Fora-dentro-de fora: Militantes negros na burocracia estatal no Brasil, Equador e Venezuela

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22481/odeere.v6i01.8656

Palavras-chave:

Movimento negro, Movimento afroecuatoriano, Movimento afrovenezuelano, Racismo, Movimiento afrolatinoamericano, Antirracismo

Resumo

A institucionalização da agenda anti-racista no Estado configurou-se como parte das estratégias de luta e resistência dos movimentos afrodescendentes na América Latina. O objetivo deste artigo é oferecer uma ferramenta para analisar os padrões de interação na ocupação de cargos burocráticos por militantes de movimentos afro-latino-americanos, ocorridos entre 2000 e 2016, a partir da experiência de militantes em três países: Brasil, Equador e Venezuela. Desenvolve-se a categoria “fora-dentro-de fora” como uma categoria de fluidez, ambiguidade, inadequação e infiltração que permite discutir o lugar difuso e marginal ocupado por militantes afrodescendentes entre as fronteiras Estado-Sociedade e, ao mesmo tempo, destacar o racismo, a través da construção dos corpos negros como “corpos impolíticos”, como um dos fatores que caracterizaram a experiência de ocupação dos espaços públicos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Johanna Monagreda, Universidade Federal de Minas Gerais

Doctora en Ciencia Política por la Universidad Federal de Minas Gerais (2020) con la tesis titulada: “El Estado no nos ha regalado nada”: Processos de institucionalização das demandas dos movimentos afrodescendentes em Brasil, Venezuela e Equador. Investigadora del Núcleo de Estudios y Pesquisas sobre la Mujer - NEPEM. Graduada em Ciência Política - Universidad Central de Venezuela (2002), con Maestrado en Ciência Política por la Universidade Federal de Minas Gerais (2014) con la Disertación: Estado e cidadania diferenciada a partir do pertencimento étnico- racial afrodescendente. Tiene experiencia en investigaciones sobre afrodescendencia en América Latina, movimiento negro y Estado, promoción de la igualdad racial, género y feminismo negro. E-mail: johanna.monagreda@gmail.com 

Referências

ABERS, Rebecca; BÜLOW, Marisa Uon. Movimentos sociais na teoria e na prática: como estudar o ativismo através da fronteira entre estado e sociedade? Sociologias, v. 13, n. 28, p. 52–84, 2011.

ABERS, Rebecca; SERAFIM, Lizandra; TATAGIBA, Luciana. Repertórios de interação estado-sociedade em um estado heterogêneo: a experiência na Era Lula. Dados, v. 57, n. 2, p. 325–357, 2014.

ANTÓN, Jhon. El proceso organizativo afroecuatoriano, 1979-2009. 1a. edición. Quito, Ecuador: FLACSO Ecuador, 2011. (Atrio).

AYALA, Mario; MORA, Ernesto. RECONSTRUCCIONES IDENTITARIAS EN EL PROCESO BOLIVARIANO: LOS AFROVENEZOLANOS (1998-2008). Contra Relatos desde el Sur, v. 5–6, p. 24, 2008.

BATISTA, Carlos. As políticas de igualdade racial nos Estados Unidos e no Brasil: Constituição, diferenças e similaridades. Ph.D., Universidade Federal de Minas Gerais, 2016.

BENTES, Nilma. Brasil/Durban/Brasil: um marco da luta contra o racismo. Revista Estudos Feministas, v. 10, p. 229–236, 2002.

CARLOS, Euzeneia. Movimentos sociais e instituições participativas: Efeitos do engajamento institucional nos padrões de ação coletiva. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 30, n. 88, p. 83, 2015.

COLLINS, Patricia Hill. BLACK FEMINIST THOUGHT: Knowledge, Consciousness and the Politics of Empowerment, Second Edition. p. 353, 2002.

DE LA TORRE, Carlos. Afro-Ecuadorian Responses to Racism: Between Citizenship and Corporatism. In: DZIDZIENYO, Anani; OBOLER, Suzanne (Orgs.). Neither Enemies nor Friends: Latinos, Blacks, Afro-Latinos. New York: Palgrave Macmillan US, 2005, p. 61–74. Disponível em: https://doi.org/10.1057/9781403982636_3.

DE LA TORRE, Carlos; ANTÓN, Jhon. The Afro-Ecuadorian Social Movement. In: RAHIER, Jean Muteba (Org.). Black Social Movements in Latin America. New York: Palgrave Macmillan US, 2012, p. 135–150. Disponível em: http://link.springer.com/10.1057/9781137031433_8. Acesso em: 26 abr. 2021.

