Acessibilidade / Reportar erro

AS EMOÇÕES NAS INTERAÇÕES E A APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA

Resumo:

A teoria da aprendizagem significativa considera a educação como o conjunto de experiências cognitivas, afetivas e psicomotoras que contribuem para o desenvolvimento do estudante. As inter-relações entre significação e afetividade podem ser aprofundadas a partir de uma base teórica da psicologia neurocognitiva. Neste texto propomos alguns elementos teóricos para o aprofundamento e a consideração explícita da vertente emocional do conhecimento e da aprendizagem significativa, articulando a teoria educacional de Novak à abordagem neurobiológica de António Damásio.

Palavras-chave:
aprendizagem significativa; emoções e sentimentos.

Abstract:

The meaningful learning theory considers the education as the set of cognitive, affective and psychomotor experiences that contribute for the learner's development. The relationships between meaningful and affectivity can be deepened from a theoretical base of neurocognitive psychology. In this text we consider some theoretical elements for the deepening and the explicit consideration of the emotional source of the knowledge and the meaningful learning articulating the Novak's educational theory and the neurobiology theory of António Damásio.

Keywords:
meaningful learning; emotion and feeling.

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

  • CAMBRIDGE JOURNAL OF EDUCATION (1996). The Emotions in Teaching. Cambridge, Carfax - International Periodical Publishers, v. 26, n.3. Special Issue.
  • DAMÁSIO, A. (1996) O Erro de Descartes: emoção, razão e o cérebro humano. São Paulo: Companhia das Letras.
  • DAMÁSIO, A. (2000) O Mistério da Consciência: do corpo e das emoções do conhecimento de si. São Paulo: Companhia das Letras.
  • DARWIN, C. (1872/1965) The Expression of the Emotions in Man and AnimalsChicago: University of Chicago Press.
  • EKMAN, P.; FRIESEN, W.V. (1971) Constants across cultures in the face and emotion. Journal of Personality and Social Psychology v.17, n.2, p.124-129.
  • EKMAN, P.; FRIESEN, W.V. (1978) Facial action coding system: investigator's guide Palo Alto: Consulting Psychologist Press.
  • GRIFFITHIS, P.E. (1997) What Emotions Really Are: the problem of psychological categories. Chicago: University of Chicago Press.
  • INTERNATIONAL JOURNAL OF SCIENCE EDUCATION (2003) London: Taylor & Francis, v. 25, n. 9, set. Mini Special Issue.
  • JAMES, W. (1884/1997) What is an emotion? Mind n.9. p.188-205 apud GRIFFITHIS, P.E. What Emotions Really Are: the problem of psychological categories. Chicago: University of Chicago Press. 285p.
  • JAMES, W. (1893/1987) The Principles of Psycology New York: Holt apud VYGOTSKII, L.S. {1896-1934} Emotions and their development in childhood. In: The collected works of L. S. Vygotsky Translation: Sobranie Sochinenii. v.1. Problems of general psychology. New York: Plenum Press.
  • LEE, O.; ANDERSEN, C.W. (1993) Task Engagement and Conceptual Change in Middle School Science Classrooms. American Educational Research Journal30(3), p. 585-610.
  • MOREIRA, M.A. (2000) Aprendizaje significativo: teoria y práctica. Madrid: Visor.
  • MOREIRA, M.A. (2005) Aprendizagem Significativa Crítica. Porto Alegre.
  • PALMERO, G.R.; PALMERO, M.L.R. (1998) Una Propuesta de Incorporación de la Vertiente Afectiva del Conocimiento y del Contexto en la V Heurística. Investigações em Ensino de Ciências3(3).
  • PINTRICH, P.R., MARX, R.W. e BOYLE, R.A. (1993) Beyond Cold Conceptual Change: the role of motivational beliefs and classroom contextual factors in the process of contextual change. Review of Educational Research, 63 (2), 167-199.
  • SACKS, O.W. (1995) Um antropólogo em marte: sete histórias paradoxais. São Paulo: Companhia das Letras.
  • SACKS, O.W. (1997) O homem que confundiu sua mulher com um chapéu e outras histórias clínicas. São Paulo: Companhia das Letras.
