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SUJEITO DO ENSINO E ARTICULAÇÕES DE PODER: CONSENSO DE VERDADES NA EDUCAÇÃO

Subject of teaching and power articulations: consensus of truth in Education

El sujeto de enseñanza y articulaciones de poder: consenso de verdades en la Educación

Resumo

Inscrito nos pressupostos teórico-metodológicos da Análise do Discurso francesa, este estudo objetiva analisar os lugares de consenso e a produção de efeitos de verdade na educação, tratando-a sobre o trajeto da essencialidade e do caos. Para tanto, fundamenta-se nos estudos de Foucault (2005, 2006a, 2006b, 2007) e de Pêcheux (2008), voltando-se para a análise de capas da revista Nova Escola a partir de uma leitura discursiva que considera os lugares reservados ao sujeito do ensino - aluno e professor - e as articulações de poder-saber no campo da mídia, por meio dos quais se discute a educação brasileira. Atrelado à investigação acerca da discursividade e do sentido, o presente estudo dialoga com a proposta de oferecer um espaço de discussão ligado, por sua vez, à linguagem e seu funcionamento, apontando para a construção de um real no qual impera o dizer e a cena do dito.

Palavras-chave:
Discurso; Consenso; Educação; Mídia.

Abstract

Considering the theoretic and methodological principles from the French Discourse Analysis, this study aims to analyze the spaces of common agreement and the production of meaning effects of truth in Education through the way of essentiality and chaos. Therefore, this investigation is based on Foucault's studies (2005, 2006, 2007), as well as Pêcheux's (2008), proposing to analyze covers of the magazine Nova Escola through a discursive reading which considers the spaces reserved to the subjects of teaching - students and teachers - and the articulations of power-knowledge in the Media, regarding to the Brazilian education scenario. By considering the meaning and the discursive issues, this study is linked to the stage for the discussion which is, by its own turn, related to language matters and its work pointing to the construction of a real, through which remains the saying and the scene of what is said.

Keywords:
Discourse; Common Agreement; Education; Media

Resumen

Registrado en las presuposiciones teórica y metodológicas del Análisis del Discurso francesa, este estudio tiene por objetivo analizar los lugares de consenso y la producción de efectos de verdad en la educación, tratándola sobre el trayecto de la esencialidad y del caos. Para ello se fundamenta en los estudios de Foucault (2005, 2006a, 2006b, 2007) y Pêcheux (2008), volviendo para el análisis de tapas de la revista Nova Escola desde una lectura discursiva, que considera los lugares reservados al sujeto do enseñanza - alumno y profesor - y las articulaciones de poder-saber en el campo de la media, por medio de los cuales se discute la educación brasileña. Conectado con la investigación acerca del discursivo y del sentido, el presente estudio dialoga con la propuesta de ofrecer un espacio de discusión ligado, a su vez, con el lenguaje y su funcionamiento, apuntando para la construcción de una realidad en la cual impera el decir e la escena del dicho.

Palabras-clave:
Discurso; Consenso; Educación; Media.

1 INTRODUÇÃO

Ao se inscrever no leque de investigações que tratam da produção discursiva do sentido e ao se voltar para a concepção de discurso como uma dispersão, este trabalho investiga, nas estratégias discursivas da mídia, a produção e circulação de dizeres acerca da educação no Brasil. Importa aqui, através da descrição e interpretação de enunciados, conforme estabelece o método arquegenealógico de Michel Foucault (2005FOUCAULT, M. A arqueologia do saber. Trad. Luiz Felipe Baeta Neves. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2005.), fazer uma leitura dos dizeres que considere os resgates de uma memória social e a produção de efeitos de sentido sobre o pilar da essencialidade da educação no cenário nacional contemporâneo.

A partir dessa leitura, propõe-se analisar a discursividade mobilizada nas capas da revista Nova Escola, considerando esta como um veículo midiático que retoma discursos sobre o papel e sobre o lugar social ocupado pela escola. Tem-se que tal discursividade marca o trabalho com o dizer da revista, a qual restitui os efeitos de sentido que validam a condição de espaço de poder/saber da escola, por onde são produzidos e circulam efeitos de sentido de intervenção social e promoção da vida melhor. Defende-se que tais efeitos estão ligados ao trabalho com manobras discursivas de controle e de cerceamento do dizer.

No escopo das discursividades, a partir das quais são produzidos os efeitos de consenso de verdades na educação brasileira, é possível pensar sobre a constituição do sujeito do ensino e sobre as amarras das articulações de poder-saber na escola. A proposta é a de compreender o sujeito como uma posição-sujeito, isto é, um sujeito discursivo que está intimamente ligado às manobras em torno do dizer, uma vez que, não preexistindo ao discurso, "ele é uma construção no discurso, sendo este um feixe de relações que irá determinar o que dizer, quando e de que modo" (NAVARRO-BARBOSA, 2004NAVARRO-BARBOSA, P. O acontecimento discursivo e a construção da identidade na História. In: SARGENTINI, V; NAVARRO-BARBOSA, P. Foucault e os domínios da linguagem: discurso, poder, subjetividade. São Carlos: Claraluz, 2004., p. 113).