GARCÍA, Jesús. Afrovenezolanidad: esclavitud, cimarronaje y luchas contemporáneas. Caracas: Ministerio de Educación, Cultura y Deportes, Viceministerio de Cultura : CONAC : Dirección General Sectorial de Desarrollo Regional, Accioń Comunitaria, 2001. (Colección Patrimonial de historia local y regional).

GARCÍA, Jesús Chucho. ¿Cuál agenda afrodescendiente? Revista América Latina en Movimiento: “ Miradas del movimiento afrolatinoamericano”, v. 486, 2013.

GARCÍA, Jesús Chucho. La deuda del Estado venezolano Y Los Afrodescendientes. The Journal of Latin American and Caribbean Anthropology, v. 12, n. 1, p. 223–232, 2008.

GONZALEZ, Lélia. Por un feminismo Afrolatinoamericano. Isis Internacional & MUDAR – Mujeres por un Desarrollo Alternativo: Mujeres, crisis y movimiento., v. 9, 1988.

HALE, Charles R. Does Multiculturalism Menace? Governance, Cultural Rights and the Politics of Identity in Guatemala. Journal of Latin American Studies, v. 34, n. 3, p. 485–524, 2002.

HALE, Charles R. Neoliberal Multiculturalism. PoLAR: Political and Legal Anthropology Review, v. 28, n. 1, p. 10–19, 2005.

HILL COLLINS, Patricia. Black feminist thought: knowledge, consciousness, and the politics of empowerment. [s.l.: s.n.], 2014.

HOOKER, Juliet. Indigenous Inclusion/Black Exclusion: Race, Ethnicity and Multicultural Citizenship in Latin America. Journal of Latin American Studies, v. 37, n. 2, p. 285–310, 2005.

HOOKER, Juliet. Race and the politics of solidarity. Oxford: Oxford University Press, 2009. Disponível em: http://public.ebookcentral.proquest.com/choice/publicfullrecord.aspx?p=415686. Acesso em: 24 abr. 2021.

LAO-MONTES, Agustín. Cartografías del campo político afrodescendiente en América Latina. Universitas Humanística, p. 207–245, 2009.

LAO-MONTES, Agustín. Empoderamiento, descolonización y democracia sustantiva. Afinando principios ético-políticos para las diásporas Afroamericanas. Revista CS, n. 12, p. 53–84, 2013.

LEÓN, Irene (Org.). Sumak kawsay: Buen vivir y cambios civilizatorios. Segunda edición. Quito: Fedaeps, 2010.

LEÓN, Magdalena. El “buen vivir” : objetivo y camino para otro modelo. In: LEÓN, Irene (Org.). Sumak kawsay: Buen vivir y cambios civilizatorios. Segunda edición. Quito: Fedaeps, 2010.

LIMA, Márcia. Desigualdades raciais e políticas públicas. Novos Estudos, v. 89, p. 19, 2010.

LIMA, Marcia; PRATES, Ian. Racial Inequalities in Brazil: A Persistent Challenge. In: ARRETCHE, Marta (Org.). Paths of Inequality in Brazil. Cham: Springer International Publishing, 2019, p. 113–134. Disponível em: http://link.springer.com/10.1007/978-3-319-78184-6_6. Acesso em: 27 abr. 2021.

LOVEMAN, Mara. National colors: racial classification and the state in Latin America. Oxford: Oxford University Press, 2014.

MILLS, Charles W. Blackness visible: essays on philosophy and race. Ithaca, N.Y: Cornell University Press, 1998.

MILLS, Charles W. The racial contract. Ithaca: Cornell University Press, 1997.

MONAGREDA, Johanna. Construyendo nuevas subjetividades desde la afrovenezolanidad. SUR/versión, v. 1, p. 133–160, 2011.

MONAGREDA, Johanna Katiuska. “A nosotros el Estado no nos ha regalado nada”: Processos de institucionalização das demandas dos movimentos afrodescendentes em Brasil, Venezuela e Equador. Ph.D., Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2020.

MONAGREDA, Johanna Katiuska. Da incursão do movimento afroequatoriano no Estado: Posibilidades y limitações. Revista Eletrônica de Ciência Política, v. 11, n. 2, 2021. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/politica/article/view/70425. Acesso em: 27 abr. 2021.

