. A.; ANDRADE, M. H.; HARKOT, M. K.; SANTORO. P. F. Gênero e andar a pé: A qualidade do ambiente construído incentiva igualmente mulheres e homens a caminhar? In: ANDRADE, V.; LINKE, C. C. (org.). Cidade de pedestres: A caminhabilidade no Brasil e no mundo. 1. Ed. Babilonia, 2017. p. 129.

GIL, J. Space Syntax Toolkit for QGIS. 2015. Disponível em: <https://github.com/SpaceGroupUCL/qgisSpaceSyntaxToolkit>. Acesso em: 13/3/2021.

GOLAN, Y.; HENDERSON, J.; WILKINSON, N. L.; et al. Gendered walkability: Building a daytime walkability index for women. Journal of Transport and Land Us, v. 12, n. 1, p. 501–526, 2019.

GREGG, E. W.; CAULEY, J. A.; STONE, K.; et al. Relationship of Changes in Physical Activity and Mortality among Older Women. Journal of the American Medical Association, v. 289, n. 18, p. 2379–2386, 2003.

HAJRASOULIHA, A.; YIN, L. The impact of street network connectivity on pedestrian volume. Urban Studies, v. 52, n. 13, p. 2483–2497, 2015.

HAYDEN, D. What would a nonsexist city be like? Speculations on housing, urban design and human work. Ekistics, v. 52, n. 310, p. 99–107, 1985.

HILLIER, B. Space is the machine: A configurational theory of architecture. London: Press Syndicate of the University of Cambridge, 1996. v. 18

HILLIER, B.; HANSON, J. The social logic of space. 1. ed. Cambridge, UK: Cambridge university press, 1984.

HILLIER, Bill; SAHBAZ, Ozlem. Safety in numbers: high-resolution analysis of crime in street networks. In: The urban fabric of crime and fear. Springer, Dordrecht, 2011. P. 111-137.

HODGSON, F. Everyday connectivity: Equity, technologies, competencies and walking. Journal of Transport Geography, v. 21, p. 17–23, 2012.

Downloads

Publicado

20/12/2021

Como Citar

LEÃO, A. L. F.; LINO, L. R. .; KANASHIRO, M. O Caminhar Feminino à noite: a influência da conectividade viária e composição sociodemográfica. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE GESTÃO E ENGENHARIA URBANA, 3., 2021. Anais [...]. Porto Alegre: ANTAC, 2021. p. 441–447. DOI: 10.46421/singeurb.v3i00.1122. Disponível em: https://eventos.antac.org.br/index.php/singeurb/article/view/1122. Acesso em: 5 maio. 2024.

Edição

Seção

Mobilidade e acessibilidade urbanas

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)