MULHERES, MÃES E PALAVRAS: DUAS LEOAS RUGEM E IMPRIMEM SUAS LETRAS EMPODERADAS NA ESCRITA LITERÁRIA

Autores

  • Fernanda INSFRAN Universidade Federal Fluminense
  • Ana Guimarães Corrêa Ramos MUNIZ Instituto Federal Fluminense

DOI:

https://doi.org/10.48075/rt.v15i36.22289
Agências de fomento

Palavras-chave:

Mulher-mãe, Empoderamento, Feminismo.

Resumo

Este artigo pretende apresentar as problematizações oriundas das obras de Carolina Maria de Jesus (Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada) e Manuela D’Ávila (Revolução Laura), a fim de que se promova uma reflexão acerca do lugar da mulher, e principalmente da mulher-mãe, na(s) sociedade(s). Nosso existir resistindo é amplificado por mãos feministas que, assim como Carolina e Manuela, permanecem ecoando gritos de liberdade. A leitura de tais mulheres nos faz convites à reflexão. Encontramos Arruzza, Bhattacharya e Fraser (2019) falando sobre o feminismo que, de fato, precisamos e queremos. Aprendemos com Creenshaw (2002), que cunha a interseccionalidade e traz luz às discriminações sofridas por mulheres de diferentes classes, raças/etnias e culturas, apenas para citar algumas dentre tantas. Djamila Alves Ribeiro (2018) e bell hooks (2013) nos conduzem à realidade triste de ainda coexistirmos com aqueles marcados por falta de empatia e sororidade. Todas essas mãos guiaram as nossas na costura das palavras que, com a tinta da literatura, aqui se imprimem. As palavras das autoras das obras referenciadas ecoam revelando discriminações, ressoam denunciando o discurso de ódio e reverberam anunciando a força potente da mulher que não se cala.

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ENVIADO EM 10-05-19 | ACEITO EM 08-07-19

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Publicado

11-10-2019

Como Citar

INSFRAN, F.; MUNIZ, A. G. C. R. MULHERES, MÃES E PALAVRAS: DUAS LEOAS RUGEM E IMPRIMEM SUAS LETRAS EMPODERADAS NA ESCRITA LITERÁRIA. Trama, Marechal Cândido Rondon, v. 15, n. 36, p. 04 15, 2019. DOI: 10.48075/rt.v15i36.22289. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/trama/article/view/22289. Acesso em: 20 abr. 2024.

Edição

Seção

Vozes femininas na contemporaneidade