Por um primitivismo estratégico

um diálogo entre Eduardo Viveiros de Castro e Yuk Hui

Autores

DOI:

https://doi.org/10.46230/2674-8266-15-12664

Palavras-chave:

Antropoceno, Multiculturalismo, Multinaturalismo, Perspectivismo, Etnografia

Resumo

Neste diálogo com Yuk Hui, Eduardo Viveiros de Castro discute seu trabalho sobre o perspectivismo ameríndio e o multiculturalismo; a relação entre natureza, cultura e técnica em seus estudos etnográficos; bem como a necessidade de uma definição não antropológica de tecnologia. Também trata de um futuro assustador da crise ecológica e da automação do Antropoceno, além de explorar um “primitivismo estratégico” como ferramenta de sobrevivência.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Eduardo Viveiros de Castro​, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Doutor em Antropologia Social pela UFRJ (1984). Docente de etnologia no Museu
Nacional/UFRJ de 1978 a 2011. Professor titular de antropologia social na UFRJ desde janeiro de 2012. Membro da Equipe de Recherche en Ethnologie Américaniste do C.N.R.S. (hoje incorporada ao Laboratoire d'Ethnologie et Sociologie Comparative — CNRS/Nanterre) desde 2001. Simón Bolívar Professor of Latin American Studies na Universidade de Cambridge e membro de King's College/Cambridge (1997-98); Directeur de recherches no C.N.R.S. (1999-2001). Professor-visitante nas Universidades de Chicago (1991, 2004), Manchester (1994), USP (2003), UFMG (2005-06). Prêmio de melhor tese de doutorado em Ciências Sociais da ANPOCS (1984); Médaille de la Francophonie da Academia Francesa (1998); Prêmio Erico Vanucci Mendes do CNPq (2004); Ordem Nacional do Mérito Científico (2008); Doutor Honoris Causa pela Université de Paris Ouest Nanterre La Défense (2014) e
pela Universidad Nacional de Córdoba, Argentina (2019). Membro da Academia Brasileira de Ciências desde 2019.

Yuk Hui, Leuphana University Lüneburg

Estudou Engenharia da Computação, Teoria Cultural e Filosofia na Universidade de Hong Kong e no Goldsmiths College em Londres, com foco em filosofia da tecnologia. Atualmente é pesquisador associado do ICAM da Leuphana University Lüneburg. Yuk Hui é autor de
"Sobre a existência de objetos digitais" (prefaciado por Bernard Stiegler, Universidade
da Minnesota Press, março de 2016) e "The Question Concerning Technology
na China. Um Ensaio em Cosmotecnia" (Urbanômico, dezembro de 2016). 

Emanoel Pedro Martins Gomes, Universidade Estadual do Piauí (UESPI)

Doutor (2018) e Mestre (2013) em Linguística Aplicada pelo Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada (PosLA) da Universidade Estadual do Ceará (UECE). É Professor Adjunto I, da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), do Curso de Letras/Português, lotado no campus Prof. Barros Araújo, na cidade de Picos. Líder do Grupo de Pesquisa Núcleo de Estudos Críticos do Discurso e a Teoria Ator-Rede (NECTAR), ligado ao Centro de Ciências Humanas e Letras da UESPI, e Coordenador da Linha de Pesquisa Interinstitucional "Neoliberalismo e subjetividade: discursos e práticas da gestão de si?, com membros pesquisadores da UESPI, IFCE e IFPE, por meio da qual realiza anualmente o Projeto de Extensão Ciclo de Debates sobre Sociedades de Controle, Big Tech e Neoliberalismo. É membro cofundador do Coletivo Terral - movimento interinstitucional e transdisciplinar de pesquisadores, estudantes e comunidades acadêmicas que desde a pandemia de Covid-19 busca estabelecer conexões com intelectuais, artistas, pesquisadores/as interessados/as/es em compreender o contemporâneo, o aprofundamento do neoliberalismo como racionalidade subjetiva, o esfaçelamento da coletividade em função de processos individualizatórios, bem como as práticas sociais, discursivas, políticas e tecnológicas individualizatórias relacionadas à padronização da vida e ao consumismo predatório

Referências

FRASE, Peter. Quatro futuros: a vida após o capitalismo. Tradução de Everton Luis Lourenço. Revisão de Arthur Dantas Rocha São Paulo: Autonomia Literária, 2020.

HALLOWELL, Alfred Irving. “Ojibwa Ontology, Behaviour, and World View”. In: DIAMOND Stanley (ed). Culture in history: essays in honor of Paul Radin. New York: Columbia University Press, 1960, p. 49–82.

NEGRI, Toni; HARDT, Michael. Império. Tradução de Berilo Vargas. Rio de Janeiro: Record, 2001.

KARATANI, Kojin. The Structure of World History: from Modes of Production to Modes of Exchange. Translated by Michael K. Bourdaghs. Durham; London: Duke University Press, 2014. https://doi.org/10.1515/9780822376682

TSING, Anna; MATHEWS, Andrew; BUBANDT, Nils. Patchy Anthropocene: Landscape Structure, Multispecies History, and the Retooling of Anthropology. Current Anthropology v. 60, n. 20, p. 186-197, 2019. https://doi.org/10.1086/703391

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. And: after-dinner speech given at Anthropology and Science. The 5th Decennial Conference of the Association of Social Anthropologists of the UK and Commonwealth. Manchester Papers in Social Anthropology, n. 7. Manchester: Department of Social Anthropology, University of Manchester, 2003.

______. Metafísicas Canibais: elementos para uma antropologia pós-estrutural. São Paulo: Cosac & Naify, 2015.

______. Who’s afraid of the ontological wolf: Some comments on an ongoing anthropological debate. Cambridge Anthropology, v. 33, n. 1, p. 2–17, 2015. https://doi.org/10.3167/ca.2015.330102

Downloads

Publicado

2024-05-14

Como Citar

CASTRO, E. B. V. de; HUI, Y.; GOMES, E. P. M. Por um primitivismo estratégico: um diálogo entre Eduardo Viveiros de Castro e Yuk Hui. Revista Linguagem em Foco, Fortaleza, v. 15, n. 3, p. 154–167, 2024. DOI: 10.46230/2674-8266-15-12664. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/linguagememfoco/article/view/12664. Acesso em: 11 jun. 2024.