SOBREVIVÊNCIA DE PLÂNTULAS TRANSPLANTADAS DE UMA FLORESTA TROPICAL MADURA PARA VIVEIRO DE MUDAS NA BACIA DO RIO XINGU

Autores

  • Roberta Thays dos Santos Cury Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia – IPAM
  • Cândida Lahís Mews Universidade de Brasília – UnB
  • Gracildo Cordeiro Cunha Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia – IPAM
  • Oswaldo de Carvalho Jr. Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia – IPAM

DOI:

https://doi.org/10.24278/2178-5031.2013251420

Palavras-chave:

resgate de mudas, silvicultura, restauração florestal, estágio sucessional, supressão florestal, bacia Amazônica

Resumo

A utilização da diversidade de plântulas de espécies arbóreas, oriundas de áreas cuja vegetação teve a supressão autorizada, no enriquecimento de viveiros, tem sido recomendada como uma técnica alternativa na produção de mudas. Neste trabalho, avaliamos a sobrevivência de plântulas transplantadas da regeneração natural de uma floresta madura para um viveiro de mudas em uma área de transição Amazônia-Cerrado, Mato Grosso, Brasil. Foram alocados três transectos de 10 x 1 m, com 10, 50 e 500 m de distância da borda de onde foram coletados todos os indivíduos lenhosos entre 5-20 cm de altura, no período da manhã (7h às 9h), e sequencialmente plantados em sacos plásticos. Os indivíduos foram identificados, quantificados e classificados quanto ao estágio sucessional. A sobrevivência das plântulas foi avaliada durante quatro meses. No total foram coletados 1.179 indivíduos arbóreos pertencentes a 48 espécies, 31 gêneros e 23 famílias, dos quais 71% sobreviveram. No conjunto dos dados, houve um aumento gradativo na abundância e riqueza de espécies arbóreas da borda para o interior da floresta, sendo maior a 500 m. A abundância e o número de espécies não pioneiras coletadas foram maiores que as pioneiras. Os resultados apontam elevadas taxas de sobrevivência e que a técnica de transplante pode facilitar o enriquecimento de viveiros com espécies regionais de difícil obtenção e de diferentes grupos funcionais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Roberta Thays dos Santos Cury, Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia – IPAM

Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Conservação de Habitats Fragmentados, Universidade Estadual de Londrina – UEL

Cândida Lahís Mews, Universidade de Brasília – UnB

Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais, Campus Universitário Darcy Ribeiro

Referências

ALMEIDA-SCABBIA, R.J. Riqueza florística aplicada à recuperação florestal. In: SIMPÓSIO DE RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA: DESAFIOS ATUAIS E FUTUROS, 4., 2011. Anais… São Paulo: Instituto de Botânica: SMA, 2011. p. 91-99.

ALVES JÚNIOR, F.T. et al. Efeito de borda na estrutura de espécies arbóreas em um fragmento de floresta ombrófila densa, Recife, PE. Revista Brasileira de Ciências Agrárias, v. 1, p. 49-56, 2006.

BALCH, J.K. et al. Negative fire feedback in a transitional forest of southeastern Amazonia. Global Change Biology, v. 14, p. 2276-2287, 2008.

BARBOSA, L.M.; BARBOSA, C.C. Políticas públicas para recuperação florestal em áreas degradadas do estado de São Paulo: histórico e novas propostas. In: BARBOSA, L.M. Manual para recuperação de áreas degradadas e matas ciliares do estado de São Paulo. São Paulo: FAPESP, 2006. p. 6-32.

BRASIL. Lei nº 12.187 de 29 de dezembro de 2009. Institui a política nacional sobre mudança do clima. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12187.htm#art11>. Acesso em: 20 fev. 2013.

______. Lei nº 12.651 de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12651.htm>. Acesso em: 20 fev. 2013.

BUDOWISKI, G. Distribution of tropical American rain forest species in the light of successional processes. Turrialba, v. 1, n. 5, p. 40-42, 1965. CALEGARI, L. et al. Produção de mudas de espécies arbóreas nativas em viveiro via resgate de plantas jovens. Revista Árvore, v. 35, p. 41-50, 2011.

CURY, R.T.S.; CARVALHO JR., O. Manual para restauração florestal: florestas de transição. Canarana: Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia – IPAM, 2011. 78 p. (Série Boas Práticas, 5). Disponível em: <http://www.ipam.org.br/biblioteca/livro/Manual-para-Restauracao-Florestal/591>. Acesso em: 28 ago. 2012.

ENGEL, V.L.; PARROTTA, J.A. Definindo a restauração ecológica: tendências e perspectivas mundiais. In: KAGEYAMA, P.Y. et al. (Ed.). Restauração ecológica de ecossistemas naturais. Botucatu: FEPAF, 2003. p. 1-26.

FEARNSIDE, P.M. Desmatamento na Amazônia brasileira: história, índices e consequências. Megadiversidade, v. 1, n. 1, p. 113-123, 2005.

______. Desmatamento na Amazônia brasileira: dinâmica, impactos e controle. Acta Amazonica, v. 36, n. 3, p. 394-400, 2006. FONSECA, S.C.L.; FREIRE, H.B. Sementes recalcitrantes: problemas na pós-colheita. Bragantia, v. 62, p. 297-303, 2003.