ONU. Declaración y Programa de Acción de Durban. Conferencia Mundial contra el Racismo, la Discriminación Racial, la Xenofobia y las Formas Conexas de Intolerancia. 2001. Disponível em: http://www.oas.org/es/sla/ddi/docs/afrodescendientes_instrumentos_internacionales_declaracion_programa_accion_durban.pdf

OQUENDO BARRIOS, Leyda. Reflexiones para un discurso de género. Sobre la historia de la esclavitud femenina en América. Temas De Nuestra América. Revista De Estudios Latinoamericanos, v. 26(48), p. 70–86, 2010. (Coleção Sociedade & política).

PASCHEL, Tianna S. Becoming black political subjects: movements and ethno-racial rights in Colombia and Brazil. [s.l.: s.n.], 2018. Disponível em: https://doi.org/10.23943/princeton/9780691169385.001.0001. Acesso em: 26 abr. 2021.

PATEMAN, Carole; MILLS, Charles W. Contract and domination. Cambridge: Polity, 2007.

RAHIER, J. Blackness in the Andes Ethnographic Vignettes of Cultural Politics in the Time of Multiculturalism. [s.l.: s.n.], 2014.

RAHIER, Jean Muteba. Afro-Ecuadorian Community Organizing and Political Struggle: Influences on and Participation in Constitutional Processes. In: DIXON, Kwame; BURDICK, John (Orgs.). Comparative Perspectives on Afro-Latin America. [s.l.]: University Press of Florida, 2012, p. 198–218. Disponível em: http://florida.universitypressscholarship.com/view/10.5744/florida/9780813037561.001.0001/upso-9780813037561-chapter-10. Acesso em: 30 abr. 2021.

RAHIER, Jean Muteba. Black social movements in Latin America: from monocultural mestizaje to multiculturalism. Basingstoke: Palgrave Macmillan, 2012.

RAHIER, Jean Muteba. Introduction: Black Social Movements in Latin America: From Monocultural Mestizaje and “Invisibility” to Multiculturalism and State Corporatism/Cooptation. In: Black social movements in Latin America: from monocultural mestizaje to multiculturalism. Basingstoke: Palgrave Macmillan, 2012, p. 1–14.

RIBEIRO, Matilde (Org.). As políticas de igualdade racial: reflexões e perspectivas. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo : Friedrich Ebert Stiftung : SNCR-PT, 2012.

RIBEIRO, Matilde. Institucionalização das políticas de promoção da igualdade racial no Brasil: percursos e estratégias - 1986 a 2010. Ph.D., Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC-São Paulo, São Paulo, SP, 2013.

RIOS, Flávia. Movimentos sociais e institucionalização: políticas sociais, raça e gênero no Brasil pós-transição. In: GURZA LAVALLE, Adrían; CARLOS, Euzeneia; DOWBOR, Monika; et al (Orgs.). [s.l.: s.n.], 2018.

RODRIGUES, Cristiano. Movimentos Negros e Estado no Brasil e Colômbia em Perspectiva Comparada. Ph.D., 2014.

SANTOS, Marcio André De Oliveira dos. Políticas de ação afirmativa comparadas no Brasil e na Colômbia. Ciências Sociais Unisinos, v. 52, n. 2, p. 137–148, 2016.

VAN COTT, Donna Lee. From movements to parties in Latin America: the evolution of ethnic politics. Cambridge ; New York: Cambridge University Press, 2005.

WALSH, Catherine. Afro In/Exclusion, Resistance, and the “Progressive” State. In: RAHIER, Jean Muteba (Org.). Black Social Movements in Latin America. New York: Palgrave Macmillan US, 2012, p. 15–34. Disponível em: http://link.springer.com/10.1057/9781137031433_2. Acesso em: 26 abr. 2021.

YASHAR, Deborah J. Contesting citizenship in Latin America the rise of indigenous movements and the postliberal challenge. Cambridge; New York: Cambridge University Press, 2005. Disponível em: http://search.ebscohost.com/login.aspx?direct=true&scope=site&db=nlebk&AN=132346. Acesso em: 30 abr. 2021.

YRIGOYEN, Raquel. El horizonte del constitucionalismo pluralista: del multiculturalismo a la descolonización. In: RODRÍGUEZ GARAVITO, César A. (Org.). El derecho en América Latina: un mapa para el pensamiento jurídico del siglo XXI. Buenos Aires, Argentina: Siglo Veintiuno Editores, 2011, p. 139–160. (Derecho y política).

Publicado

2021-06-30

Como Citar

Monagreda, J. (2021). Fora-dentro-de fora: Militantes negros na burocracia estatal no Brasil, Equador e Venezuela. ODEERE, 6(1), 7-37. https://doi.org/10.22481/odeere.v6i01.8656