Descartes, Husserl e a epoché como fundamento existencial
DOI:
https://doi.org/10.25247/P1982-999X.2023.v23n3.p129-147Palavras-chave:
fenomenologia, consciência, subjetividade, cogito, intencionalidadeResumo
O presente artigo tem por objetivo analisar a influência do pensamento de René Descartes sobre o conceito de epoché de Edmund Husserl. Trataremos do conceito de epoché, portanto, realçando o papel do cogito em suas implicações fenomenológicas. Husserl condiciona a epoché à discussão sobre o caráter constituinte da consciência, portanto ao intuicionismo e às remessas intencionais, opondo-se à interpretação objetivista e físico-naturalista da consciência. Afirma, desta feita, a partir de Descartes, uma naturalidade operacional primeira à naturalidade das ciências modernas. Ao abster-se do ego afirmativo por meio da dúvida sistemática (o cogito), Husserl promoverá uma renovação da relação entre consciência e sentido, seguindo-se de uma renovação da noção de consciência a partir da defesa de uma existência correlata ao mundo. O que se fez possível graças à renovação da subjetividade alcançada na epoché fenomenológico-transcendental.
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