  • SANTOS, F.M.T. (1997) Afeto, Emoção e Motivação: uma nova agenda para a pesquisa em ensino de ciências. In: I ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM ENSINO DE CIÊNCIAS. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul/Instituto de Física da UFRGS, p. 249-255.
  • SANTOS, F.M.T.; MORTIMER, E.F. (1998) Investigando as Interações Afetivas nas Salas de Aula de Química. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE QUÍMICA, 21. Poços de Caldas: Sociedade Brasileira de Química.
  • SANTOS, F.M.T.; MORTIMER, E.F. (2003) How Emotions Shape the Relationship between a Chemistry Teacher and Her High School Students. International Journal of Science Educationvol.25, n.9. p. 1095-1110
  • SIMPSON, R.D.; KOBALLA, T.R.; OLIVER, J.S.; CRAWLEY, F.E. (1994) Research on the affective dimension of science learning. In: GABELL, D.L. (Ed.). Handbook of research on Science Teaching and Learning New York: Macmillan Publishing Company.
  • VAN ZANTEN, A. H. (1995) Sociologia da Educação: dez anos de pesquisa. Petrópolis: Vozes.
  • VYGOTSKI, L.S. (1987) Emotions and their development in childhood. In: The collected works of L. S. Vygotsky Translation: Sobranie Sochinenii. v.1.. Problems of general psychology New York: Plenum Press.
  • 2
    Alguns trabalhos têm procurado tratar o tema a partir de diferentes referenciais teóricos, por exemplo: Simpson et al., 1994; Printrich et al., 1993; Lee e Andersen, 1993, Palmero e Palmero, 1998. Além disso, periódicos importantes da área têm dedicado números especiais à discussão do tema: International Journal of Science Education, 25(9), 2003; Cambridge Journal ofEducation, 26(3), 1996.
  • 3
    A homeostasia, segundo Damásio (2000, p. 60-61), "associa-se às reações fisiológicas coordenadas e em grande medida automáticas que são necessárias para manter estáveis os estados internos de um organismo vivo", tais como temperatura, concentração de oxigênio ou pH em nosso corpo.
  • 4
    Testes de julgamento e análise dos componentes são dois dos métodos utilizados por Darwin em suas investigações sobre a expressão facial humana. A análise do componente é uma descrição do papel de vários músculos na expressão facial das emoções. O teste de julgamento consiste em apresentar às pessoas fotografias, filmes ou desenhos do que parece ser uma clara expressão emocional de outro indivíduo. As pessoas são questionadas sobre qual o estado emocional que elas consideram estar expresso na imagem.
  • 5
    Essa classificação dos diferentes tipos de emoções foi criticada por Griffiths. As críticas dirigem-se principalmente à rigidez e dicotomia da classificação proposta por Damásio (1996). Vejamos: "Damásio acredita que as emoções primárias são inatas enquanto as emoções secundárias são adquiridas. Ele parece referir-se a essa dicotomia para usar os lados de entrada e saída de uma emoção. Sobre o lado de entrada, as emoções primárias são acionadas por estímulos aos quais o organismo é intrinsecamente sensível desde o início da infância. As emoções secundárias são acionadas por estímulos aos quais o organismo tornou-se sensível por meio da experiência. Sobre o lado de saída, as emoções primárias tem conseqüências psicológicas estereotipadas. Nas emoções secundárias estes efeitos são modulados de maneira que eles refletem o desenvolvimento individual" (Griffithis, 1997, p. 103). Em trabalho mais recente, Damásio (2000) relativiza a rigidez dessa classificação e é nessa perspectiva que estaremos utilizando esses conceitos.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Dez 2007

Histórico

  • Recebido
    17 Set 2006
  • Aceito
    28 Mar 2007
Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais Av. Antonio Carlos, 6627, CEP 31270-901 Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, Tel.: (55 31) 3409-5338, Fax: (55 31) 3409-5337 - Belo Horizonte - MG - Brazil
E-mail: ensaio@fae.ufmg.br