Acessibilidade / Reportar erro

O comportamento de linhagens de algodão delfos e stoneville em Ribeirão Preto

Resumos

1. Comparam-se os resultados de produção de linhagens de algodão provenientes das variedades Delfos 719 e Stoneville 2B com a variedade comercial I. A. 7387 (testemunha), na Estação Experimental de Ribeirão Preto durante 5 anos (1937/38 a 1941/42). 2. Observou-se grande variação anual de produção durante este período de experiências, com predominância de anos de produções inferiores. 3. Verificou-se que o número de capulhos formados é correlacionado com a quantidade e distribuição das chuvas no período de florescimento do algodoeiro, sendo que o excesso de chuvas nessa época é fator preponderante para redução da safra, provavelmente por causar aumento do "shedding". 4. Em 1937/38 uma mistura de linhagens Delfos produziu estatisticamente mais que a testemunha, superando-a em 18%. 5. Nos 4 anos seguintes, linhagens de Delfos e Stoneville 2B, isoladas em 1937/38, foram estatisticamente superiores à variedade I. A. 7387. 6. Todas as linhagens Stoneville 2B e oito das linhagens Delfos tiveram menor variabilidade de produção do que a variedade I. A. 7387; foram, portanto, menos influenciadas pelas condições climáticas verificadas no período de experimentação. 7. A melhor dentre as linhagens Delfos, a de n.° 38/1418, produziu mais que a variedade I. A. 7387 nos 4 anos de confronto, dando neste período a produção média de 243,5 arrobas de algodão em caroço por alqueire (1.509 Kg por Ha) contra 188,9 arrobas do I. A. 7387 (1.171 Kg por Ha), equivalente a mais 28,9% sôbre a produção desta. 8. No grupo das linhagens de Stoneville 2B, a de n.° 38/1709 é a melhor; sua produção foi superior à da testemunha em 3 anos, dando, no período de 4 anos, a média de 227,9 arrobas por alqueire (1.408 Kg por Ha), ou seja, 20,6% mais de algodão em caroço do que a variedade I. A. 7387. 9. As linhagens Delfos 38/1418 e Stoneville 38/1709 podem concorrer para melhoramento da produção na região de Ribeirão Preto.


1. The yield of cotton strains derived from Delfos 719 and from Stoneville 2B was compared in trials with the commercial variety I. A. 7387 (control) at the Ribeirão Preto Agricultural Experiment Station for five consecutive years (1937/38 - 1941 /42). 2. Annual yield varied considerably during these years. Low yields dominated. 3. Number of bolls formed was found to be correlated to quantity of rain and its distribution during the flowering time. Too much rain weighs against yield lowering it, probably on account of the increase of shedding. 4. In 1937/38 a bulk of several strains of Delfos surpassed statistically the control in 18%. 5. In the four subsequent years, strains of Delfos and Stoneville 2B, isolated in 1937/38, proved to be far superior to I. A. 7387. 6. All strains of Stoneville 2B and eight strains of Delfos showed less variation in production than I. A. 7387, showing that they are less influenced by the environmental factors. 7. The best strain of Delfos, the one 38/1418 surpassed I. A. 7387 in yield during four trial years, averaging 1,348 pounds of seed cotton per acre against 1,046 pounds, or 28,9% above the control. 8. Among strains of Stoneville 2B, the one 38/1709 proved to be the best; its yield was superior to that of the control in three out of four years. During four years the average yield of this strain was 1,262 pounds of seed cotton per acre or 20,6% above the control. 9. Delfos strain 38/1418 and Stoneville 38/1709 could be used in the improvement of cotton production in the district of Ribeirão Preto.


O comportamento de linhagens de algodão delfos e stoneville em Ribeirão Preto

Ismar Ramos; Mário Vieira de Morais

RESUMO

1. Comparam-se os resultados de produção de linhagens de algodão provenientes das variedades Delfos 719 e Stoneville 2B com a variedade comercial I. A. 7387 (testemunha), na Estação Experimental de Ribeirão Preto durante 5 anos (1937/38 a 1941/42).

