Proust a contrapelo. Experiência temporal, obra de linguagem e crítica materialista

Autores

  • Luis Inacio Oliveira Costa Universidade Federal do Maranhão

DOI:

https://doi.org/10.34024/limiar.2019.v6.9583

Palavras-chave:

Experiência Histórica – Obra Literária – Crítica – Walter Benjamin – Marcel Proust

Resumo

Em sua leitura da obra de Marcel Proust, Benjamin reconhece como uma questão de fundo da Recherche du temps perdu a correlação fundamental entre experiência histórica e elaboração linguística, preocupação que se situa, na verdade, no núcleo do pensamento benjaminiano. O presente artigo busca deter-se nessa questão central para Benjamin, em especial como ela é enfrentada nas duas últimas partes do ensaio Para a imagem de Proust, no qual Benjamin faz já um exercício de crítica materialista. Para esse projeto crítico benjaminiano que se aprofunda ao longo dos anos de 1930, a obra de linguagem se destaca como um médium histórico-linguístico no qual o ainda não expresso pode alcançar expressão. È por essa via que o experimento narrativo da Recherche busca ser lido por Benjamin numa espécie de procedimento crítico a contrapelo.

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Publicado

2019-11-21

Como Citar

Oliveira Costa, L. I. (2019). Proust a contrapelo. Experiência temporal, obra de linguagem e crítica materialista. Revista Limiar, 6(12), 20–46. https://doi.org/10.34024/limiar.2019.v6.9583

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