O MUSEU ESCOLAR DE MARRAZES E O PROTAGONISMO DOCENTE

uma experiência pedagógica que atravessa o tempo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14295/momento.v33i1.16525

Palavras-chave:

Museu Escolar, Cultura material, Formação de professores, História da Educação

Resumo

Este texto destaca o papel do Museu Escolar de Marrazes na divulgação do património histórico-educativo. Localizado numa freguesia urbana do município de Leiria, região centro de Portugal, foi criado por um grupo de professoras do 1º Ciclo do Ensino Básico de Marrazes em 1992, resultado do projeto pedagógico “A Escola através dos tempos”. Devido ao volume do espólio reunido, com a participação ativa da comunidade, a Junta de Freguesia de Marrazes assumiu a sua conservação e exposição, abrindo o museu ao público a 16 de maio de 1997. Em 2001 passou a integrar a Rede Portuguesa de Museus. Na exposição permanente do museu destaca-se a réplica de uma sala de aula do Estado Novo, com as carteiras, lousas, ponteiros, canetas de aparo, orelhas de burro, régua, palmatória e as batas. É também possível visualizar uma coleção de brinquedos tradicionais, uma mostra sobre a Mocidade Portuguesa e os livros de Instrução Primária desde o século XIX. Com 25 anos de existência, o museu mantém um programa de atividades para as escolas da região e para o público em geral. No entanto, sofre as consequências da falta de recursos financeiros, de pessoal e de espaço físico adequado para o seu funcionamento. Neste sentido, pensar num museu mais interativo, inclusivo e social requer a responsabilidade da autarquia local com a manutenção deste importante património que está reunido em Leiria, mas que reflete a realidade nacional. O texto aborda estudos sobre a cultura material, a museologia e o património histórico-educativo.

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Biografia do Autor

Rita Brites, Museu Escolar de Marrazes

Mestre em Museologia pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto e Mestre em Gestão da Formação e Administração Educacional pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra. Diretora Técnica do Museu Escolar de Marrazes.

Virginia Ávila, Universidade de Pernambuco

Possui graduação em Pedagogia pela Faculdade Porto-Alegrense de Educação, Ciências e Letras (1997), mestrado em Educação pela Universidade do Estado de Santa Catarina (2008), doutorado em Educação pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2013) e Livre-Docência pela Universidade de Pernambuco (2020). Pós-doutoramento na área de História da Educação pela Universidade de Lisboa (2019). É professora associada da Universidade de Pernambuco, onde coordenou a implementação do primeiro programa stricto sensu do Campus Petrolina (2015-2017). Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação - Mestrado e Doutorado (Campus Mata Norte) e dos cursos de Pedagogia Presencial e EAD (Campus Petrolina). Colabora como investigadora nas áreas da Educação e do Desporto na Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (ESECS) do Politécnico de Leiria, Portugal. Desenvolve estudos e pesquisas sobre formação de professores, instituições e arquivos escolares, patrimônio histórico educacional, memória e cultura escolar. Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em História e Educação no Sertão do São Francisco (Gephesf) e coordenadora do Núcleo de Extensão e Pesquisa em História, Educação, Linguística e Literatura (Nephel). Membro da Associação Nacional de Pós-Graduação em Educação, da Sociedade Brasileira de História da Educação (SBHE) e da Associação de História da Educação de Portugal (HISTEDUP).

Pedro Morouço, Instituto Politécnico de Leiria

Pedro Morouço é Professor e Investigador no Instituto Politécnico de Leiria, Portugal. É Investigador Principal do “2bio4cartilage – Programa de intervenção integrado para prevenção e tratamento de lesões cartilaginosas; POCI-01-0145-FEDER-023423 co-financiou o COMPETE2020 no âmbito do programa PT2020, e apoiado pelo FEDER”, e a sua actividade de investigação centra-se, maioritariamente, na engenharia de produtos e processos, visando colmatar a lacuna entre as aplicações laboratoriais e in vivo. Nos últimos anos tem sido convidado a colaborar em diversos projetos nacionais e internacionais. Apesar da pouca idade, coeditou livros, foi autor e coautor de mais de 200 trabalhos científicos, é membro de comités científicos em diversas conferências, membro do Conselho Consultivo on TERM da Cambridge Scholars Publishing, e membro editorial e revisor. de vários periódicos. Seu trabalho foi apresentado como palestrante principal em Células-Tronco e Medicina Regenerativa 2016 (Manchester, Reino Unido), Engenharia de Tecidos e Medicina Regenerativa 2016 (Berlim) e 2017 (Barcelona), e Conferência Internacional sobre Avanços em Pele, Tratamento de Feridas e Ciência de Tecidos. 2017 (Frankfurt). Acima de tudo, Pedro é um pesquisador humilde que entende os valores do trabalho em equipe. Líder natural para reforçar os pontos fortes e colmatar os pontos fracos, desenvolvendo novas ideias e pensando fora da caixa. Por fim, Pedro está consciente do papel da ciência para a conscientização da sociedade. Assim, desenvolveu competências para poder chegar a públicos mais alargados (2 prémios nos Concursos Nacionais de Comunicação de Ciência e representante de Portugal num evento internacional, Vencedor do concurso The Publishing Method do American Journal Experts, 2017, foi distinguido com o New Investigator Prémio 2014 e Prémio Hans Gros Investigador Emergente 2017 do ISBS, Prémio Prestígio 2017 da Câmara Municipal de Leiria e nomeado uma das Personalidades de 2017 pela imprensa regional).

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Publicado

2024-04-16

Como Citar

Brites, R., Ávila, V., & Morouço, P. (2024). O MUSEU ESCOLAR DE MARRAZES E O PROTAGONISMO DOCENTE: uma experiência pedagógica que atravessa o tempo. Momento - Diálogos Em Educação, 33(1), 109–130. https://doi.org/10.14295/momento.v33i1.16525

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