Pérolas no esterco:

tatuagem, imprensa, polícia e ciência em crônicas de Machado de Assis

Autores

  • Ana Paula Cardozo de Souza Ph.D. Candidate Leiden University/NL

DOI:

https://doi.org/10.34024/hydra.2016.v1.9133

Palavras-chave:

História, Crônica e Ciência

Resumo

Em sua série de crônicas "A Semana", Machado de Assis tratou diversas vezes das notícias policiais publicadas nos periódicos fluminenses. A atenção dada pela imprensa a esses eventos e, sobretudo, o uso que ela fazia das informações coletadas, expondo a vida íntima de anônimos em suas páginas, foram alvo da pena do escritor. Ao abordar a crônica de 28 de julho de 1895 de Machado de Assis a respeito de um crime ocorrido na capital do país, este artigo pretende discutir o posicionamento do autor diante da conduta jornalística e como critérios técnico-científicos permeavam diversos setores da sociedade brasileira do final do século XIX, que associavam as classes baixas a "classes perigosas" e ignorantes. Identificando os diálogos entre textos distintos publicados na imprensa carioca do final do século XIX, o objetivo é apontar para a independência de que o literato gozava na feitura de suas crônicas, tanta que permitia a crítica à imprensa feita de maneira interna, divergindo, desta forma, dos outros textos e da opinião e práticas da própria Gazeta de Notícias, jornal para o qual escrevia.

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Referências

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Publicado

2019-03-25

Como Citar

Souza, A. P. C. de. (2019). Pérolas no esterco:: tatuagem, imprensa, polícia e ciência em crônicas de Machado de Assis. Revista Hydra: Revista Discente De História Da UNIFESP, 1(2), 78–96. https://doi.org/10.34024/hydra.2016.v1.9133

Edição

Seção

Artigos Livres