Análise das interações e conversas familiares em visita à exposição “Água - Uma exposição sem filtro”
DOI:
https://doi.org/10.24840/esc.vi66.645Palavras-chave:
exposições, aprendizagem de livre escolha, uso da águaResumo
A água é essencial à sobrevivência humana, mas enfrentamos desafios de escassez, desperdício e acesso equitativo. Gerir o uso sustentável é uma exigência urgente para equilibrar as necessidades das comunidades com os recursos hídricos. Neste estudo qualitativo e exploratório, analisamos conversas e interações familiares durante uma visita à exposição “Água – Uma Exposição sem Filtro” do Pavilhão do Conhecimento - Centro Ciência Viva em Lisboa (Portugal). Tivemos por objetivo entender que aspectos da exposição impactam a interação familiar e como as conversas familiares abordam a temática expositiva. Cinco famílias, totalizando 16 pessoas (sete adultos e nove crianças), participaram no estudo, tendo as suas visitas sido gravadas com uma câmera subjetiva. O material audiovisual foi posteriormente codificado com um protocolo de pesquisa que associa uma análise dedutiva e indutiva e está centrado nas interações e tipos de conversas, com apoio do software Dedoose. Os resultados indicam que os recursos interativos, a interação social entre adultos e crianças e a leitura foram elementos que influenciaram a experiência familiar e as conversas. As conversas centraram-se no funcionamento dos aparatos, em sintonia com a natureza interativa da exposição. As conversas sobre temas de ciência tiveram menor ocorrência, mas mostraram-se como perspectivas para reflexões sobre os aspectos ambientais do direito e uso da água, com algumas conversas que abordaram questões éticas e sociais do uso e acesso à água.
Downloads
Referências
Allen, Sue (1997). Sociocultural theory in museums: Insights and suggestions. Journal of Museum Education, 22(2, 3), 8–9. https://doi.org/10.1080/10598650.1997.11510351
Allen, Sue (2004). Designs for learning: Studying science museum exhibits that do more than entertain. Science Education, 88(1), 17–S33. https://doi.org/10.1002/sce.20016
Ash, Doris (2003). Dialogic inquiry in life science conversations of family groups in a museum. Journal of Research in Science Teaching, 40(20), 138–162, 2003. https://doi.org/10.1002/tea.10069
Bitgood, Stephen (2009). Museum fatigue: A critical review. Visitor Studies, 12(2), 93–111. https://doi.org/10.1080/10645570903203406
Block, Florian, Hammerman, James, Horn, Michael, Spiegel, Amy, Christiansen, Jonathan, Phillips, Brenda, Diamond, Judy, Evans, E. Margret, & Shen, Chia (2015). Fluid grouping: Quantifying group engagement around interactive tabletop exhibits in the wild. Educational Psychology Papers and Publications, 188. http://digitalcommons.unl.edu/edpsychpapers/188
Blud, Linda (1990). Social interaction and learning among family groups visiting a museum. Museum Management and Curatorship, 9(1), 43–51, https://doi.org/10.1080/09647779009515193
Borun, Minda, & Dritsas, Jennifer (1997). Developing family-friendly exhibits. Curator: The Museum Journal, 40(3), 178–196. https://doi.org/10.1111/J.2151-6952.1997.TB01302.X
Briseño-Garzón, Adriana, & Anderson, David (2012). A review of Latin American perspectives on museums and museum learning. Museum Management and Curatorship, 27(2), 161–177. https://doi.org/10.1080/09647775.2012.674321
Callanan, Maureen, Legare, Cristine, Sobel, David, Jaeger, Garrett, Letourneau, Susan, McHugh, Sam, Willard, Aiyana, Brinkman, Aurora, Finiasz, Zoe, Rubio, Erika, Barnett, Adrienne, Gose, Robin, Martin, Jennifer, Meisner, Robin, & Watson Janella (2020). Exploration, explanation, and parent-child interaction in museums. Monographs of the Society for Research in Child Development, 85(1), 7–137. https://doi.org/10.1111/mono.12412
Centro Ciência Viva. (2021). Água: Uma exposição sem filtro. Centro Ciência Viva. https://webstorage.cienciaviva.pt/public/pt.pavconhecimento.www/dubai/AGUA_2022.pdf
Csikszentmihalyi, Mihaly, & Hermanson, Kim (1995). Intrinsic motivation in museums: Why does one want to learn? In John H. Falk & Lynn D. Dierking (Eds.), Public institutions for personal learning (pp. 67–77). American Association of Museums.
