Banner Portal
Impactos etnossintáticos nos dados de Mehinaku (Arawak)
PDF

Palavras-chave

Etnossintaxe
Antropologia Linguística
Língua Mehinaku
Alto Xingu
Arawak

Como Citar

GRUBER, Gabriel Diniz. Impactos etnossintáticos nos dados de Mehinaku (Arawak): perspectivas entre antropologia, linguística e iconografia. LIAMES: Línguas Indígenas Americanas, Campinas, SP, v. 24, n. 00, p. e024008, 2024. DOI: 10.20396/liames.v24i00.8675667. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/liames/article/view/8675667. Acesso em: 8 jun. 2024.

Resumo

O presente artigo propõe inicialmente investigar de modo preliminar a origem e alguns dos desdobramentos da aplicação da etnossintaxe para os dados linguísticos da língua mehinaku. Partindo desde o trabalho de Whorf (1979) sobre a língua nootka, a formulação do princípio da relatividade linguística, a análise de sua literatura pela antropóloga Schultz (1990), sua importância para a implementação da etnossintaxe, e o uso desta no estudo de línguas indígenas brasileiras. Em uma outra etapa, busca-se entender como tal compreensão etnográfica da gramática afetaria alguns dos dados já analisados da língua mehinaku, da matriz Arawak. Após um breve panorama do contexto das línguas Arawak e do cenário antropológico da região do Alto Xingu, é proposto um dialogismo de dados linguísticos de Awetí (2014), Corbera Mori (2017) e Felipe (2020), com registros antropológicos e iconográficos da cultura material mehinaku advindos de Gregor (1982), Malhano (1993) e Fénelon Costa (1988, 2014). Aborda-se, portanto, como a etnossintaxe afetaria a compreensão sobre: sufixos classificadores nominais, o campo semântico do termo tɨpa/tɨpe e o léxico corporal humano e não-humano relacionado à moradia tradicional altoxinguana.

https://doi.org/10.20396/liames.v24i00.8675667
PDF

Referências

Aikhenvald, Alexandra Y. (1999). The arawak language family. In R. M. W Dixon; Alexandra Aikhenvald Y. (eds.), The Amazonian languages, pp. 65-106. Cambridge University Press.

Aikhenvald, Alexandra Y. (2012). Language of the Amazon: a bird’s – eye view. In Aikhenvald, Alexandra Y. (ed.), The languages of the Amazon, pp. 1-67. Oxford University Press.

Aikhenvald, Alexandra Y. (2018). ‘Me’, ‘us’, and ‘other’: Expressing the self in Arawak languages of South America, with a focus on Tariana. In Minyao Huang; Kasia M. Jaszczolt (orgs.), Expressing the Self, pp. 13-39. Oxford University Press. https://doi.org/10.1093/oso/9780198786658.003.0002

Awetí, Makaulaka Mehinaku (2014). Uma descrição preliminar das classes de palavras da língua Mehináku, com foco especial na classe dos nomes (Dissertação de mestrado em Linguística). Universidade de Brasília. Disponível em http://icts.unb.br/jspui/bitstream/10482/20284/1/2014_MakaulakaMehinakoAwet%C3%AD.pdf

Braggio, Sílvia Lúcia Bigonjal (2011). Os xerente akwen, os animais e as plantas: uma revisita aos inalienáveis com a semântica da gramática. Signótica 23(2): 439-458. https://doi.org/10.5216/sig.v23i2.17531

Cabral, Ana Suelly Câmera; Kalapalo, Kaman; Awetí, Makaulaka Mehinaku; Oliveira, Sanderson; Suruí, Uraan (2014). Classificadores nominais em três línguas indígenas da Amazônia brasileira: ampliando tipologias. Revista Brasileira de Linguística Antropológica 6(1): 165-193. https://doi.org/10.26512/rbla.v6i1.21063

Carvalho, Fernando (2016). Diachronic labial palatalization in Xinguan Arawak. LIAMES- Línguas Indígenas Americanas 16(2): 349-360. https://doi.org/10.20396/liames.v16i2.8646432

Corbera Mori, Angel (2005). A posse nominal em línguas Arawak do Sul e Arawak Central: uma abordagem descritiva. Estudos linguísticos 34: 263-268. Disponível em https://etnolinguistica.wdfiles.com/local--files/journal:estudos/mori_2005_posse.pdf

