O Regime de Historicidade Distópico: tempo e natureza em Não Verás País Nenhum de Ignácio de Loyola Brandão

Autores

  • Alfredo Ricardo Silva Lopes Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - Campus Pantanal
  • Franco Santos Alves da Silva Universidade Federal de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.22228/rtf.v13i1.1066

Resumo

O romance distópico Não Verás País Nenhum de Ignácio de Loyola Brandão representa de uma nova forma tempo e natureza no contexto da crise ambiental do final do século XX. Com base no Materialismo Histórico, a distopia é vinculada ao seu contexto de criação e representa de forma pessimista os medos e inseguranças de um determinado momento histórico.  Assim, diante da atual crise ambiental e da percepção da finitude dos recursos naturais uma forma regressiva de compreender a passagem do tempo surge no final do século XX, o regime de historicidade distópico ambiental.

Biografia do Autor

Alfredo Ricardo Silva Lopes, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - Campus Pantanal

Possui Graduação, Mestrado e Doutorado (com período do Programa do Doutorado Sanduíche no Exterior realizado no Rachel Carson Center/Ludwig-Maximilians-Universität München) em História pela Universidade Federal de Santa Catarina. Pós-doutorado no Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - Campus Três Lagoas. Realiza pesquisas na área de História Contemporânea, História Ambiental e uso da Literatura no Ensino de História. Atualmente é Professor Adjunto C da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - Campus Pantanal e docente permanente do Mestrado em Estudos Fronteiriços da UFMS. 

Franco Santos Alves da Silva, Universidade Federal de Santa Catarina

Doutor em História Cultural pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Santa Catarina, na Linha de Pesquisa Sociedade, Política e Cultura no Mundo Contemporâneo com a tese "O Lado Escuro: As narrativas distópicas na obra do Pink Floyd (1973-1983)". É mestre em História Contemporânea pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Portugal, onde recebeu Bolsa ao Mérito pela dissertação "O Jornal Portugal Livre: buscando uma identidade da oposição ao salazarismo no exílio brasileiro (1958-1961)". É graduado em História, licenciatura e bacharelado, pela UFSC. Foi bolsista do PET-História - Programa de Educação tutorial e bolsista CNPq na mesma instituição no projeto "Arranjos de liberdade e de trabalho entre a escravidão e o pós-emancipação: fundos cartoriais na Ilha de Santa Catarina", em 2007.

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Publicado

2020-07-31

Como Citar

Lopes, A. R. S., & Silva, F. S. A. da. (2020). O Regime de Historicidade Distópico: tempo e natureza em Não Verás País Nenhum de Ignácio de Loyola Brandão. Revista Territórios E Fronteiras, 13(1), 194–217. https://doi.org/10.22228/rtf.v13i1.1066