Delicado, Ana (2009). Scientific controversies in museums: Notes from a semi-peripheral country. Public Understanding of Science, 18(6), 759–767. https://doi.org/10.1177/0963662508098577
Ellenbogen, Kirsten, Luke, Jessica, & Dierking, Lynn (2004). Family learning research in museums: An emerging disciplinary matrix. Science Education, 88(S1), S48–S58. https://doi.org/10.1002/sce.20015
Falk, John (2021). The value of museums: Enhancing societal well-being. Rowman & Littlefield.
Falk, John, & Dierking, Lynn (2000). Learning from museums: Visitor experiences and the making of meaning. AltaMira Press.
Falk, John, Koran, John, Dierking, Lynn, & Dreblow, Lewis (1985). Predicting visitor behavior. Curator: The Museum Journal, 28(4), 249–258. https://doi.org/10.1111/j.2151-6952.1985.tb01753.x
Falk, John, & Storksdieck, Martin (2005). Using the contextual model of learning to understand visitor learning from a science center exhibition. Science Education, 89(5), 744–778. https://doi.org/10.1002/sce.20078
Fender, Jode, & Crowley, Kevin (2007). How parent explanation changes what children learn from everyday scientific thinking. Journal of Applied Developmental Psychology, 28(3), 189–210. https://doi.org/10.1016/j.appdev.2007.02.007
Fung, G., & Callanan, Maureen (2013, April). Pedagogy versus exploration: Parent-child interactions in a museum Setting. Poster presented at the 2013 Biennial meetings of Society for Research in Child Development, Seattle, WA.
Gaskins, Suzanne (2008). Designing exhibits to support families’ cultural understandings. Exhibitionist, 27(1), 11–19.
Glăveanu, Vlad P., & Lahlou, Saadi (2012). Through the creator’s eyes: Using the subjective camera to study craft creativity. Creativity Research Journal, 24(2-3), 152–162. https://doi.org/10.1080/10400419.2012.677293
Gutwill, Joshua, Hido, Nina, & Sindorf, Lisa (2015). Research to practice: Observing learning in tinkering activities. Curator: The Museum Journal, 58(2), 151–168. https://doi.org/10.1111/cura.12105
Hein, George (1998). Learning in the museum. Routledge.
Henderson, Anne, Mapp, Karen, Johnson, Vivian, & Davies, Don (2007). Beyond the bake sale: The essential guide to family-school partnerships. The New Press.
International Council of Museums. (2019). Resolution no.1: “On sustainability and the implementation of Agenda 2030, transforming our world”. International Council of Museums. https://icom.museum/wp-content/uploads/2021/01/Resolution-sustainability-EN-2.pdf
Lahlou, Saadi (2011). How can we capture the subject’s perspective? An evidence-based approach for the social scientist. Social Science Information, 50(3-4), 607–655. https://doi.org/10.1177/0539018411411033
Letourneau, Susan, Meisner, Robin, & Sobel David (2021). Effects of facilitation vs. exhibit labels on caregiver-child interactions at a museum exhibit. Frontiers in Psychology, 12, 637067. https://doi.org/10.3389/fpsyg.2021.637067
Massarani, Luisa, Fazio, Eugenia, Rocha, Jessica N., Dávila, Analía, Espinosa, Susana, & Bognanni, Fabián (2019a). La interactividad en los museos de ciencias, pivote entre expectativas y hechos empíricos: El caso del Centro Interactivo de Ciencia Y Tecnología Abremate (Argentina). Ciência & Educação, 25(2): 467–484. https://doi.org/10.1590/1516-731320190020012
Massarani, Luisa, Poenaru, Lara M., Rocha, Jessica N., Rowe, Shawn & Falla, Sigrid (2019b). Adolescents learning with exhibits and explainers: The case of Maloka. International Journal of Science Education, Part B, 9(3), 253–267. https://doi.org/10.1080/21548455.2019.1646439
Massarani, Luisa, Reznik, Gabriela, Rocha, Jessica N., Falla, Sigrid, Rowe, Shawn, Martins, Alanna D., & Amorim, Luís Henrique (2019c). A experiência de adolescentes ao visitar um museu de ciência: Um estudo no Museu da Vida. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências, 21, 1–25. https://doi.org/10.1590/1983-21172019210115
Massarani, Luisa, Rocha, Jessica N., Poenaru, Lara M., Bravo, Marina, Singer, Silvia, & Sánchez, Emilio (2020). O olhar dos adolescentes em uma visita ao Museo Interactivo de Economía (MIDE), México. Revista Iberoamericana de Ciencia, Tecnología y Sociedad - CTS, 15(44),173–195. https://ojs.revistacts.net/index.php/CTS/article/view/163