Corbera Mori, Angel (2007). Aspectos da estrutura nominal em Mehináku (Arawák). Estudos Linguísticos 36(1): 249-257. Disponível em https://etnolinguistica.wdfiles.com/local--files/journal%3Aestudos/mori_2007_aspectos.pdf

Corbera Mori, Angel (2011). Aspectos da morfofonologia e morfologia nominal da língua Mehináku (Arawak). In Bruna Franchetto (org.), Alto Xingu: uma sociedade multilíngue, pp. 193-216. Museu do Índio - Funai. Disponível em https://z-lib.io/book/22889

Corbera Mori, Angel (2012). Waurá e Mehináku: um breve estudo comparativo. Estudos Linguísticos 41(1): 196-205. Disponível em https://revistadogel.emnuvens.com.br/estudos-linguisticos/article/view/1226

Corbera Mori, Angel (2017). Términos de partes del cuerpo humano en Mehinaku (Arawak). Lingüística 33(2): 55-68. https://doi.org/10.5935/2079-312x.20170017

Correia, Heloisa Helena Siqueira; Velden, Felipe Valden; Rocha, Hélio Rodrigues da (2023). Humanos e outros-que-humanos nas narrativas amazônicas: perspectivas literárias e antropológicas sobre saberes ecológicos, tradicionais, estéticos e críticos. Editora De Castro.

Danielsen, Swintha; Dunn, Michael; Muysken, Pieter (2011). The spread of the Arawakan languages: A view from structural phylogenetics. In Alf Hornborg; Jonathan D. Hill (eds.), Ethnicity in ancient Amazonia: Reconstructing past identities from archeology, linguistics, and ethnohistory, pp. 173-196. University Press of Colorado.

Dick, Maria Vicentina P. A. (2003). Aspectos de etnolinguística: A toponímia carioca e paulistana - contrastes e confrontos. Revista USP (56): 180-191. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9036.v0i56p180-191

Durkheim, Émile; Mauss, Marcel (1969). De quelques formes primitives de classification; contribuition à l’étude des représentations colletives. Minuit.

Enfield, Nick (2002). Ethnosyntax: Explorations in grammar and culture. Oxford University Press

Eriksen, Love; Danielsen, Swintha (2014). The Arawakan matrix. In Loretta O’Connor; Pieter Muyske (eds.), The native languages of South America: origins, development, typology, pp. 152-176. Cambridge University Press. https://doi.org/10.1017/CBO9781107360105.009

Felipe, Paulo Henrique P. S. de (2021). Fonologia e morfossintaxe da língua Mehináku (Arawak) (Tese de doutorado em linguística). Universidade Estadual de Campinas. Disponível em https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/1157873

Fénelon Costa, Maria Heloisa (1988). O mundo dos Mehináku e suas representações visuais. Editora UnB/Editora UFRJ/CNPq.

Fénelon Costa, Maria Heloisa (2014). Arte Indígena e classificações primitivas. Repositório online da FUNAI. Disponível em http://biblioteca.funai.gov.br/media/pdf/Folheto17/FO-CX-17-934-89.PDF

Galvão, Eduardo; Simões, Mário F. (1965). Notícia sobre os índios Txikão - Alto Xingu. Repositório Institucional do MPEG: Série Antropologia. MPEG.

Gonzaga, Álvaro de Azevedo (2022). Decolonialismo indígena. Matrioska Editora.

Granberry, Julian; Vescelius, Gary (2004). Languages of the Pre-Columbian Antilles. University of Alabama Press.

Gregor, Thomas (1982). Mehináku: o drama da vida diária em uma aldeia do Alto Xingu. Brasiliana.

Gruber, Gabriel. D. (2023). Uma floresta de universos além: a decolonialidade e a etnossintaxe como dever para com as línguas indígenas (Dissertação de mestrado em linguística), Universidade Estadual de Campinas. Disponível em https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/1342194

Hale, Ken L. (1966). Kinship reflections in syntax: some Australian languages. Word 22(1-3): 318-324. https://doi.org/10.1080/00437956.1966.11435458

Hale, Ken L. (1986). Notes on world view and semantic categories: some Warlpiri examples. In Pieter Muysken; Henk van Riemsdijk (eds.), Features and projections, pp. 233–54. Foris.

Haspelmath, Martin (2007). Pre-established categories don't exist: Consequences for language description and typology. Linguistic Typology 11(1): 119-132. https://doi.org/10.1515/LINGTY.2007.011

Heidegger, Martin (2003). A caminho da linguagem. Editora Vozes.

