Características morfométricas e fisiológicas de sementes de trigo mourisco durante a maturação

Palavras-chave: Aquênios, Dormência, Fagopyrum esculentum Moench, Germinação, Trigo Sarraceno

Resumo

Recentemente tem aumentado o interesse por grãos sem glúten em substituição ao trigo comum para o processamento de alimentos. Os grãos de trigo mourisco ou trigo sarraceno têm aplicação agroindustrial promissora devido às recentes descobertas de sua elevada qualidade nutricional e ausência de glúten. Este estudo teve como objetivo avaliar as mudanças físicas e fisiológicas ocorridas durante o desenvolvimento de sementes do trigo mourisco coletadas após 30, 37, 44 e 52 dias da antese. A produção de sementes de trigo mourisco ocorreu em Latossolo Vermelho distroférrico, durante a safra de inverno de 2019, em Dourados, Mato Grosso do Sul, Brasil. As hastes florais foram identificadas para a coleta de sementes em quatro épocas distintas após a antese. As sementes foram avaliadas quanto ao tamanho, massa fresca e seca, teor de água, germinação, envelhecimento acelerado, emergência a campo e desempenho de plântulas. O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado com quatro repetições. O teor de água das sementes aos 30 DAA é de 65,5% e reduz gradativamente até atingir 28,6% ao final da maturação, com 52 DAA. O tamanho e massa seca das sementes aumentam continuamente durante o desenvolvimento, até atingirem dimensões máximas aos 52 dias após a antese. Aos 30 dias após a antese, quando inicia o acúmulo de matéria seca, as sementes adquirem a capacidade de formar plântulas normais (58%). No entanto, após 44 dias da antese, a germinação das sementes diminui concomitante à aquisição de dormência durante a maturação.

Biografia do Autor

Bruna Neves Pereira da Silva, Universidade Federal da Grande Dourados - UFGD
Mestre em Agronomia (PPGAGRO), Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Dourados (MS), Brasil.
Tathiana Elisa Masetto, Universidade Federal da Grande Dourados - UFGD
Docentes do Programa de Pós-graduação em Agronomia (PPGAGRO), Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Dourados (MS), Brasil.
Gislaine da Silva Pereira, Universidade Federal da Grande Dourados - UFGD
Graduandos em Agronomia, Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Dourados (MS), Brasil.
Camila Benitez Vilhasanti, Universidade Federal da Grande Dourados - UFGD
Graduando em Agronomia, Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Dourados (MS), Brasil.
Gustavo Coelho Arantes, Universidade Federal da Grande Dourados - UFGD
Graduando em Agronomia, Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Dourados (MS), Brasil.
Luís Carlos Ferreira de Souza, Universidade Federal da Grande Dourados - UFGD
Docente do Programa de Pós-graduação em Agronomia (PPGAGRO), Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Dourados (MS), Brasil.

Referências

BASKIN, J. M.; BASKIN, C. C. A classification system for seed dormancy. Seed Science Research, v. 14, n. 1, p. 1-16. 2004.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. Regras para Análise de Sementes. Brasília: MAPA/ACS, 2009. 399p.

CAWOY, V.; LEDENT, J. F.; KINET, J. M.; JACQUEMART, A. L. Floral biology of common buckwheat (Fagopyrum esculentum Moench). The European Journal of Plant Science and Biotechnology, v. 3, n. 1, p. 1-9, 2009.

ELLIS, R. H. Temporal patterns of seed quality development, decline, and timing of maximum quality during seed development and maturation. Seed Science Research, v. 29, n. 2, p. 135-142. 2019.

FERREIRA, D. F. Sisvar: a computer statistical analysis system. Ciência e Agrotecnologia, v. 35, n. 6, p. 1039-1042, 2011.

FINCH-SAVAGE, W. E.; BASSEL, G. W. Seed vigour and crop establishment: extending performance beyond adaptation. Journal of Experimental Botany, v. 67, n. 3, p. 567-591, 2015.

HARA, T.; TETSUKA, T.; MATSUI, K.; IKOMA, H.; SUGIMOTO, A.; SHIRATSUCHI, H. Evaluation of cultivar differences in preharvest sprouting of common buckwheat (Fagopyrum esculentum Moench). Plant Production Science, v. 11, n. 1, p. 82-87, 2008.

