Níveis de fosfato, silicato e ferro em águas estuarinas (superficiais) e de manguezais (intersticiais): aplicação de espectrofotometria UV-vis na análise de águas salinas em estuários da Baixada Santista (SP)

Resumo

O estudo em regiões estuarinas têm despertado grande interesse no meio científico por ser ambientes que possuem a capacidade de acondicionar resíduos produzidos no continente. O presente trabalho consiste em quantificar os níveis de fosfato, sílica e ferro no complexo estuarino da região da Baixada Santista (SP), no entorno da cidade de Cubatão. A Baixada Santista abriga um importante polo industrial da América Latina que está instalado no município de Cubatão desde 1950. Desse modo, possibilita correlacionar os altos níveis de fosfato, sílica e ferro na água como produto de atividades de siderurgia e indústrias de fertilizantes que estão próximas aos rios que chegam ao estuário. A cidade de Cubatão foi considerada pela ONU como uma das mais poluídas do mundo durante seu intenso período de industrialização e crescimento econômico. Em meados da década de 1960, o número de indústrias crescia exponencialmente, acarretando, assim, em maior emissão de resíduos de ferro e subprodutos de fertilizantes no ambiente. Tal deposição implica diretamente no equilíbrio da fauna e flora da região e na forma como esse material atua no ambiente estuarino até hoje. Muitos estudos revelam que a quantidade desses elementos estão acima muitas vezes da média crustal, porém poucos estudos exploram os valores dos mesmos elementos em águas salinas e salobras devido a problemas instrumentais.