“NOVA POLÍCIA” E O PROCESSO INSTITUINTE: CONCEPÇÕES ACERCA DA INSERÇÃO DE MULHERES NO POLICIAMENTO PARANAENSE

Autores

  • DANIELA CECILIA GRISOSKI Universidade Estadual de Londrina

DOI:

https://doi.org/10.22289/2446-922X.V5N1A11

Palavras-chave:

Relações de Gênero, Análise Institucional, Instituição Militar

Resumo

O trabalho aqui apresentado trata-se de um estudo teórico, cujo objetivo principal consistiu em realizar uma articulação entre a forma em que ocorreu a inserção de mulheres à Polícia Militar do estado do Paraná (PMPR), em meados de 1970, e as concepções teóricas de Gregório Baremblitt (2002) sobre a Análise Institucional, em especial compondo problematizações sobre os conceitos de processos por ele denominados instituídos e instituintes, dentro da linha teórica em questão. O presente trabalho se deu através de uma pesquisa exploratória, tomando como ponto de partida materiais selecionados conforme o objetivo, sendo estes materiais publicações oficiais e não oficiais referentes a inserção de mulheres na Polícia Militar do estado do Paraná, bem como a obra “Compêndio da Análise Institucional e outras correntes: teoria e prática” publicada por Baremblitt (2002). O estudo teórico também se enquadra no campo denominado Relações de Gênero, compreendendo uma análise de papéis sociais que são tidos como, historicamente, denominados para um gênero específico, como é o caso do homem e da mulher inseridos nas organizações da instituição Segurança Pública. Compreendeu-se a entrada de mulheres na organização Polícia Militar do Paraná como uma desconstrução de modelos pré-estabelecidos, visto que esta era tida como uma organização unicamente masculina, cujos trabalhos dos policiais deveriam ser executados apenas por profissionais do sexo masculino. Desta forma, modificaram-se algumas lógicas as quais estavam cristalizadas na mesma. Por outro lado, a reprodução de um discurso masculino dominante continua em evidência, propondo uma divisão de funções de gênero.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Baremblitt, G. (2002). Compêndio de análise institucional e outras correntes: teoria e prática. Belo Horizonte: Instituto Felix Guattari.

Beattie, P. (2004). Ser homem pobre, livre e honrado: a sodomia e os praças nas Forças Armadas brasileiras (1860-1930). In: Castro, C., Izeckson, V. & Kraay, H. Nova história militar brasileira. Rio de Janeiro: Editora FGV, 269-299.

Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. (1998). Brasília. Recuperado em 03 de novembro de 2018, de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm.

Hahner, J. E. (2003) Emancipação do sexo feminino: a luta pelos direitos da mulher no Brasil, 1850-1940. Florianópolis: Editora Mulheres.

Decreto n. 3238, de 20 de abril de 1977 (1977). O GOVERNADOR DO ESTADO DO PARANÁ, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo Art. 47, item II, da Constituição Estadual e o que dispõe o artigo 57 da Lei nº 6.774, de 08 de janeiro de 1976. Governo do Paraná, PR. Recuperado em 16 de novembro de 2018, de http://celepar7cta.pr.gov.br/seap/legrh-v1.nsf/03c8822a9a6b69bb03256d3c006690af/44aef7f5540d10eb03256abc006ad968?OpenDocument ).

Diretriz nº 04677 (1977). CFAP. Procedimentos para o Curso de Formação de Sargentos Femininos, de dezembro de 1977. Polícia Militar do Paraná.

Diretriz nº 04877 (1977). 3º Seção do Estado Maior, de dezembro de 1977. Emprego da Polícia Feminina. Polícia Militar do Paraná.

Hur, D. U. (2014). Trajetórias de um pensador nômade: Grogório Baremblitt. Estudos e Pesquisas em Psicologia. 14(3). Universidade Federal de Goiás – UFG. Recuperado de http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revispsi/article/view/13899/10585. Acesso em: 02 de abril de 2018.

L’abbate, S. (2003). A análise institucional e saúde coletiva. Ciência e Saúde Coletiva. 8(1), 265-274. Recuperado de http://www.scielo.br/pdf/csc/v8n1/a19v08n1.pdf. Acesso em 02 de abril de 2018.

Moreira, R. A invenção da mulher policial militar do Paraná (2016). In: Moreira, R. & Schactae, A. M. (Orgs.). Gênero e instituições armadas. Guarapuava: Editora UNICENTRO.

Moreira, R. (2016). Entre o mito e modernidade: a entrada de mulheres na Polícia Militar do Paraná. Guarapuava: Editora UNICENTRO.

Moreira, R. (2017). Sobre mulheres e Polícias: Polícia feminina no Brasil – a invenção paulista (1955-1964). Guarapuava: Editora UNICENTRO.

Schactae, A. M. (2015). A ordem e a margem: comportamento disciplinar para Polícia Feminina no Paraná (1977-2000). Revista Tempo. 21(37), 01-21. Recuperado de: http://www.scielo.br/pdf/tem/v21n37/1413-7704tem-21-37-00001.pdf. Acesso em 05 de novembro de 2018.

Scott, J. W. (1995). Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & Realidade. 20(2), 71-99.

Severino, A. J. (2007). Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez.

SSPAP-PR, Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciária - Governo do Estado do Paraná. Institucional: Histórico. Recuperado de: http://www.pmpr.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=3 . Acesso em 10 de janeiro de 2019.

Downloads

Publicado

11-07-2019

Como Citar

GRISOSKI, D. C. (2019). “NOVA POLÍCIA” E O PROCESSO INSTITUINTE: CONCEPÇÕES ACERCA DA INSERÇÃO DE MULHERES NO POLICIAMENTO PARANAENSE. Psicologia E Saúde Em Debate, 5(1), 132–143. https://doi.org/10.22289/2446-922X.V5N1A11

Edição

Seção

Estudo Teórico