Para percorrer esse trajeto de investigação, problematizam-se as categorias: discurso, vontade de verdade, interdição, segregação do dizer, enunciado, memória, efeitos de sentido, visibilidade e acontecimento discursivo. Busca-se relacionar a questão do ensino e a produção de subjetividade, isto é, enxergar como se efetiva a fabricação das posições-sujeito do ensino - aluno e professor - na condição em que se encontra a educação nacional. Importa observar como esses elementos - a educação e seus sujeitos - são discursivizados na e pela mídia, neste caso, a partir da discursividade mobilizada nas capas da Revista Nova Escola.

O percurso analítico exige pensar na inscrição política, ética, econômica e cultural que as práticas discursivas reclamam nos dias de hoje. É preciso observar que, na esfera do dizer, há manifestação de saber e de vontade de verdades, isto é, miras determinadas que incitam, por sua vez, determinados efeitos de sentido e não outros em seu lugar (FOUCAULT, 2005FOUCAULT, M. A arqueologia do saber. Trad. Luiz Felipe Baeta Neves. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2005., p. 90). Assim, a leitura do dizer sempre pode ser outra, mas nunca qualquer uma.

2 A EDUCAÇÃO NA ORDEM DO DIZER: EFEITOS DE CONSENSO

Inicialmente, considerando que a questão discursiva tem sua efetividade assegurada no cenário de cobertura midiática na atualidade, pode-se afirmar que a educação tem ocupado espaço de evidência na cena pública. Nesse sentido, o sistema educacional tem sido objeto de análises, levantamentos, medidas de intervenção governamentais, discussões de especialistas, comparações nacionais e internacionais, valoração e nivelamento dos índices de desenvolvimento humano.

Inscrito na ordem do dizer, o sistema educacional brasileiro é, desse modo, um espaço de consensos que oscilam entre efeitos de sentido de essencialidade e de caos. Por um lado, há o efeito de consenso sobre sua condição caótica, sobre a feição problemática de seu desenvolvimento e de sua ação capenga nos dias de hoje. Por outro, tem-se a discussão sobre sua caracterização como ferramenta primordial para o desenvolvimento social, para o equilíbrio do país. Nessa dimensão, a educação se apresenta como atualizada, em processo de ascensão e de renovação no qual novos profissionais, com novos perfis de atuação, desenvolvem suas atividades.

Em ambos os aspectos, prevalece um efeito de consenso, seja de sistema em ruínas, seja de proposta renovada. Desse modo, perseguindo o trajeto de discursividade ligada à temática da educação no Brasil, é possível enxergar e problematizar a produção discursiva e a mobilidade de dizeres na mídia que incitam o resgate de memória e permitem analisar o deslize do sentido acerca de tais consensos, que produzem a imagem da escola e da educação no cenário nacional.

Com isso, olhar para a questão da descrição e interpretação dos discursos torna-se crucial, haja vista que o dizer está diretamente atrelado ao equívoco da língua: "todo enunciado é intrinsecamente suscetível de tornar-se outro, diferente de si mesmo, se deslocar discursivamente de seu sentido para derivar para um outro" (PÊCHEUX, 2008PÊCHEUX, M. O discurso: estrutura ou acontecimento. Trad. Eni Puccinelli Orlandi. Campinas, SP: Pontes, 2008., p. 53). É, portanto, nesse espaço em que se oferece lugar à interpretação, bem como à priorização da descrição de enunciados, que se volta para os efeitos de importância e de crise, de essencialidade e de descrédito que modulam o olhar para as condições do ensino formal no país.

O percurso exige revisitar a proposta de discurso como dispersão, lendo o trabalho da mídia a partir de operações e estratégias de fazer ver e de fazer sentir, numa relação estreita com o poder e o saber já que, conforme aponta Foucault (2006a_______. A ordem do discurso. São Paulo: Loyola, 2006a., p. 9) em A ordem do Discurso: "Em toda sociedade a produção do discurso é ao mesmo tempo controlada, selecionada, organizada e redistribuída por certo número de procedimentos que têm por função conjurar seus poderes e perigos, dominar seu acontecimento aleatório, esquivar sua pesada e temível materialidade."

Esse aspecto de temível materialidade discursiva de que trata Foucault, diz respeito aos procedimentos de controle do dizer, o cerceamento do discurso que assegura o que pode e deve ser dito em determinado lugar e a partir de certas condições de produção. Assim, nesse ambiente onde a mídia impera como a medida de todas as coisas (GOMES, 2004GOMES, W. Transformação da política na era da comunicação. São Paulo: Paulus, 2004.), ao circular socialmente, aquilo que perpassa e preenche o espaço do dizível, é antes fruto de uma rigorosa operação de seleção, balizamento e interdição.