Massarani, Luisa, Rocha, Jessica N., Scalfi, Graziele, Silveira, Yan, Cruz, Wailã, & Guedes, Leandro (2021a). Families visit the museum: A study on family interactions and conversations at the Museum of the Universe – Rio de Janeiro (Brazil). Frontiers in Education, 6, 669467. http://dx.doi.org/10.3389/feduc.2021.669467
Massarani, Luisa, Scalfi, Graziele, Rocha, Jessica N., Luz, Rafael V., & Marandino, Marta (2021b). A experiência interativa de famílias em um museu de ciências: Um estudo no Museu de Ciência e Tecnologia de Porto Alegre. Investigações em Ensino de Ciências, 26(1), 261–284. http://dx.doi.org/10.22600/1518-8795.ienci2021v26n1p261
Navas-Ianinni, Ana Maria (2018). Public engagement with critical exhibitions: Insights from a Brazilian and a Canadian science museum [Doctoral dissertation, University of Toronto]. TSpace. https://hdl.handle.net/1807/89687
Património Cultural. (s.d.). Estudos de públicos. https://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/museus-e-monumentos/dgpc/estudos-de-publicos/#:~:text=O%20Estudo%20de%20Públicos%20de,tutelados%20pela%20DGPC%2C%20num%20leque
Pedretti, Erminia, & Navas-Ianinni, Ana Maria (2020). Towards fourth-generation science museums: Changing goals, changing roles. Canadian Journal of Science, Mathematics and Technology Education, 20, 700–714, https://doi.org/10.1007/s42330-020-00128-0
Pedretti, Erminia, & Navas-Ianinni, Ana Maria (2021). Controversy in science museums: Re-imagining exhibition spaces and practice. Routledge.
Piscitelli, Barbara, & Weier, Katrina (2002). Learning with, through and about art: The role of social interactions. In Scott Paris (Ed.), Perspectives on object-centered learning in museums (pp. 121–151). Routledge.
Sandifer, Cody (2003). Technological novelty and open-endedness: Two characteristics of interactive exhibits that contribute to the holding of visitor attention in a science museum. Journal of Research in Science Teaching, 40(2), 121–137. https://doi.org/10.1002/tea.10068
Sarraf, Viviane (2021). Conceitos e diretrizes para o desenvolvimento de acessibilidade em museus de ciências, a concepção do Cité des Sciences et de l’Industrie, em Paris, e o projeto inaugural da Estação Ciência para inspirar novas práticas. In Jessica N. Rocha (Org.), Acessibilidade em museus e centros de ciências: Experiências, estudos e desafios. Fundação CECIERJ; Museus e Centros de Ciências Acessíveis (MCCAC). https://grupomccac.org/am/capitulo-1/
Schwan, Stephan, Grajal, Alejandro, & Lewalter, Doris (2014). Understanding and engagement in places of science experience: Science museums, science centers, zoos, and aquariums. Educational Psychologist, 49(2), 70–85. https://doi.org/10.1080/00461520.2014.917588
Tenenbaum, Harriet R., Rappolt-Schlichtmann, Gabrielle, & Zanger, Virginia V. (2004). Children’s learning about water in a museum and in the classroom. Early Childhood Research Quarterly, 19(1), 40–58. https://doi.org/10.1016/j.ecresq.2004.01.008
WHO/UNICEF. (2017). Progress on drinking water, sanitation and hygiene: 2017 Update and SDG baselines. UNICEF. https://data.unicef.org/resources/progress-drinking-water-sanitation-hygiene-2017-update-sdg-baselines/#
Zimmerman, Heather, Perin, Suzanne, & Bell, Philip (2010). Parents, science, and interest. Museums & Social Issues, 5(1), 67–86. https://doi.org/10.1179/msi.2010.5.1.67
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2023 Luisa Massarani, Cristina Luís , Graziele Scalfi, Antero Vinicius Pinto
Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0.
Os/as autores/as mantêm os direitos autorais, sem restrições, e concedem à revista ESC o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional (CC BY-NC-SA). É permitido copiar, transformar e distribuir e adaptar o material em qualquer suporte ou formato, desde que com o devido reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista, as alterações sejam identificadas e seja aplicada a mesma licença ao material derivado, não podendo ser usado para fins comerciais.
