O empoderamento da mulher queimada por autoimolação e sua sustentação na religião e espiritualidade

Autores

  • Rafaele Teixeira Borges Universidade de Fortaleza
  • Cristiane Silva Lira Faculdade de Ensino e Cultura do Ceará
  • Raimunda Magalhães da Silva Universidade de Fortaleza
  • Jonas Loiola Gonçalves Instituto de Educação Ateneu
  • Paulo Félix de Almeida Pena Universidade de Fortaleza

DOI:

https://doi.org/10.5020/18061230.2018.8765

Palavras-chave:

Queimaduras, Poder (Psicologia), Estigma Social, Espiritualidade

Resumo

Objetivo: Identificar a relação da espiritualidade e da religiosidade no empoderamento da mulher queimada por autoimolação. Métodos: Estudo qualitativo, realizado com cinco mulheres com sequelas de queimaduras por autoextermínio. A coleta de dados ocorreu por meio de um roteiro de entrevista semiestruturada. A análise baseou-se no método de “narrativa da doença” com suporte nos discursos das mulheres. Resultados: As mulheres com cicatriz hipertrófica apresentaram reações diversas e, com os discursos destas, emergiram as categorias: a) “Deus tirou tudo aquilo da minha cabeça”, que relatava a religião como ponto alto da salvação; b) “Estigma em relação ao corpo queimado”, na qual reconhece a estigmatização e a resposta da vítima diante da rejeição da sociedade. c) “O corpo e o autopreconceito”, representativas da não aceitação da nova imagem corporal, auto-rejeição, autopreconceito e a espiritualidade no processo de empoderamento da mulher queimada. Conclusão: A mulher vítima de queimadura demonstra múltiplas nuances em relação a autoimagem e autoestima. A fé na religião e na espiritualidade ajuda na superação dos conflitos pessoais e sociais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Vale ECS. Primeiro atendimento em queimaduras: a abordagem do dermatologista. An Bras Dermatol. 2005;80(1):9-19.

Santana CML, Brito DF, Costa ACSM. Fisioterapia na reabilitação do paciente queimado. Rev Bras Queimaduras. 2012;11(4):240-5.

Lovisi GM, Santos SA, Legay L, Abelha L, Valencia E. Análise epidemiológica do suicídio no Brasil entre 1980 e 2006. Rev Bras Psiquiatr. 2009;31(Supl 2):S86-S93.

Guimarães HP, Avezum Á. O impacto da espiritualidade na saúde física. Rev Psiquiatr Clín. 2007;34(Supl 1):88-94.

Saad M, Masiero D, Battistella LR. Espiritualidade baseada em evidências. Acta Fisiátrica. 2001;8(3):107-12.

Civili TV, Finotti CS. Abordagem fisioterapêutica precoce em pacientes críticos queimados. Rev Bras Queimaduras. 2012;11(2):85-8.

Turato ER. Métodos qualitativos e quantitativos na área da saúde: definições, diferenças e seus objetos de pesquisa. Rev Saúde Pública. 2005;39(3):507-14.

Kleinman A. Patients and healers in the context of culture: an exploration of the borderland between anthropology, medicine, and psychiatry. Berkeley: University of California Press; 1980. v. 3.

Brasil. Conselho Nacional de Saúde. Resolução n° 466, de 12 de dezembro de 2012. Aprova normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Brasília: Diário Oficial da União, 2013.

Sanchis P. Desponta novo ator no campo religioso brasileiro? O Padre Cícero Romão Batista. Religião Sociedade. 2007;27(2):11-29.

Salgado MI, Freire G. Saúde e espiritualidade: uma nova visão da Medicina. Belo Horizonte: INEDE; 2008.

Faria MGA, David HMSL, Rocha PR. Inserção e prática religiosa entre mulheres: aspectos protetores ao uso de álcool e violência. SMAD Rev Eletrônica Saúde Mental Álcool Drog. 2011;7(1):32-7.

Santos ARM, Dabbicco P, Cartaxo HGO, Silva EAPC, Souza MRM, Freitas CMSM. Revisão sistemática acerca da influência da religiosidade na adoção de estilo de vida ativo. Rev Bras Promoç Saúde. 2013;26(3):419-25.

McCullough ME, Willoughby LB. Religion, self-regulation, and selfcontrol: associations, explanations, and implications. Psychol Bull. 2009;135(1):69-93.

Figueiredo AEB, Silva RM, Vieira LJES, Mangas RMN, Sousa GS, Freitas JS, et al . É possível superar ideações e tentativas de suicídio? Um estudo sobre idosos. Ciênc Saúde Colet. 2015;20(6):1711-9.

Faria JB, Seidl EMF. Religiosidade e enfrentamento em contexto de saúde e doença: uma revisão de literatura. Psicol Reflex Crit. 2005;18(3):381-9.

Baialardi KS. O estigma da hanseníase: relato de uma experiência em grupo com pessoas portadoras. Hansen Int. 2007;32(1):27-36.

Courtine JJ. O corpo anormal: história e antropologia culturais da deformidade. In: Corbin A, Courtine JJ, Vigarello G, organizadores. A história do corpo: as mutações do olhar no século XX. Petropólis: Vozes; 2008. p. 253-340.

Palmeira IP, Queiroz ABA, Ferreira MA. Marcas em si: vivenciando a dor do (auto) preconceito. Rev Bras Enferm. 2013;66(6):893-900.

Botelho FM. Corporalidade e estigma: estudo qualitativo com pacientes em reabilitação de queimaduras [dissertação]. Ribeirão Preto: Universidade de Ribeirão Preto/USP; 2012

Benute GRG, Bordini DCN, Juhas TR, Cabar FR, Pereira PP, Lucia MCS, et al. Depression, stress and guilt are linked to the risk of suicide associated to ectopic pregnancy. MedicalExpress (São Paulo). 2016;3(3):1-5.

Downloads

Publicado

2018-12-21

Como Citar

Borges, R. T., Lira, C. S., Silva, R. M. da, Gonçalves, J. L., & Pena, P. F. de A. (2018). O empoderamento da mulher queimada por autoimolação e sua sustentação na religião e espiritualidade. Revista Brasileira Em Promoção Da Saúde, 31(4). https://doi.org/10.5020/18061230.2018.8765

Edição

Seção

VI Seminário Internacional em Promoção da Saúde