DESFECHO FUNCIONAL DO PACIENTE DE TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO APÓS A ALTA DA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Ana Maria Paulo Costa, Samanta Erlen Martins Pereira, Paulo Marcelo Sá Palácio Câmara, João Vitor Câmara Diógenes Bastos, David Jonathan Nogueira Martins, Vasco Pinheiro Diógenes Bastos

Resumo


O traumatismo cranioencefálico (TCE) é uma lesão advinda de um trauma externo que gera alterações cranianas, podendo causar fraturas ou afetar as estruturas cerebrais ocasionando prejuízos cognitivos ou funcionais, permanentes ou momentâneos. O presente estudo teve como objetivo avaliar o desfecho funcional do paciente de trauma cranioencefálico após a alta da UTI, traçando o perfil sociodemográfico e verificando o tempo de permanência no setor, o nível de independência funcional, o grau de força muscular entre outras variáveis importantes. A pesquisa foi de caráter exploratório, transversal, descritivo e de abordagem quantitativa dos dados coletados. A coleta de dados foi realizada em um hospital de referência em Trauma na cidade de Fortaleza/CE, no período de maio a setembro/2018. A amostra do estudo foi de 57 pacientes onde houve 14 óbitos, sendo a idade média de 37,32 ± 18,13 anos. Houve o acometimento de deformidades tais como lesões por pressão 39,53% (n=17) e fraturas de face 13,95% (n=6). Com tempo de permanência da UTI em média de a 20,30 ± 16,18 dias. Os valores da Escala de Medical Research Council (MRC) e Escala de Medida de Independência Funcional (MIF) se correlacionam visto que apenas três pacientes foram classificados com independência funcional enquanto 100% da amostra apresentaram valores abaixo da normalidade para a força muscular. Conclui-se que os pacientes de TCE após alta da UTI manifestam prejuízos como fraqueza muscular grave, nível de independência prejudicado afetando sua qualidade de vida.

Palavras-chave


Traumatismos craniocerebrais; Unidades de terapia intensiva; Desempenho Físico Funcional

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DOI: http://dx.doi.org/10.25191/recs.v5i1.3250

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