Lendo essa dimensão da mídia e propondo sua inscrição como dispositivo de poder-saber, Thompson (2009, p. 19) fala de um processo de reelaboração do caráter simbólico da vida social, defendendo que o desenvolvimento dos meios de comunicação representa uma reordenação dos "meios pelos quais a informação e o conteúdo simbólico são produzidos e intercambiados no mundo social e uma reestruturação dos meios pelos quais os indivíduos se relacionam entre si".

Nessa corrente, tem-se que os dizeres de agora são sempre atravessados pelo já-dito. Os discursos são sempre veículo de retomada e resgate de outros discursos, permitindo "multiplicar as relações entre o que é dito aqui, dito assim e não de outro jeito, com o que é dito em outro lugar, a fim de entender a presença de não ditos no interior do que é dito." (PÊCHEUX, 2008PÊCHEUX, M. O discurso: estrutura ou acontecimento. Trad. Eni Puccinelli Orlandi. Campinas, SP: Pontes, 2008., p. 44). Essa operação diz respeito àquilo que se apresenta e constitui o espaço de visibilidade pública, isto é, o acontecimento discursivo que convoca, na agressividade de sua irrupção, os sujeitos sociais à tomada de posição, à discussão, enfim, à leitura do recorte de real que se apresenta.

Diante disso, pode-se afirmar que, nos dias de hoje, não se pode defender a existência de uma realidade universal e panorâmica, mas recortes de real construídos pelo regime de verdade, erguidos em tramas de poder-saber, que fundamentam, com os seus efeitos de fazer ver, os consensos e as resistências. Assim sendo,

O importante [...] é que a verdade não existe fora do poder ou sem poder [...] a verdade é deste mundo; ela é produzida nele graças a múltiplas coerções e nele produz efeitos regulamentados de poder. Cada sociedade tem seu regime de verdade, sua "política geral" de verdade: isto é, os tipos de discurso que ela acolhe e faz funcionar como verdadeiros; os mecanismos e as instâncias que permitem distinguir os enunciados verdadeiros dos falsos, a maneira como se sanciona uns e outros; as técnicas e os procedimentos que são valorizados para a obtenção da verdade; o estatuto daqueles que têm o emprego de dizer o que funciona como verdadeiro. (FOUCAULT, 2007_______. Microfísica do poder. Org. e Trad. Roberto Machado. Rio de Janeiro: Graal, 2007., p. 12).

Atrelando essa leitura ao objeto de investigação neste estudo, pode-se afirmar que a educação no Brasil tem se tornado um campo de discussões as mais vastas possíveis, o que oportuniza uma caracterização dual de sua condição atual: de um lado, a reafirmação de seu caráter de essencial para a promoção do desenvolvimento social, econômico e humano e, de outro, seu atestado de caos, de depreciação e ineficiência.

As formas e modos de dizer produzidos e difundidos pela mídia nessa direção reforçam um ou outro aspecto dessa dualidade e, nessa operação, observa-se o jogo com estratégias discursivas - ora de evidência, ora de silenciamento - as quais oportunizam efeitos de verdade e, consequentemente, de consenso. Segundo Souza (2014SOUZA, P. A dimensão dramatúrgica do acontecimento discursivo. In: PIOVEZANI, C; CURCINO, L; SARGENTINI, V. Presenças de Foucault na Análise do Discurso. São Carlos, SP: EdUFSCar , 2014., p. 104), inscrito e trabalhado nesse viés de cobertura e de visibilidade, onde imperam a interdição, a vontade de verdade e a segregação da palavra, "o acontecimento discursivo consiste na abertura para a possibilidade de o dizer correr conforme a contingência do momento de fala". Trata-se, portanto, "de entregar-se ao acaso do discurso sem temer o aleatório de seu fluxo".

Seguindo a perspectiva foucaultiana na investigação do discurso e do sentido, é possível trazer que, ao se constituir como um mecanismo que mobiliza poder e saber, a revista Nova Escola opera, nas capas de suas edições, um sinuoso trabalho em torno da verdade. Tem-se, nessas condições, uma operação estratégica em torno do dizer que mexe com a memória, estabelece uma ligação interdiscursiva entre um passado e uma atualidade e convoca a massa de sujeitos sociais a se posicionar mediante um efeito de polarização: a educação é, ao mesmo tempo, sinônimo de essencialidade e de caos.

É o fetiche do acontecimento sinalizando para os efeitos de espetáculo, uma vez que "o que o espetáculo apresenta como perpétuo é fundado sobre a mudança, e deve mudar com a sua base. O espetáculo é absolutamente dogmático e, ao mesmo tempo, não pode levar a nenhum dogma sólido" (DEBORD, 2002DEBORD, G. A sociedade do espetáculo. Trad. Francisco Alves e Afonso Monteiro. Rio de Janeiro: Contraponto, 2002., p. 52). E, nessa operação, tem-se o trabalho se fazer ver, isto é, a projeção sobre o que deve ser evidenciado, vislumbrado, e sempre a partir de determinados efeitos de sentido e não outros em seu lugar.