Laraia, Roque de Barros (1970). O sol e a lua na mitologia xinguana. In Claude Levi-Strauss (org.), Mito e linguagem social, de vários autores, pp. 107-134. Tempo Brasileiro.

Malhano, Hamilton Botelho (1993). Poética Alto Xinguana: a metáfora do abrigo-uma etnografia da casa (Dissertação em Artes Visuais). Universidade Federal do Rio de Janeiro. Disponível em https://pantheon.ufrj.br/handle/11422/6175

Mignolo, Walter (2003). Os esplendores e as misérias da ‘ciência’: Colonialidade, geopolítica do conhecimento e pluri-versalidade epistémica. In Boaventura Santos de Sousa (org.), Conhecimento prudente para uma vida decente: Um discurso sobre as ciências revistado. Edições Afrontamento.

Miranda, Camille Cardoso (2023). Estudo morfológico em línguas Arawák: uma abordagem tipológica (Tese de doutorado em linguística). Universidade Estadual de Campinas. Disponível em https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/1342902

Paula, Eunice Dias de (2014) A língua dos Apyãwa (Tapirapé) na perspectiva da Etnossintaxe. Editora Curt Nimuendajú.

Payne, David L. (1991). A classification of Maipuran (Arawakan) languages based on shared lexical retentions. In Desmond C. Derbyshire; Geoffrey K. Pullum (eds.), Handbook of Amazonian languages, vol. 3, pp. 355-499. Mouton de Gruyter.

Sapir, Edward (1958). The status of linguistics as a Science: Culture, language and personality. University of California Press.

Schultz, Emily (1990). Dialogue at the margins: Whorf, Bakhtin and linguistic relativity. The University of Wisconsin Press.

Steinen, Karl von den (1886). Durch Central-Brasilien. Brockhaus.

Turner, Victor (1967). The forest of symbols: Ithaca. Cornell University Press.

Viveiros de Castro, Eduardo B. (1977). Indivíduo e sociedade no Alto Xingu: Os Yawalapiti. (Dissertação de mestrado em antropologia social). Universidade Federal do Rio de Janeiro. Disponível em https://etnolinguistica.wdfiles.com/local--files/tese%3Acastro-1977/Castro_1977_Individuo_Sociedade_Alto_Xingu_OCR.pdf

Viveiros de Castro, Eduardo B. (2014). A inconstância da alma selvagem. Editora Cosac Naify.

Whorf, Benjamin L. (1936a). The punctual and segmentative aspects of verbs in Hopi. In John B. Carrols (ed.), Language, thought and reality (1979), pp. 51-56. The MIT Press.

Whorf, Benjamin L. (1936b). An American Indian model of the universe. In John B. Carrols (ed.), Language, thought and reality (1979), pp. 57-64. The MIT Press.

Whorf, Benjamin L. (1938). Some verbal categories of Hopi. In John B. Carrols (ed.), Language, thought and reality (1979), pp. 112-124. The MIT Press.

Whorf, Benjamin L. (1939). The relation of habitual thought and behavior to language. In John B. Carrols (ed.), Language, thought and reality (1979), pp. 134-159. The MIT Press.

Whorf, Benjamin L. (1940a). Science and Linguistics. In John B. Carrols (ed.), Language, Thought and Reality (1979), pp. 207-218. The MIT Press.

Whorf, Benjamin L. (1940b). Linguistics as an exact science. In John B. Carrols (ed.), Language, thought and reality (1979), pp. 220-232. The MIT Press.

Whorf, Benjamin L. (1941a). Languages and logic. In John B. Carrols, John (ed.), Language, thought and reality (1979), pp. 233-245. The MIT Press.

Whorf, Benjamin L. (1941b). Language, mind, and reality. In John B. Carrols (ed.), Language, thought and reality (1979), pp. 246-269. The MIT Press.

Whorf, Benjamin L. (1979). Language, thought and reality. John B. Carrols (ed.), The MIT Press.

Wierzbicka, Anna (1979). Ethno-Syntax and the philosophy of grammar. Studies in Language 3(3): 313-383. https://doi.org/10.1075/sl.3.3.03wie

Wierzbicka, Anna (1997). Understanding cultures through their key words: English, Russian, Polish, German, and Japanese (Oxford Studies in Anthropological Linguistics). Oxford University Press.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.

Copyright (c) 2024 Gabriel Diniz Gruber

Downloads

Não há dados estatísticos.