FLORENTINE, S.K; WESTBROOKE, M.E. Restoration on abandoned tropical pasturelands: do we know enough? Journal for Nature Conservation, v. 12, p. 85-94, 2004.

GALVÃO, A.P.M.; PORFÍRIO DA SILVA, V. Restauração florestal: fundamentos e estudos de caso. Colombo: Embrapa Florestas, 2005. 139 p.

GANDOLFI, S. Regimes de luz em florestas estacionais semideciduais e suas possíveis conseqüências. In: CLAUDINO-SALES, V. (Ed.). Ecossistemas brasileiros: manejo e conservação. Fortaleza: Expressão, 2003. p. 305-311.

HAHN, C.M. et al. Recuperação florestal: da semente à muda. São Paulo: Secretaria do Meio Ambiente, 2006. 144 p.

INSTITUTO SOCIOAMIENTAL – ISA. Plante as árvores do Xingu e Araguaia: manual doplantador. São Paulo, 2009a. v. 1, 44 p.

______. Plante as árvores do Xingu e Araguaia: guia de identificação. São Paulo, 2009b. v. 2, 295 p.

IVANAUSKAS, N.M.; RODRIGUES, R.R.; SOUZA, V.C. The importance of the regional floristic diversity for the forest restoration successfulness. In: RODRIGUES, R.R.; MARTINS, S.V.; GANDOLFI, S. (Ed.). High diversity forest restoration in degraded areas: methods and projects in Brazil. New York: Nova Science Publishers, 2007.p. 63-76.

LISTA de espécies da flora do Brasil. 2013. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/>. Acesso em: 16 mar. 2013

KUNZ, S.H. et al. Aspectos florísticos e fitossociológicos de um trecho de Floresta Estacional Perenifólia na Fazenda Trairão, Bacia do rio das Pacas, Querência-MT. Acta Amazonica,v. 38, n. 20, p. 245-254, 2008.

LÜTTGE, U. Physiological ecology of tropical plants. 2. ed. Berlin: Springer-Verlag, 2008. 458 p.

OREN, D. Portfolio of important areas for biodiversity conservation in Brazil: an analyze by ecorregion. Brasília, DF: The Nature Conservancy, 2005. 36 p.

MACEDO, M. N. et al. Decoupling of deforestation and soy production in the southern Amazon during the late 2000s. PNAS, p. 1-6, 2012. Disponível em: . Acesso em: 31 ago. 2012.

MATO GROSSO. Secretaria de Estado de Planejamento e Coordenação Geral de Mato Grosso. Dados secundários do DSEE/MT: zoneamento – divulga. CD-Rom. Versão 1.01.

MEWS, C.L. et al. Efeito do substrato e de diferentes tratamentos pré-germinativos na germinação de sementes de Tento – Ormosia paraensi Ducke (FABACEAE). Biotemas, v. 25, n. 1, p. 11-16, 2012.

NEPSTAD, D.C. et al. Manejo e recuperação de mata ciliar em regiões florestais da Amazônia. Canarana: Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia – IPAM, 2007. 72 p. (Série Boas Práticas, 1). Disponível em: http://www.ipam.org.br/publications?filtro=titulo&search=ciliar>. Acesso em: 3 set. 2012.

SANTARELLI, E.G. Produção de mudas de espécies nativas. In: RODRIGUES, R.R.; LEITÃO FILHO, H.F. (Ed.). Matas ciliares: conservação e recuperação. São Paulo: EDUSP: FAPESP, 2004. p. 313-318.

VIANI, R.A.G.; RODRIGUES, R.R. Sobrevivência em viveiro de mudas de espécies nativas retiradas da regeneração natural de remanescente florestal. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 42, p. 1067-1075, 2007.

______. Impacto da remoção de plântulas sobre a estrutura da comunidade regenerante de Floresta Estacional Semidecidual. Acta Botanica Brasilica, v. 22, p. 1015-1026, 2008.

VIANI, R.A.G.; BRANCALION, P.H.S.; RODRIGUES, R.R. Corte foliar e tempo de transplantio para o uso de plântulas do sub-bosque na restauração florestal. Revista Árvore, v. 36, n. 2, p. 331-339, 2012.

ZAR, J.H. Data transformations. In: Biostatistical analysis. Upper Saddle River: Prentice Hall, 1999. p. 273-280.

Downloads

Publicado

2013-01-31

Como Citar

CURY, R. T. dos S.; MEWS, C. L.; CUNHA, G. C.; CARVALHO JR., O. de. SOBREVIVÊNCIA DE PLÂNTULAS TRANSPLANTADAS DE UMA FLORESTA TROPICAL MADURA PARA VIVEIRO DE MUDAS NA BACIA DO RIO XINGU. Revista do Instituto Florestal, São Paulo, v. 25, n. 1, p. 53–63, 2013. DOI: 10.24278/2178-5031.2013251420. Disponível em: https://rif.emnuvens.com.br/revista/article/view/420. Acesso em: 8 jun. 2024.

Edição

Seção

Artigos Científicos