Autora: Águeda Delgado-Ponce – Tradução: Lilian Ribeiro

Apesar de a comunicação escrita fazer parte da vida acadêmica de todo estudante, a redação do artigo científico envolve uma série de requisitos que a diferenciam de outros tipos de textos e, portanto, dificultam sua elaboração. Entre os principais aspectos que se destacam nesse tipo de escrita (que discutimos em outra entrada), podemos destacar: clareza, brevidade e precisão. Portanto, ao começar a escrever artigos científicos, o uso de expressões específicas, de frases feitas, fornece um guia ou ajuda que facilita essa tarefa.

rituaisAs “frases rituais“, aquelas de forma específica ou repetida e de uso comum, podem, em certos casos, favorecer o fluxo de idéias e evitar os bloqueios que surgem quando se trata de escrever. E até simplificar ou acelerar a compreensão do texto. No entanto, o problema, como em tudo, surge quando essas expressões são abusadas, algo que geralmente ocorre com bastante frequência em artigos de pesquisa, devido à busca de uma redação mais próxima da científica, bem como da escrita em outro idioma, dada a especificidade desta literatura. Pelo contrário, o que é alcançado com esse abuso é a falta de precisão, pois usamos frases “pré-fabricadas”, válidas para qualquer artigo e não para a expressão das informações concretas e particulares que queremos comunicar. Além disso, subtrair a originalidade e parecer repetitivo.

Portanto, para a questão de se devemos demonizar e contribuir para a erradicação dessas frases rituais, a resposta seria não, pois às vezes, ao começar a escrever esses artigos ou em traduções, elas podem resultar de ajuda. Mas é necessário reduzir seu uso para obter a precisão e a clareza que esse tipo de texto exige.

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