A educação surge, portanto, como um acontecimento discursivo. Ela é exposta e trazida ao espaço do visível e do dizível pelo trânsito de enunciados acerca de sua condição no cenário nacional. A sociedade é convocada a se posicionar e, nesse jogo, a mídia engendra um percurso de discursividade e de mobilidade de memória, no escopo da evidência midiática. Essas condições de possibilidade do discurso interessam porque, ao abrir espaço para a rememoração, permite-se que se olhe para o presente, para o passado e para o futuro.

Em suma, ao considerar o trabalho da mídia na produção de dizeres e de sentidos sobre a educação no Brasil, é possível enxergar uma trama de relações sinuosas e estratégias de visibilidade e de cerceamento do dizer que resultam na produção de efeitos de sentido de consenso. A educação é discursivizada num cenário de trânsito de enunciados, de verdades fabricadas, de poderes e de saberes que justificam, corroboram, dualizam, provocam e caracterizam sua qualidade no escopo de uma dualidade: ruína e renovação, descrédito e resistência.

Pelo caminho da discursividade é possível observar então que a educação - sendo ela uma questão histórica atrelada à política, à economia, e à iniciativa governamental, interessando, portanto, a todos - tem sido objeto de discursivização na e pela mídia ao longo do tempo.

3 SOBRE A EDUCAÇÃO NO BRASIL: OS EFEITOS DO DISCURSO DA INEFICIÊNCIA

Voltando-se para a cisão histórica da realidade educacional brasileira, é possível afirmar que prevalecem, no espaço de sua discursivização, efeitos de um discurso de ineficiência. Assim, reportagens, matérias jornalísticas, coberturas televisivas de talk shows a documentários, tratam da situação do sistema formal de ensino no país, sob o viés da má qualidade e da responsabilização governamental.

Tal discurso adquire efeitos de ratificação na apresentação de índices comparativos negativos, na transmissão de coberturas e de recortes que, por sua vez, concatenam o efeito de desprestígio e de minimização de resultados positivos. O trajeto de discursividade da educação brasileira pode ser percebido, portanto, no espaço de efeitos de negativação e de caos.

Considerando a incursão da mídia sobre a posição-sujeito professor e a posição-sujeito aluno, e ainda, a função-escola no contexto nacional, pode-se observar a operação com um discurso social1 1 Numa referência aos estudos de Marc Angenot na obra O discurso social e as retóricas da incompreensão: consensos e conflitos na arte de (não) persuadir (ANGENOT, 2015). que procura produzir um espetáculo de verdades no bojo do que pode ser verificado, confirmado pelas lentes que se impõem.

Tem-se, nesse espaço de leitura, a produção de um consenso, já que, segundo Coulomb-Gully, (2014, p. 149):

As mídias produzem significações comuns, e pelos efeitos de intertextualidade, de retomadas e de citações que caracterizam o universo midiático, contribuem para forjar o que se poderia chamar de senso comum midiático, uma espécie de vulgata que, apesar das críticas apontadas, confere-lhe um status de objetividade mais ou menos assumida.

Ao evidenciar a conjuntura de ineficiência do sistema educacional brasileiro, as operações midiáticas em torno das discursividades que são produzidas, abrem espaço para o efeito de necessidade de intervenções urgentes, mobilizado no apelo por novas abordagens de conteúdos, nova postura profissional do professor, nova conduta de comprometimento discente e, principalmente, nova roupagem da escola e de seus gestores. Na produção desse cenário de avaliação e da exigência por mudanças estruturais, tal elaboração discursiva se mantém atrelada à questão da política e da governamentalidade.

Perpassada por efeitos de análise, medições, comparações, e inscrita na ordem do verídico e do necessário, a produção do dizer sobre a educação - e seus sujeitos - no Brasil, é trazida midiaticamente como tema central e, principalmente, como termômetro de avaliação e justificação da atuação do governo. Tal discursividade é operacionalizada de forma a oportunizar o resgate de dizeres sobre os parâmetros internacionais de promoção de vida melhor, redução de indicadores sociais de pobreza e de desigualdade do social, fomento à distribuição de renda e à ascensão social.

Tem-se, nesse espaço, o funcionamento da interdição, da vontade de verdade e da segregação do dizer, haja vista que nem tudo pode ser mobilizado em qualquer lugar e/ou de qualquer forma, mas obedecendo a determinados trajetos de leitura e não outros em seu lugar. A mira do discurso sobre a educação aponta então para esse cerceamento do dizível, exigindo considerar suas condições de possibilidade e propondo um adestramento da visão para a evidência dos efeitos ora de crise, ora de renovação do ensino no Brasil.

