Viver na reserva, ressignificar a tutela e r-existir perante o SPI

o que os Tenetehar-Tembé contam dessa história?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/cdhis.v35n2.2022.66868

Resumo

O artigo analisa as agências e r-existências indígenas na Amazônia em face da ação tutelar do Estado brasileiro no século XX, com foco nas experiências do povo Tenetehar-Tembé do alto rio Guamá. Em 1945, uma reserva foi criada e doada aos Tembé e outros indígenas do nordeste paraense, com o intermédio do SPI. Essa reserva trouxe novas condições de organização política e sociocultural entre os Tembé no Guamá em face dos exercícios de controle tutelar e imposição de condutas “civilizadoras” pelos agentes do SPI – e, posteriormente, da FUNAI. Essas experiências no âmbito da reserva levaram os Tenetehar-Tembé a gestar uma nova territorialidade e modos de vivência comunitária enquanto "resposta" possível às violências do Estado. Assim, através da memória e narrativas orais desse povo, intercruzadas com a documentação do SPI, foi possível observar e compreender suas estratégias de r-existência que articulam processos interétnicos e alicerçam hoje sua cultura e conexões tradicionais com o território no alto rio Guamá. Com isso, percebe-se os horizontes interpretativos da história Tembé e preenchendo certas lacunas existentes na documentação oficial do indigenismo brasileiro, de modo a centralizar as experiências e historicidades indígenas a partir de seus próprios pontos de vista.

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Biografia do Autor

Benedito Emílio da Silva Ribeiro, Museu Paraense Emílio Goeldi

Mestre em Diversidade Sociocultural pelo Museu Paraense Emílio Goeldi. Graduado em História pela Universidade Federal do Pará, Campus de Bragança. Integrante da Rede de Historiadorxs Negrxs e do GT Os Índios na História - ANPUH. Membro dos seguintes grupos de pesquisa certificados pelo CNPq: Grupo de Estudos e Pesquisas Interculturais Pará-Maranhão (UFPA); Diversidade e Interculturalidade na Amazônia: pesquisas colaborativas e pluridisciplinares (MPEG); Militares, Política e Fronteiras na Amazônia (UFPA); Dimensões do Regime Vargas e seus desdobramentos. Tem experiência nas áreas de História e Antropologia, com ênfase em História Indígena e do Indigenismo, História do Brasil Republicano, História da Amazônia e Etnologia Indígena.

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Publicado

26-12-2022

Como Citar

Ribeiro, B. E. da S. (2022). Viver na reserva, ressignificar a tutela e r-existir perante o SPI: o que os Tenetehar-Tembé contam dessa história?. Cadernos De Pesquisa Do CDHIS, 35(2), 67–100. https://doi.org/10.14393/cdhis.v35n2.2022.66868

Edição

Seção

Dossiê: Historicidade e formas de representação da experiência