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CARTA DOS EDITORES

Como sinalizamos na última carta, História, Ciências, Saúde – Manguinhosapresenta reforços em seu corpo editorial. Cinco novos nomes somar-se-ão ao grupo que há tempos coopera com a revista. Além de Charles Pessanha, Gilberto Hochman, Ildeu de Castro Moreira, Luiz Antônio de Castro Santos e Margarida de Souza Neves – feliz herança da gestão editorial de nosso antecessor e agora, também, membro de nosso conselho editorial, Jaime Benchimol – fazem parte do grupo Gabriela Soto Laveaga, da University of California, Santa Barbara; Karina Inés Ramacciotti, pesquisadora do Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas (Conicet) e da Universidad de Buenos Aires; Nelson Sanjad, membro do Museu Paraense Emílio Goeldi e professor Pós-graduação em História Social da Amazônia, da Universidade Federal do Pará; e ainda Paulo Drinot, da University College of London.

Nossa seção “Livros & Redes” também conta com nova editora, Ana Carolina Vimieiro Gomes, uma jovem professora da Universidade Federal de Minas Gerais. Aproveitamos o ensejo para agradecer a longa e dedicada colaboração de Carlos Henrique de Assunção Paiva, colega da Casa de Oswaldo Cruz que por bom tempo esteve à frente dessa importante seção. Os editores das demais seções permanecem conosco pelos próximos quatro anos, período que instituímos como mandatos – renováveis ou não – para os componentes do nosso comitê editorial, como uma forma de assegurar rotatividade entre os membros. O próximo número trará mudanças pontuais no conselho editorial, o qual pretendemos mais compacto e mais representativo da diversidade geográfica e institucional da revista.

Estabelecemos novas regras para a submissão de resenhas: textos mais breves, para que possamos divulgá-las em maior número. Assim, esperamos que História, Ciências, Saúde – Manguinhos acompanhe de forma mais ágil o intenso dinamismo da produção acadêmica em história da medicina, da saúde pública, das ciências da vida e de áreas de fronteira que dialogam com esses campos de conhecimento.

As credenciais acadêmicas dos novos editores localizam-se facilmente na internet. São pesquisadores de reconhecimento internacional, abrangendo diversas temáticas da historiografia geral, bem como das ciências, da medicina e da saúde pública, com experiência como editores de periódicos similares a História, Ciências, Saúde – Manguinhos. Auxiliados pelos novos e antigos editores colaboradores, esperamos preparar com critério e agilidade o volume crescente de manuscritos que, agora, nos chegam por meio do sistema de submissão on-line ScholarOne. Também é nossa meta avançar na internacionalização da revista.

Além de artigos submetidos espontaneamente, o presente número traz o dossiê “Historias de la poliomielitis” coordenado por Adriana Alvarez e Dilene Raimundo do Nascimento. Contendo parte da produção da Red de Estudios de la Polio y de la Síndrome Pós-polimielitis en Iberoamerica, os artigos desse conjunto revisitam a doença que por muito tempo representou sério problema de saúde pública, principalmente entre crianças.

Cabe destacar, entre outros trabalhos publicados, o interessante depoimento do historiador Bruno Leal, idealizador do Café História, sítio de enorme alcance na internet entre leigos e especialistas em história. Bruno sublinha a importância de os historiadores divulgarem seus conhecimentos no mundo virtual e analisa desafios e potencialidades dessas práticas no cenário atual da historiografia. Suas opiniões, veiculadas na seção “Depoimento”, vêm ao encontro das palavras de Carlos Fico (coordenador da área de história da Capes) transcritas na seção “Debate”. Foram proferidas em 10 de junho de 2014, em encontro com alunos e professores do Programa de Pós-graduação em História das Ciências e da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz. Nas duas seções da revista, o leitor encontrará valiosas reflexões de profissionais que atuam em faces diferentes, ainda que complementares, da prática historiográfica: um, no trato direto com o público “consumidor” do conhecimento histórico; o outro, entre os formuladores de políticas e ações concernentes ao sistema de pesquisa e pós-graduação. Ambos discorrem sobre esses dois domínios, mostrando que estão – ou deveriam estar – estreitamente imbricados numa comunidade institucionalizada, madura e comprometida com seus papéis sociais.

Nos tempos sombrios em que vivemos, de recrudescimento do conservadorismo social, cultural e político; de fundamentalismos religiosos de variados naipes e de ameaças às parcas conquistas do Estado de bem-estar social, no Brasil e no exterior, compartilhamos com o leitor a alegria pelo avanço que representa para os direitos humanos a aprovação, pela Suprema Corte dos Estados Unidos, do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Certamente é conquista que transcende as fronteiras daquele país e dos grupos diretamente beneficiados pela medida. Sem desconhecer que outros países foram pioneiros nessa conquista, devemos reconhecer a legitimidade que traz a adesão dos norte-americanos, ainda mais se levarmos em conta que lá o conservadorismo social e o fundamentalismo religioso grassam com força significativa.

Boa leitura!

André Felipe Cândido da Silva, editor científico
Marcos Cueto, editor científico

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jul-Sep 2015
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