4 DA INEFICIÊNCIA À RENOVAÇÃO: EFEITOS DE CONSENSO NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

No espaço do discurso como dispersão e do sentido como possibilidade, as análises apontam para uma operação que produz efeitos de verdade e de controle discursivo, resgatando a memória dos lugares historicamente reservados ao professor, ao aluno e, sobretudo, à escola. A discursividade mobilizada nas capas da revista Nova Escola oportuniza, dessa forma, a problematização sobre a reserva de lugares discursivos ao sujeito do ensino e discussão que versa sobre as articulações de poder-saber no cenário da educação.

Nessa materialidade, a educação é trazida na condição de acontecimento discursivo porque, ao se materializar na capa, o tema já é objeto de uma montagem, seleção e de decisão, e já engendra percursos de leitura determinados. Dessa forma, aponta para as condições de possibilidade dos dizeres permitirem trajetos de memória e inscreverem as posições-sujeito de aluno e professor nessa relação estreita entre verdades e consensos. A capa versa sobre o universo da sala de aula, centrando a discussão na postura docente diante dos desafios que se apresentam. Nela, evidencia-se não apenas o espaço da posição-sujeito professor, mas, sobretudo, a questão da educação e sua amplitude enquanto sistema.

Na figura, os "15 mitos da educação" são trazidos num efeito de falas recortadas de profissionais da área o que sinaliza para um efeito de passado, isto é, ideias de um tempo anterior, mas que reverberam ainda na prática docente na contemporaneidade. A escolha sintática da palavra "mitos" - e por que não "verdades" em seu lugar? - já engendra um trajeto de leitura que atribui um efeito de temporalidade. O vocábulo é substituído logo na afirmação seguinte por "ideias" sendo estas apresentadas como elementos do senso comum, "incorporadas na sala de aula e que prejudicam a aprendizagem".

É importante observar aqui a estratégia de condução do dizer alicerçada em procedimentos de interdição e de segregação, uma vez que tais afirmações são trazidas como "mitos" e como "ideias baseadas no senso comum" e não como avaliação de especialistas e/ou tendências de ensino na escola num tempo anterior. A própria disposição dos "mitos" em balões de fala, sendo eles apresentados com o recurso de itálico, já pressupõe um trabalho de montagem e seleção, servindo para mobilizar um efeito de informalidade e de pessoalidade dos dizeres, que afirmam:

  • B12 2 Por uma opção metodológica, usa-se a nomenclatura B1, B2 (e etc.) para a apresentação dos balões de fala trazidos na capa da respectiva edição da revista Nova Escola. A ordem de apresentação dos recortes de fala está no sentido horário em que aparecem na capa. - Creche é um mal necessário

  • B2 - Sem a possibilidade de reprovação, os alunos perdem o respeito pelo professor

  • B3 - Conteúdo dado é conteúdo aprendido

  • B4 - Os alunos aprendem mais quando a atividade é lúdica

  • B5 - Trabalho em grupo sempre gera indisciplina

  • B6 - Para ser um bom professor, é preciso ter dom e vocação

  • B7 - A repetência sempre melhora o desempenho

  • B8 - Criança pobre não aprende

  • B9 - Meninos são melhores em matemática

Tais afirmações, além de reclamarem diretamente a posição-sujeito de professor, resgatando uma memória sobre a realidade da escola no cenário nacional, tocam nos temas centrais a partir dos quais se discute a educação no Brasil e sua condição de caos na contemporaneidade: a educação infantil e a questão da conciliação entre família x trabalho, reprovação e evasão escolar, seleção de conteúdos x necessidades de aprendizagem dos alunos, metodologia e rotina em sala de aula, preparação e atuação profissional do educador, a questão social e o déficit de aprendizagem.

Entram em jogo, nessa operação de dizibilidade, estratégias discursivas atreladas à memória e à interdiscursividade, pois mobilizam os dizeres "de antes" questionando sua validade e sua pertinência para a escola de hoje. Nesta perspectiva, os "15 mitos da educação" são contraditórios no acontecimento de sua volta, uma vez que, no próprio título da revista, a "Nova Escola" exige pensar em rumos diferentes para o ensino e para a aprendizagem. É importante evidenciar ainda que, neste trabalho de fazer ver toda a materialidade linguística da capa aponta para esse efeito de dualidade entre um cenário educacional de antes e um de agora, reservando um lugar de destaque não só à escola e ao sistema educacional, mas, principalmente, aos sujeitos - isto é, às posições-sujeito - ali mobilizados.

