O Antirracismo como estratégia de marca

o posicionamento do Carrefour em confronto com a prática cotidiana

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5212/RIF.v.21.i46.0003

Palavras-chave:

Marca, Antirracismo;, Publicidade de causa;, Neoliberalismo;, Carrefour.

Resumo

Nos dias de hoje, marcas têm adotado causas sociais em posicionamentos, estratégias e ações. Por mais que seja um conceito questionado, a publicidade de causa se apresenta como um meio de divulgação em defesa de causas e posturas socialmente responsáveis por parte das empresas. A própria noção de publicidade antirracista emerge daí, visto que muitas empresas se identificam assim. Discutimos aqui a publicidade em meio a esse contexto, buscando referências em relação à raça, racismo e antirracismo. Fazemos isso a fim de perceber como a marca global Carrefour tem-se posicionado em relação ao tema no Brasil, bem como em relação a situações em que é confrontada com sua própria postura pública antirracista, notadamente em uma conjuntura neoliberal que se espalha rapidamente sobre pontos de contato entre marcas e sociedade.

Biografia do Autor

Vitor Lopes Resende, UFPE/IFRR

Doutorando em Comunicação (PPGCOM/UFPE), Mestre em Comunicação (PPGCOM/UFJF), professor de Publicidade (CBVZO/IFRR), membro do Grupo de Pesquisa Publicidade Híbrida e Narrativas de Consumo (PPGCOM/UFPE – CNPq).

Rogério Luiz Covaleski, UFPE

Doutor em Comunicação e Semiótica (PUC-SP), com pós-doutoramento em Conteúdo de Marca na Universitat Pompeu Fabra (Barcelona, Espanha). Docente do Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco, e líder do Grupo de Pesquisa Publicidade Híbrida e Narrativas de Consumo (PPGCOM/UFPE – CNPq).

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Publicado

2023-06-30

Como Citar

LOPES RESENDE, V.; LUIZ COVALESKI, R. O Antirracismo como estratégia de marca: o posicionamento do Carrefour em confronto com a prática cotidiana. Revista Internacional de Folkcomunicação, [S. l.], v. 21, n. 46, p. 54–75, 2023. DOI: 10.5212/RIF.v.21.i46.0003. Disponível em: https://revistas.uepg.br/index.php/folkcom/article/view/21831. Acesso em: 1 maio. 2024.