A produção sobre movimentos sociais no Brasil no contexto da América Latina

Autores

  • Maria da Glória Gohn Universidade Estadual de Campinas

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7984.2014v13n28p79

Resumo

O artigo focaliza a produção teórica sobre os movimentos sociais na América Latina com destaque para a produção brasileira. Ele se divide em duas partes. A primeira sistematiza diferentes eixos e suportes teórico-metodológicos que configuram as abordagens sobre os movimentos sociais a partir dos da década de 1960, contextualizando fatos e abordagens. Resgatam-se autores, teorias, conceitos e as categorias utilizadas que deram suporte aos estudos realizados nas décadas de 1970-1990, especialmente as teorias da identidade coletiva e da Mobilização Política. No caso brasileiro, destaca-se o papel da ANPOCs. A segunda apresenta um panorama geral sobre as teorias contemporâneas que têm predominado na América Latina na atualidade, incluindo as referências presentes nos protestos e manifestações que ocorreram em 2013 no Brasil. Sistematizam- se cinco abordagens: a humanista, teorias pós-coloniais, teorias marxista e pós-marxista, os autonomistas e os institucionalistas.

Biografia do Autor

Maria da Glória Gohn, Universidade Estadual de Campinas

Professora titular da Faculdade de Educação da Universidade de Campinas. Pesquisadora I do CNPq, membro do board de coordenação do Research Committee Social Classes and Social Movements (RC 47) da Associação Internacional de Sociologia.

Referências

ALI, T. et al. Occupy: movimentos de protestos que tomaram as ruas. São Paulo: Boitempo, 2012.

ALONSO, A. As teorias dos movimentos sociais: um balanço do debate. Lua Nova, n. 76, p. 49-86, 2009.

CARDOSO, F. H.; FALLETO, E. Dependência e desenvolvimento na América Latina. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1970.

CASTELS, M. A sociedade em rede: a era da informação: economia, sociedade e cultura. São Paulo: Paz e Terra, 1999. v. 1.

______. Redes de indignação e de esperança. Rio de Janeiro: Zahar, 2013.

COHEN, J. Strategy or identity: new theoretical paradigms and contemporary social movements. Social Research, n. 52, p. 663-716, 1985.

DÁVALOS, P. Movimientos indígenas en América Latina: el derecho a la palabra. In: DÁVALOS, P. (Org.). Pueblos indígenas, Estado y democracia. Buenos Aires: CLACSO, 2005. p. 17-34.

DEBORD, G. A sociedade do espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 1994.

DEPUIS-DÉRI, F. Black blocs. São Paulo: Veneta, 2014.

DIANI, Mário and MacAdam Doug.(Edts). Social movements and networks: Relational approchesto collective actions. Oxford, Oxford University Press, 2003.

DI CINTIO, C. Petit traité de désobéissance civile. Paris: ResPublica Ed., 2010.

DUSSEL, E. A ética da libertação na idade da exclusão. Petrópolis: Vozes, 2002.

FALS BORDA, O. Historia doble de la costa: retorno a la tierra. Bogotá: Carlos Valencia, 1986. tomo IV.

FANON, F. Os condenados da terra. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968.

FLACKS, D. A questão da relevância nos estudos dos movimentos sociais. Revista Crítica de Ciências Sociais, n. 72, p. 45-66, out. 2005.

FOWERAKER, J. Theorizing social movements. Boulder; Colorado: Pluto, 1981.

GOHN, M. da G. Manifestações de junho de 2013 no Brasil e praças dos indignados no mundo. Petrópolis: Vozes, 2014.

______. Sociologia dos movimentos sociais. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2014.

______. Movimentos e lutas sociais na história do Brasil. 8. ed. São Paulo: Loyola, 2013a.

______. Movimentos sociais e redes de mobilizações civis no Brasil contemporâneo. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 2013b.

______. Teorias dos movimentos sociais: paradigmas clássicos e contemporâneos. 10. ed. São Paulo: Loyola, 2012a.

______. Novas teorias dos movimentos sociais. 4. ed. São Paulo: Loyola, 2012b.

______. Movimentos sociais e educação. 8. ed. São Paulo: Cortez, 2012c.

HARVEY, David. O enigma do capital e as crises do capitalismo. São Paulo, Boitempo, 2011.

HESSEL, S. Indignai-vos! 3. ed. Lisboa: Ed. Objectiva, 2011.

HOLSTON, J. Cidadania insurgente. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.