Pode-se trazer, então, que estão implicadas nessa polarização da escola, o professor e o aluno e seus lugares discursivos. É no silenciamento dessas posições-sujeito que elas se tornam evidentes, pois na produção e circulação de dizibilidades, a mídia adestra o olhar e mobiliza vontades de verdade que se pretendem críveis, conforme aponta Gomes (2003GOMES, M. R. Poder no jornalismo: discorrer, disciplinar, controlar. São Paulo: Hacker Editores/Edusp, 2003., p. 77):

É por conta da visibilidade que as mídias assumem um papel crucial como disciplina e controle, portanto, como promotoras/mantenedoras de escalas de valores, como vigilantes. Temos que pensá-las em seu duplo papel: aquele pelo qual expõem a todo momento os conflitos é também aquele pelo qual definem a esfera de equilíbrio em que esses conflitos se diluíram. Enquanto mostram, as mídias disciplinam pela maneira do mostrar, enquanto mostra ela controla pelo próprio mostrar.

Desse modo, ao trazer que "baseadas no senso comum, essas ideias estão há tempo incorporadas no dia a dia da escola" e pelo imperativo "confira todas elas e entenda como prejudicam a aprendizagem", o espaço de discursividade midiática tange para a posição-sujeito professor, pois torna evidente que não há mais espaço para essas "ideias", haja vista o cenário de mudança na educação. Assim, ao retomar os mitos sob a óptica de que eles prejudicaram e/ou prejudicam o ensino, evidencia-se que a escola de hoje é renovada e que, portanto, exige um profissional com perfil diferente de atuação.

Essa proposta de leitura é possível pelo viés de deslize do sentido, já que ele é sempre suscetível de tornar-se outro, mas nunca qualquer um. É possível ainda se retomar como as dizibilidades apontam para a educação seguindo um efeito de sentido de mito. Os enunciados citados na revista promovem uma ressignificação do que é mito. A produção de tal efeito só é possível porque há relações de poder-saber, por meio do discurso pedagógico, que legitimam outros dizeres e contrariam o que é dito nos balões. É a vontade de verdade da LDB3 3 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei Federal (9.394/96) promulgada em 20 de dezembro de 1996. , dos PCN4 4 Parâmetros Curriculares Nacionais - Os Parâmetros Curriculares Nacionais constituem um referencial de qualidade para a educação no Ensino Fundamental em todo o País (MEC, 1997). e dos discursos dos pedagogos que legitimam o fazer da escola, relegando as falas dos professores ao lugar de mito.

Esse efeito de evidência na figura do professor pode ser mobilizado no trajeto de sentido que polariza a inscrição de caos e de renovação da educação, conforme se observa a partir das capas abaixo:

A discursividade oportunizada nessas materialidades incide sobre o lugar discursivo que é reservado ao professor pela justificativa de que eles são constituídos em "agentes" do ensino e "condutores" de um novo tempo no fazer pedagógico. As capas incitam a uma leitura que evidencia e atribui visibilidade a um trajeto de renovação da escola, da educação e, principalmente, do educador. Em todas as figuras, há o semblante animado e feliz de alguém que ocupa a posição-sujeito de professor. O efeito de alegria - que, por sua vez, pode ser associado à felicidade e à realização pessoal e profissional - é trazido pelo sorriso que, paradoxalmente, não se atrela à dimensão do humor, mas, apenas, ao que se apresenta no espaço do risível.

É importante notar a inscrição do efeito de manual nas capas, em cuja materialidade linguística se observa operações de poder-saber voltadas para o adestramento e para a intervenção no escopo do ensino. Na figura 2, por exemplo, a condição para ser "o professor do futuro" está diretamente ligada ao conhecimento "das seis características de um bom profissional do século 21". Em adição, na figura 3, a capacidade de gerir a sala de aula está estreitamente vinculada ao desempenho do professor "nas 20 situações que mais os afligem no dia a dia em classe".

Figura 1
Revista Nova Escola - 02/03/11

Figura 2
Revista Nova Escola - 02/10/2010

Figura 3
Revista Nova Escola - 02/10/2012

Na figura 4, pode-se mencionar que a operação de evidência está sobre a técnica de si, o trabalho de constituição da subjetividade de um self. Nessa última capa, a questão do registro diário, a problematização entre registro e reflexão, imprimem um espaço de condução de dizer na esteira do olhar para si, mobilizando efeitos de reconhecimento e confissão de "erros" pelo professor - "Registro para refletir: percebi que realizei muitas intervenções não dando tempo para a criança refletir".

Figura 4
Revista Nova Escola - 02/08/14

Quando se traz a perspectiva do professor, como na figura 4, por exemplo, é para que ele reflita sobre sua postura - se contextualizada ou não, se produtiva ou não - há um jogo de sentido pelo enunciado "refletir" da revista com a objetividade da apresentação da "fala" do professor. E nesse sentido, a revista se constitui como uma instituição de poder disciplinar, que dociliza e disciplina o sujeito professor. Nas instituições disciplinares tradicionais eram os alunos que precisavam ser disciplinados, aqui é o sujeito professor que sofre os efeitos do poder disciplinar, induzindo o seu fazer e ser, por meio de uma produção de subjetividade ditada pela revista. Essa produção perpassa a discursividade de todas as capas.

