BILINGUISMO EM CONTEXTO BIMODAL NO BRASIL: UMA POLÍTICA SUBVERSIVA DE DIREITO LINGUÍSTICO
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https://doi.org/10.26514/inter.v11i33.4379Palavras-chave:
Educação Bilíngue. Surdos. Línguas de Sinais. Formação de professoresResumo
A inclusão escolar de surdos tem sido frequentemente debatida, especialmente pela condição bilíngue e bicultural destes alunos, que exige práticas diferenciadas na educação a partir de uma língua com modalidade visual que difere de uma lógica metodológica calcada em prática oralistas, consequentemente excludentes. Este trabalho pretende apresentar discussões iniciais sobre a natureza bimodal do bilinguismo do surdo enquanto projeto epistêmico do sistema educacional de forma a problematizar a formação docente como princípio norteador de práticas e metodologias que contemplem, de facto, as especificidades linguísticas dos alunos surdos. Trata-se, portanto, de uma pesquisa de cunho bibliográfico, e que intersecciona entre as vozes vigotskianas da teoria histórico-cultural sintetizadas na formação do novo homem e da nova educação, e entre a reflexão sobre a legitimidade da diferença linguística dos surdos, sob os olhares críticos no campo do bilinguismo. Concluímos, preliminarmente, que é importante problematizar as propostas políticas educacionais brasileiras voltadas para as pessoas que se encontram em contextos de diversidade linguística. É necessário repensar esse modelo monolíngue vestido de uma abordagem bilíngue, que se configura a partir de questões político-sociais, as quais tentam normalizar as minorias linguísticas.
Palavras chave: Educação Bilíngue. Surdos. Língua de Sinais. Formação de professores.
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