2. Observou-se grande variação anual de produção durante este período de experiências, com predominância de anos de produções inferiores.

3. Verificou-se que o número de capulhos formados é correlacionado com a quantidade e distribuição das chuvas no período de florescimento do algodoeiro, sendo que o excesso de chuvas nessa época é fator preponderante para redução da safra, provavelmente por causar aumento do "shedding".

4. Em 1937/38 uma mistura de linhagens Delfos produziu estatisticamente mais que a testemunha, superando-a em 18%.

5. Nos 4 anos seguintes, linhagens de Delfos e Stoneville 2B, isoladas em 1937/38, foram estatisticamente superiores à variedade I. A. 7387.

6. Todas as linhagens Stoneville 2B e oito das linhagens Delfos tiveram menor variabilidade de produção do que a variedade I. A. 7387; foram, portanto, menos influenciadas pelas condições climáticas verificadas no período de experimentação.

7. A melhor dentre as linhagens Delfos, a de n.° 38/1418, produziu mais que a variedade I. A. 7387 nos 4 anos de confronto, dando neste período a produção média de 243,5 arrobas de algodão em caroço por alqueire (1.509 Kg por Ha) contra 188,9 arrobas do I. A. 7387 (1.171 Kg por Ha), equivalente a mais 28,9% sôbre a produção desta.

8. No grupo das linhagens de Stoneville 2B, a de n.° 38/1709 é a melhor; sua produção foi superior à da testemunha em 3 anos, dando, no período de 4 anos, a média de 227,9 arrobas por alqueire (1.408 Kg por Ha), ou seja, 20,6% mais de algodão em caroço do que a variedade I. A. 7387.

9. As linhagens Delfos 38/1418 e Stoneville 38/1709 podem concorrer para melhoramento da produção na região de Ribeirão Preto.

SUMMARY

1. The yield of cotton strains derived from Delfos 719 and from Stoneville 2B was compared in trials with the commercial variety I. A. 7387 (control) at the Ribeirão Preto Agricultural Experiment Station for five consecutive years (1937/38 - 1941 /42).

2. Annual yield varied considerably during these years. Low yields dominated.

3. Number of bolls formed was found to be correlated to quantity of rain and its distribution during the flowering time. Too much rain weighs against yield lowering it, probably on account of the increase of shedding.

4. In 1937/38 a bulk of several strains of Delfos surpassed statistically the control in 18%.

5. In the four subsequent years, strains of Delfos and Stoneville 2B, isolated in 1937/38, proved to be far superior to I. A. 7387.

6. All strains of Stoneville 2B and eight strains of Delfos showed less variation in production than I. A. 7387, showing that they are less influenced by the environmental factors.

7. The best strain of Delfos, the one 38/1418 surpassed I. A. 7387 in yield during four trial years, averaging 1,348 pounds of seed cotton per acre against 1,046 pounds, or 28,9% above the control.

8. Among strains of Stoneville 2B, the one 38/1709 proved to be the best; its yield was superior to that of the control in three out of four years. During four years the average yield of this strain was 1,262 pounds of seed cotton per acre or 20,6% above the control.

9. Delfos strain 38/1418 and Stoneville 38/1709 could be used in the improvement of cotton production in the district of Ribeirão Preto.