Essa operação retoma a problemática da escrita de si, conforme proposta por Foucault (2006b_______. A escrita de si. In: Ditos e Escritos V. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006b.), acerca do papel da escrita em constituir um corpo. O escrever é, nesse entremeio, uma proposta de fazer ver, de fazer aparecer um rosto perto do outro, oferecendo ao olhar um eu pela via do que se diz sobre si mesmo.

Na leitura de tais materialidades discursivas, há uma operação de evidência no "eu" docente, isto é, um trabalho sinuoso em torno da subjetividade desse sujeito, fazendo-o ocupar a posição de "consciente" e de "reflexivo" em torno de sua própria prática pedagógica. Esse efeito mobiliza, no espaço do silenciamento, uma oposição entre o professor de antes e o de agora. Na condução de tais dizibilidades e ao tratar do perfil que os educadores devem assumir na contemporaneidade, a mídia edifica um efeito de polarização e dualidade: o professor de agora deve ser reflexivo, precisa desenvolver um olhar para si e para sua prática e ser reconhecedor de suas falhas e dos espaços de sua atuação em sala de aula.

Ao atribuir visibilidade nesse sentido, a discursividade das capas reafirma o caminho para se sair do caos e entrar no cenário da renovação. Ao trazer que a escola de hoje exige um profissional que ocupe uma posição de "agente" do ensino, as capas 2, 3 e 4 oportunizam pensar na caracterização que se tem reservado à escola e ao sistema educacional no país, estabelecendo, ao mesmo tempo, uma relação de diálogo e duelo (GREGOLIN, 2007GREGOLIN, M. R. V. Foucault e Pêcheux na Análise do Discurso: diálogos e duelos. São Carlos: Editora Claraluz, 2007.) com os dizeres que tratam desse tema na mídia.

Nessas condições, tem-se a educação se inscrevendo no escopo da irrupção de um acontecimento discursivo. A questão do ensino formal no país é perpassada pelas dizibilidades midiáticas que tentam imputar uma subjetividade ao professor e ao aluno e, sobretudo, discursivizando o lugar social ocupado pela escola no cenário nacional. Assim, perseguindo esse trajeto de sentido e de discursividade, é possível ler as operações de poder e de saber que marcam o lugar reservado à instituição de ensino que apontam para os efeitos de cerceamento, de visibilidade e, ao mesmo tempo, de silenciamento, conforme apresentam as manchetes a seguir:

M15 5 Por uma opção metodológica, opta-se pela nomenclatura M1, M2 (e etc.) para a disposição e apresentação, no corpo do texto, de manchetes veiculados em materialidades midiáticas (impressa e virtual). - Portal Época: O ensino público no Brasil: ruim, desigual e estagnado. Fonte: <http://epoca.globo.com>

M2 - Jornal O Poti: Evasão e desestímulo são retrato do Ensino Médio.

Fonte: <www.diariodenatal.com.br>

M3 - Portal UOL: Gasto público em ensino no Brasil atinge 6,6% do PIB e supera os países ricos.

Fonte: <www.uol.com.br>

M4 - Folha de São Paulo: Copa custa só um mês de gastos com a educação.

Fonte: <http://1.bp.blogspot.com>

M5 - Portal Informação Extra: Estado dá pacotão de benefícios para os servidores da educação.

Fonte: <http://2.bp.blogspot.com>

É a partir desse gesto de leitura que se observa os efeitos de sentido nas materialidades da mídia. Nesse sentido, entende-se que a produção discursiva da Revista Nova Escola centra-se na questão do ensino e na produção de subjetividade ao apresentar padrões de postura ético-profissional para os professores. Esse trabalho se dá na revelação de medidas e atitudes a serem tomadas no espaço da sala de aula, ao fomentar a discussão acerca de estratégias de mediação de conflitos na escola e ao enxertar efeitos de atualização e felicidade no trabalho docente.

O regime de verdade aí operacionalizado é atravessado pelo já-dito, mas perpassado pelos efeitos da mudança e do novo numa conjuntura discursiva de silenciamento e evidência, de visibilidade e apagamento, enfim, de domesticação dos olhares e das posturas (SARGENTINI, 2014SARGENTINI, V. O. Ecos da arquegenealogia de Michel Foucault na análise da imagem: retratos do homem político na mídia. In: PIOVEZANI, C; CURCINO, L; SARGENTINI, V. Presenças de Foucault na Análise do Discurso. São Carlos, SP: EdUFSCar , 2014., p. 168). O discurso se apresenta, portanto, como o espaço primeiro onde tais embates se materializam, como a arena de lutas em torno da palavra e de seus efeitos.