LATOUR, B. Reassembling the social: an introduction to actor network theory. Oxford: Oxford University Press, 2005.

LINERA, Á. G. Sociologia dos movimentos sociais. São Paulo: Boitempo, 2009.

McADAM, D.; McCARTHY, J. D.; ZALD, M. N. Comparative perspectives on social movements. Cambridge: Cambridge Un. Press, 1996.

MIGNOLO, W. D. Histórias locais, projetos globais: colonialidade, saberes subalternos e pensamento liminar. Belo Horizonte: UFMG, 2003

______. Defensa de la opción decolonial. Crítica y Emancipación, Buenos Aires, CLACSO, n. 2, p. 251-276, 2009.

MELUCCI , A. The new social movements: a theoretical approach. Social Science Information, n. 19, p. 199-226, 1980.

MORRIS, A. D.; MUELLER, C. M. Frontiers in social movement theory. New Haven: Yale University Press, 1992.

MUMFORD, L. História das utopias. Lisboa: Antígona, 2007.

OFFE, C. Partidos politicos y nuevos movimientos sociales. Madri: Ed. Sistema, 1988.

OLSON, M. The logic of collective action. Cambridge Univ. Press, 1965.

QUIJANO, A. El laberinto de América Latina: ¿hay otras salidas? Revista OSAL, Buenos Aires, CLACSO, v. 5, n. 13, 2004.

______. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, E. (Org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais: perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: CLACSO, 2005. (Colección Sur Sur).

RIOT-SARCEY, M.; PICON, A.; BOUCHET, T. Dicionário das utopias. São Paulo: Edições &Textos, 2009.

SALIBA, E. T. As utopias românticas. 3. ed. São Paulo: Estação Liberdade, 2004.

SADER, E. Quando novos personagens entraram em cena. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.

SCHERER-WARREN, I. Das mobilizações às redes de movimentos sociais. Sociedade e Estado, UnB, Dossiê: Movimentos Sociais, v. 21, n. 1, p. 109-130, jan./abr. 2006.

SIRVENT, M. T. Educación de adultos: investigación, participación, desafios y contradicciones. 2. ed. Buenos Aires: Minõ Dávila, 2008.

SMELSER, N. J. Teoria del comportamiento colectivo. México: FCE, 1962.

SPIVAK, G. C. Estudios de la subalternidad. In: SPIVAK et al. Estudios postcoloniales: ensayos fundamentales. Madri: Queimadas Graficas, 2008.

STAVENHAGEN, R. Siete tesis equivocadas sobre América Latina. Buenos Aires: 1965.

______. Sociología y desarrollo. México: Editorial Nuestro Tiempo, 1972.

SVAMPA, M. Cambio de época: movimientos sociales y poder político. Buenos Aires: CLACSO; SigloXXI, 2008.

TAPIA, L. Movimientos sociales, movimientos societales y los no lugares de la política. Cuadernos del Pensamiento Crítico Latinoamericano, Buenos Aires, CLACSO, n. 11, 2009.

TARROW, S. Power in movement. Cambridge Univ. Press, 1994.

TILLY, C. From mobilization to revolution. Londres: Addison-Wesley Publ. Comp., 1978.

TORO, J. B.; WERNECK, N. Mobilização social: um modo de construir a democracia e a participação. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.

WALLERSTEIN, I. Ler Fanon no século XXI. Revista Crítica de Ciências Sociais, n. 82, p. 3-12, set. 2008.

WALSH, C. Introducción (re)pensamiento critico y (de)colonialidad. In: WALSH, C. (Org.). Pensamiento crítico y matriz (de) colonial, reflexiones latinoamericanas. Quito: Universidad Andina Simón Bolívar; Ediciones Abya-Yala, 2005.

WANDERLEY, Luis E.W. Democracia e igreja popular. São Paulo, EDUC, 2007.

WANDERLEY, L. E. W.; WANDERLEY, L. E. Educação popular, metamorfoses e veredas. Cortez, 2010.

WOOD, E. M. Império do capital. São Paulo: Boitempo, 2014.

ZIZEK, S. et ALI, Tariq; ALVES, Giovanni; DAVIS, Mike; HARVEY, David; SADER, Emir; SAFATLE, Vladimir; PESCHANSKI, João Alexandre; TELES, Edson; e WALLERSTEIN, Immanuel. Occupy. Movimentos de protestos que tomaram as ruas. São Paulo, Boitempo, 2012, p. 15-25.

Downloads

Publicado

2014-12-31

Edição

Seção

Dossiê Temático