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

LITERATURA CITADA

  • 1.  Martins, R. C. Relatório do Instituto Agronômico de Campinas, 1925/26 : 257-325. 1927
  • 2.  Martins, R. C. Relatório do Instituto Agronômico de Campinas. 1926/27 : 5-90 (sem data).
  • 3.  Martins, R. C. Relatório do Instituto Agronômico de Campinas. 1927/28 : 45-90 (sem data).
  • 4.  Martins, R. C. Relatório do Instituto Agronômico de Campinas. 1928/29 : 9-62. 1935
  • 5.  Martins, R. C. Relatório do Instituto Agronômico de Campinas. 1929/30 : 29-67. 1935
  • 6.  Brown, H. B. Em Cotton. MacGraw-Hill Book Company, Inc., pág. 1-592, ilust. New York and London. 1938
  • 7.  Fraga Jr., C. G., I. Ramos e M. V. Morais. Relatório dos trabalhos de genética aplicada ao melhoramento do algodão, orientados pelo dr. S. C. Harland. Inst. Agronômico de Campinas. 1935/36. Não publicado.
  • 8.  King, B. M. Good varieties of Cotton for Missouri. Missouri Exp. St. Circ. 206 : 1-8. 1940
  • 9.  Fraga Jr., C. G., I. Ramos e M. V. Morais. Relatório dos trabalhos de genética aplicada ao melhoramento do algodão, orientados pelo dr. S. C. Harland. Inst. Agronômico de Campinas. 1936/37. Não publicado.
  • 10.  Fraga Jr., C. O., I. Ramos. M. V. Morais e J. C. Medina. Relatório dos trabalhos de genética aplicada ao melhoramento do algodão, orientados pelo dr. S. C. Harland. Inst. Agronômico de Campinas. 1937/38. Não publicado.
  • 11.  Fraga Jr., C. G., I. Ramos, M. V. Morais e J. C. Medina. Relatório dos trabalhos de genética aplicada ao melhoramento do algodão, orientados pelo dr. S. C Harland. Inst. Agronômico de Campinas. 1938/39. Não publicado.
  • 12.  Fraga Jr., C. G., I. Ramos e M. V. Morais. Relatório dos trabalhos de genética aplicada ao melhoramento do algodão. Inst. Agronômico de Campinas, 1939/40. Não publicado.
  • 13.  Fraga Jr., C. G., X. Ramos e M. V. Morais. Relatório dos trabalhos de genética aplicada ao melhoramento do algodão. Inst. Agronômico de Campinas. 1940/41. Não publicado.
  • 14.  Fraga Jr.; C. G. e M. V. Morais. Relatório dos trabalhos de genética aplicada ao melhoramento do algodão. Inst. Agronômico de Campinas. 1941/42. Não publicado.
  • 15.  Fisher, R. A. Em Statistical Methods for Research Workers, pág. XII+339, Oliver and Boyd, London. 1936.
  • 16.  Goulden, C. H. Em Methods of Statistical Analysis, pág. VHI+227. John Wiley & Sons, Inc., London. 1939.
  • 17.  Cox, G. M. e R. C. Eckhardt. The Analysis of Lattice and Triple Lattice Experiments in Corn Varietal Tests. Iowa Agr. Exp. St. Res. Bul. 281 : 1-44. 1940.
  • 18.  Hambleton, E. J. O percevejo "Horcius nobilelius (Berg)" como nova praga do algodoeiro em São Paulo; observações preliminares. Arq. Inst. Biol. São Paulo 9: 85-92, il., 1938.
  • 19.  Hambleton, E. J. Experiências para combater o percevejo "Horcius nobilelius (Berg)" do algodão. Arq. Inst. Biol. São Paulo 10: 207-218. il, 1939.
  • 20.  Balls, W. L. Em The Cotton Plant in Egypt, pág. XI + 202, il. Mac Millan and Co., Limited, London. 1912.
  • 21.  Harland, S. C. Manurial Experiments with Sea Island Cotton in St. Vincent with some notes on factors affecting the yield. West. Ind. Bul. 16: 169-20. II 1917.
  • 22.  Ewing, E. C. A Study of Certain Environmental Factors and Varietal Differences Influencing the Fruiting of Cotton. Mississipi Agr. Exp. St. Tech. Bul. 8: 1-98. 1918.
  • 23.  Lloyd, F. E. Environmental, Changes and Their effect upon Boll Shedding in Cotton. Ann. New York Acad. Sci. 39: 1-131. 1921.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    28 Jun 2010
  • Data do Fascículo
    Dez 1943
Instituto Agronômico de Campinas Avenida Barão de Itapura, 1481, 13020-902, Tel.: +55 19 2137-0653, Fax: +55 19 2137-0666 - Campinas - SP - Brazil
E-mail: bragantia@iac.sp.gov.br