Published December 31, 2007 | Version v1
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Ophiura (Ophiuroglypha) clemens

  • 1. Departamento de Zoologia, Instituto de Biologia, Universidade Estadual de Campinas. Caixa Postal 6109, 13083 - 970 Campinas, São Paulo, Brasil

Description

Ophiura (Ophiuroglypha) clemens (Koehler, 1904)

Figs 10-16

Ophioglypha clemens Koehler, 1904: 51, Pl VIII, figs 7-9.

Ophiura clemens Clark, 1915: 319; Matsumoto, 1915: 81; Koehler, 1922: 374; Arteche & Rallo, 1985: 44.

Ophiura (Ophiuroglypha) clemens Paterson, 1985: 120, fig. 45; Stöhr & Segonzac, 2005: 393.

Material Examinado. 4303 exemplares: est. 33, 24º52’02”S, 44º34’07”W, 530m, (MHN-BOPH/MB-886, 606 ex.); est. 6659, 24º20’52”S, 43º46’75”W, 505 m, 9.I.1998 (MHN-BOPH/MB-18, 3.600 ex.); est. 6660, 24º17’67”S, 43º48’19”W, 314 m, 9.I.1998 (MHN-BOPH/MB-22, 7 ex.); est. 6693, 26º41’27”S, 46º27’50”W, 430 m, 19.I.1998 (MHN-BOPH/MB-88, 87 ex.); est. 6786, 27º28’70”S, 47º09’66”W, 380 m, 15.III.1998 (MHN-BOPH/MB-147, 3 ex.).

Descrição. Diâmetro do disco: de 3,0 a 8,5 mm. Disco coberto por escamas grandes e irregulares, intercaladas por pequenas; escamas centrodorsal e primárias distintas (Fig. 10). Escudos radiais subtriangulares, unidos na região mediana-posterior, separados proximalmente por uma escama losangular e na porção mais distal por uma pequena escama triangular. Pente braquial com espinhos achatados e quadrangulares, que formam uma franja contínua na base dos braços (Figs 10 e 12).Face interradial ventral com cobertura semelhante a dorsal. Escudo oral bem desenvolvido, pentagonal, proximalmente afilado com pequenas reentrâncias laterais (Figs 11 e 14); adorais estreitos, alongados e contíguos na extremidade proximal, distalmente não alargados e em contato com a primeira placa braquial lateral. Cerca de quatro papilas orais laterais; duas apicais robustas, podendo ocorrer apenas uma em algumas mandíbulas. Segundo poro tentacular oral amplo, abrindo fora da fenda oral, ao lado do escudo adoral, protegido por 8-10 escamas tentaculares com formato geralmente quadrangular. Três primeiros poros tentaculares braquiais grandes, também com cerca de oito escamas cada (Fig. 14); poros posteriores muito pequenos (Fig. 15). Fenda bursal ampla, atingindo a margem do disco, ladeada com papilas semi-quadrangulares contíguas, as quais unem-se aos espinhos do pente braquial (Figs 14 e 15). Primeira e segunda placas braquiais dorsais mais largas que longas e contíguas; terceira pentagonal, tão larga quanto longa, também contígua; placas posteriores sub-triangulares, reduzindo de tamanho em direção à extremidade do braço e separadas pelas placas braquiais laterais (Fig. 13). Ventrais mais largas que longas com o bordo proximal afilado e o distal curvo, também decrescendo de tamanho em direção a extremidade do braço (Fig. 15). Laterais bem desenvolvidas tocando-se dorsal e ventralmente. Três espinhos braquiais iguais e pequenos, adpressos; à partir do 20º segmento braquial o espinho mediano é transformado em gancho com dentículos hialinos (Fig. 16).

Comentários. É o primeiro registro de Ophiura (Ophiuroglypha) clemens para o Brasil. Foi inicialmente descrita por KOEHLER (1904) com o nome de Ophioglypha clemens e posteriormente rearranjada por PATERSON (1985) quando de sua revisão do gênero Homalophiura. De acordo com tais descrições os exemplares aqui estudados pertencem à espécie Ophiura (O.) clemens. Dois caracteres mencionados com relação à região oral apresentam algumas divergências: número de papilas apicais e tamanho relativo do escudo oral. Segundo as descrições, há uma única papila apical ponteaguda no ápice da mandíbula, entretanto nos exemplares aqui examinados foram observadas uma ou duas, variação verificada inclusive em diferentes mandíbulas de um mesmo indivíduo. Com relação ao tamanho do escudo oral, foi observado que este ocupa cerca de metade da distância até a margem do disco, característica distinta das descrições anteriores, que mencionam que este ocuparia menos da metade da distância. Entretanto, tais diferenças são pequenas e provavelmente estão relacionadas à variação individual e/ou de crescimento.

Ophiura (Ophiuroglypha) clemens tem características próximas a Ophiura (Ophiura) violainae e Ophiura (Ophiura) nítida, no entanto estas últimas não possuem espinho braquial distal em gancho. Ophiura (O.) violainae possui as papilas orais mais ponteagudas, formato diferenciado e menor tamanho do escudo oral com relação a Ophiura (O.) clemens. Ophiura (O.) nítida apresenta ainda pente braquial composto por espínulos cônicos e não arredondados, escudo oral em forma de seta e protuberâncias sobre as placas primárias.

Ocorrência. São Paulo, Paraná e Santa Catarina; em fundos não-consolidados.

Distribuição Batimétrica. Registrada entre 686 e 1900 m de profundidade. Os exemplares aqui examinados foram amostrados entre 314 e 530 m.

Distribuição Geográfica. Indo-Pacífico: Filipinas, Leste da Índia; Atlântico Norte: Baía de Biscay (Canadá); Atlântico Sul: Brasil (Sudeste e Sul).

Notes

Published as part of Borges, Michela & Amaral, Antonia C. Z., 2007, Ophiuroidea (Echinodermata): quatro novas ocorrências para o Brasil, pp. 855-864 in Revista Brasileira de Zoologia 24 (4) on pages 859-861, DOI: 10.1590/s0101-81752007000400001, http://zenodo.org/record/7803522

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Biodiversity

References

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  • KOEHLER, R. 1922. Ophiurans of the Philippine seas and adjacents waters. Bulletin of the United States National Museum 5 (100): 1 - 486.
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  • STOHR, S. & M. SEGONZAC. 2005. Deep-sea ophiuroids (Echinodermata) from reducing and non-reducing environments in the North Atlantic Ocean. Journal of the Marine Biological Association of the United Kingdom 85: 383 - 402.