Em suma, é nessa perspectiva que se observa, nas capas da Revista Nova Escola, um jogo estratégico como os mecanismos de controle do discurso, uma operação sinuosa com o dizer, produzindo efeitos de poder e de saber e, sobretudo, de consenso sobre a educação no Brasil.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao se inscrever no leque de investigações que tratam da educação na interface da mídia e do discurso, à luz das contribuições teórico-metodológicas da Análise do Discurso de linha francesa, o presente estudo sinaliza para a inscrição do sentido no cenário do poder e do saber, evidenciando o trabalho midiático com estratégias discursivas ligadas aos mecanismos de controle e à operação de cerceamento da palavra.

O caminho percorrido mostra trajetos de leitura alicerçados em efeitos de visibilidade e evidência por um lado, e, por outro, de silenciamento e apagamento. A análise permite ler que a educação é discursivizada, na amplitude das materialidades da mídia, como um acontecimento. Os dizeres que versam sobre sua condição no cenário nacional são, antes de tudo, produto de operações rigorosas que determinam e selecionam o que pode e deve ser trazido à tona no espaço do visível. Nesse jogo sinuoso de fazer ver, as posições-sujeito de professor e de aluno são subjetivadas e apresentadas como espaços discursivos atrelados a uma memória que desliza "do que era" para "o que deve ser".

É considerando essas tramas e articulações nas quais o sentido é mobilizado que se pode observar o lugar reservado à escola e à educação no Brasil. Por esse viés de discursividade e de efeitos do dizer, a mídia opera na fabricação de espaços de visibilidade produzindo, sobretudo, efeitos de consenso. Assim, na irrupção de seu acontecimento, a educação brasileira é enxertada por práticas discursivas que incitam a uma condição de dualidade e polarização na sua condição atual: ela é, ao mesmo tempo, símbolo de descaso e projeto de renovação; ela se apresenta, por um lado, como elemento crível e fundamentado em princípios de essencialidade e, por outro, como cenário de descrédito e de ineficiência. Amparada em práticas de saber, a mídia funciona discursivamente.

REFERÊNCIAS

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  • _______. Microfísica do poder. Org. e Trad. Roberto Machado. Rio de Janeiro: Graal, 2007.
  • GOMES, M. R. Poder no jornalismo: discorrer, disciplinar, controlar. São Paulo: Hacker Editores/Edusp, 2003.
  • GOMES, W. Transformação da política na era da comunicação. São Paulo: Paulus, 2004.
  • GREGOLIN, M. R. V. Foucault e Pêcheux na Análise do Discurso: diálogos e duelos. São Carlos: Editora Claraluz, 2007.
  • NAVARRO-BARBOSA, P. O acontecimento discursivo e a construção da identidade na História. In: SARGENTINI, V; NAVARRO-BARBOSA, P. Foucault e os domínios da linguagem: discurso, poder, subjetividade. São Carlos: Claraluz, 2004.
  • PÊCHEUX, M. O discurso: estrutura ou acontecimento. Trad. Eni Puccinelli Orlandi. Campinas, SP: Pontes, 2008.
  • SARGENTINI, V. O. Ecos da arquegenealogia de Michel Foucault na análise da imagem: retratos do homem político na mídia. In: PIOVEZANI, C; CURCINO, L; SARGENTINI, V. Presenças de Foucault na Análise do Discurso. São Carlos, SP: EdUFSCar , 2014.
  • SOUZA, P. A dimensão dramatúrgica do acontecimento discursivo. In: PIOVEZANI, C; CURCINO, L; SARGENTINI, V. Presenças de Foucault na Análise do Discurso. São Carlos, SP: EdUFSCar , 2014.
  • *
    Professor Doutor da URFN, com atuação no Departamento de Letras - DLC, no Centro de Ensino Superior do Seridó - CERES. E-mail:
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    Professora Doutora da UERN, com atuação no Departamento de Letras Estrangeiras - DLE e no Programa de Pós-Graduação em Letras, no Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia - CAMEAM.
  • 1
    Numa referência aos estudos de Marc Angenot na obra O discurso social e as retóricas da incompreensão: consensos e conflitos na arte de (não) persuadir (ANGENOT, 2015).
  • 2
    Por uma opção metodológica, usa-se a nomenclatura B1, B2 (e etc.) para a apresentação dos balões de fala trazidos na capa da respectiva edição da revista Nova Escola. A ordem de apresentação dos recortes de fala está no sentido horário em que aparecem na capa.
  • 3
    Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei Federal (9.394/96) promulgada em 20 de dezembro de 1996.
  • 4
    Parâmetros Curriculares Nacionais - Os Parâmetros Curriculares Nacionais constituem um referencial de qualidade para a educação no Ensino Fundamental em todo o País (MEC, 1997).
  • 5
    Por uma opção metodológica, opta-se pela nomenclatura M1, M2 (e etc.) para a disposição e apresentação, no corpo do texto, de manchetes veiculados em materialidades midiáticas (impressa e virtual).

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Sep-Dec 2016

Histórico

  • Recebido
    23 Maio 2016
  • Aceito
    06 Out 2016
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