HARA, T.; TAKESHIMA, R.; MATSUI, K. Genes with different modes of inheritance regulate seed germination in preharvest-sprouting-tolerant lines of buckwheat (Fagopyrum esculentum). Japan Agricultural Research Quarterly: JARQ, v. 54, n. 2, p. 137-143, 2020.

HORBOWICZ, M.; OBENDORF, R. L. Fagopyritol accumulation and germination of buckwheat seeds matured at 15, 22 and 30 °C. Crop Science, v. 45, n. 4, p. 1264-1270, 2005.

HUANG, Z.; ÖLÇER-FOOTITT, H.; FOOTITT, S.; FINCH-SAVAGE, W. E. Seed dormancy is a dynamic state: variable responses to pre-and post-shedding environmental signals in seeds of contrasting Arabidopsis ecotypes. Seed Science Research, v. 25, n. 2, p. 159-169, 2015.

LEPRINCE, O.; PELLIZZARO, A.; BERRIRI, S.; BUITINK, J. Late seed maturation: drying without dying. Journal of Experimental Botany, v. 68, n. 4, p. 827-841, 2017.

MAGUIRE, J. D. Speed of germination aid in selection and evaluation for seedling and vigour. Crop Science, v. 2, n. 2, p. 176-177, 1962.

MARCOS FILHO, J. Seed vigor testing: an overview of the past, present and future perspective. Scientia Agricola, v. 72, n. 4, p. 363-374, 2015.

MARCOS FILHO, J. Teste de envelhecimento acelerado. In: KRZYZANOWSKI, F. C.; VIEIRA, R. D.; FRANÇA NETO, J. B. (ed.). Vigor de sementes: conceitos e testes. Londrina: Abrates, 1999. p. 3-24.

NAKAGAWA, J. Testes de vigor baseados no desempenho das plântulas. In: KRZYZANOWSKI, F. C.; VIEIRA, R. D.; FRANÇA-NETO, J. B. (ed.). Vigor de sementes: conceitos e testes. Londrina: Abrates, 1999. p. 2-24.

PEREIRA, G. P.; CARVALHO, R. I. N.; BIASI, L. A. Qualidade fisiológica de sementes de uva-do-japão após envelhecimento acelerado e armazenamento. Acta Scientiarum Agronomy, v. 32, n. 3, p. 527-532, 2010.

QUINET, M.; CAWOY, V.; LEFEVRE, I.; VAN MIEGROET, F.; JACQUEMART, A. L.; KINET, J. M. Inflorescence structure and control of flowering time and duration by light in buckwheat (Fagopyrum esculentum Moench). Journal of Experimental Botany, v. 55, n. 402, p. 1509-1517, 2004.

SAMIMY, C. Seed dormancy in common buckwheat (Fagopyrum esculentum Moench.). United Kingdom: Plant Varieties and Seeds, 1994. 22p.

SANO, N.; RAJJOU, L.; NORTH, H. M.; DEBEAUJON, I.; MARION-POLL, A.; SEO, M. Staying alive: molecular aspects of seed longevity. Plant and Cell Physiology, v. 57, n. 4, p. 660-674, 2016.

TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. 719p.

UNAL, H.; IZLI, G.; IZLI, N.; ASIK, B. B. Comparison of some physical and chemical characteristics of buckwheat (Fagopyrum esculentum Moench) grains. CyTA - Journal of Food, v. 15, n. 2, p. 257-265, 2017.

WIJNGAARD, H.; ARENDT, E. K.; BUCKWHEAT. Cereal Chemistry, v. 83, n. 4, p. 391-401, 2006.

WU, Q.; ZHAO, G.; BAI, X.; ZHAO, W.; XIANG, D.; WAN, Y.; XIAOYONG, W.; YANXIA, S.; MAOLING, T.; LIANXIN, P.; ZHAO, J. Characterization of the transcriptional profiles in common buckwheat (Fagopyrum esculentum) under PEG-mediated drought stress. Electronic Journal of Biotechnology, v. 39, p. 42-51, 2019.

YU, F.; CHEN, S. Morphological and biochemical changes of Aesculus chinensis seeds in the process of maturation. New Forests, v. 43, n. 4, p. 429-440, 2012.

Publicado
2022-02-21
Seção
Agronegócio