Arq. Bras. Cardiol. 2020; 115(6): 1125-1132

Relação entre Velocidade de Onda de Pulso e Biomarcadores Cardiovasculares em Pacientes com Fatores de Risco

Rayne Ramos Fagundes ORCID logo , Priscila Valverde Oliveira Vitorino, Ellen de Souza Lelis, Paulo Cesar B. Veiga Jardim ORCID logo , Ana Luiza Lima Souza, Thiago de Souza Veiga Jardim ORCID logo , Pedro Miguel Guimarães Marques Cunha, Weimar Kunz Sebba Barroso ORCID logo

DOI: 10.36660/abc.20190348

Este Artigo Original é referido pelo Minieditorial "Parâmetros da Hemodinâmica Central como Novos Biomarcadores de Risco Cardiovascular".

Resumo

Fundamento

A relação entre velocidade de onda de pulso (VOP) e biomarcadores de mudanças estruturais do ventrículo esquerdo e artérias carótidas ainda é pouco elucidada.

Objetivo

Investigar a relação entre VOP e esses biomarcadores.

Métodos

Estudo transversal, retrospectivo e analítico. Revisamos prontuários médicos de pacientes com diabetes mellitus, dislipidemia, e pré-hipertensão ou hipertensão, que realizaram medida de pressão arterial central (PAC) utilizando o Mobil-O-Graph®, e doppler de carótida ou ecocardiografia três meses antes ou após a medida da PAC. Análise estatística realizada por correlação de Pearson ou de Spearman, análise de regressão múltipla e de regressão bivariada, e teste t (independente) ou de Mann-Whitney. Um p<0,05 indicou significância estatística.

Resultados

Prontuários de 355 pacientes foram avaliados, 56,1 ±14,8 anos, 51% homens. A VOP correlacionou-se com espessuras da íntima média (EIM) das carótidas (r=0,310) do septo do ventrículo esquerdo (r=0,191) e da parede posterior do ventrículo esquerdo (r=0.215), e com diâmetro do átrio esquerdo (r=0,181). A EIM associou-se com VOP ajustada por idade e pressão sistólica periférica (p=0,0004); uma EIM maior que 1mm aumentou em 3,94 vezes a chance de se apresentar VOP acima de 10m/s. A VOP foi significativamente maior em indivíduos com hipertrofia do ventrículo esquerdo (p=0,0001), EIM > 1 mm (p=0,006), placa de carótida (p=0,0001), estenose ≥ 50% (p=0,003), e lesões de órgãos-alvo (p=0,0001).

Conclusões

A VOP correlacionou-se com a EIM e com parâmetros ecocardiográficos, e se associou independentemente com EIM. Essa associação foi mais forte em pacientes com hipertrofia do ventrículo esquerdo, EIM aumentada, placa de carótida, estenose ≥ 50%, e lesões de órgãos-alvo. (Arq Bras Cardiol. 2020; 115(6):1125-1132)

Relação entre Velocidade de Onda de Pulso e Biomarcadores Cardiovasculares em Pacientes com Fatores de Risco

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