Baudelaire e a astúcia do diabo

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DOI:

https://doi.org/10.5902/1679849X74015

Palavras-chave:

Baudelaire

Resumo

A expressão “astúcia do diabo”, citada no título desta intervenção, foi retirada do poema em prosa "O jogador generoso". Nele, o poeta narra uma longa noite de jogo e de prosa com o diabo, na qual este afirma em certo momento que só temeu a perda de seu poder quando ouviu de um “sutil pregador” as seguintes palavras: “Meus caros irmãos, jamais vos esqueçais, quando ouvirdes exaltar o progresso das luzes, de que a mais bela das astúcias do diabo é a de vos persuadir de que ele não existe!” Com efeito, para Baudelaire, o diabo não apenas existe como preside à lógica da existência humana: como já escrevia o poeta desde o poema "Ao leitor", que prefacia suas Flores do mal, “é o diabo que segura o fio que nos move”. Ou seja, o diabo existe e vive em nós.

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Biografia do Autor

Marcelo Jacques de Moraes, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ

Doutorado em Letras Neolatinas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro

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Publicado

2005-07-01

Como Citar

Moraes, M. J. de. (2005). Baudelaire e a astúcia do diabo. Literatura E Autoritarismo, (6). https://doi.org/10.5902/1679849X74015