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Radioterapia exclusiva no tratamento do câncer do colo do útero com telecobalto e braquiterapia de baixa taxa de dose: análise de resultados e variáveis

Resumos de Teses

Radioterapia exclusiva no tratamento do câncer do colo do útero com telecobalto e braquiterapia de baixa taxa de dose: análise de resultados e variáveis.

Autor: Robson Ferrigno.

Orientador: Wladimir Nadalin.

Tese de Doutorado. USP, 2001.

A presente série reporta os resultados de uma análise retrospectiva de pacientes portadoras de câncer do colo do útero, tratadas com radioterapia exclusiva,através de telecobalto e braquiterapia de baixa taxa de dose.

De setembro de 1989 a setembro de 1995, 190 pacientes com diagnóstico histológico de carcinoma epidermóide do colo do útero foram tratadas com radioterapia externa em um equipamento de telecobalto, tendo sido planejados quatro campos e tratados dois por dia, em forma de rodízio, seguida de uma ou duas inserções de braquiterapia de baixa taxa de dose (BBTD). A idade das pacientes variou de 24 a 77 anos (mediana de 53 anos) e o peso variou de 41 a 89 kg (mediana de 60 kg). Dessas, 12 eram estádio clínico (EC) IB, quatro eram EC IIA, 105 eram EC IIB e 69 eram EC IIIB.

A dose mediana de radioterapia externa na pelve de todas as pacientes foi de 4.000 cGy; as doses medianas em campos de paramétrios das pacientes EC I, EC II e EC III foram de 4.000 cGy, 5.000 cGy e 6.000 cGy, respectivamente, e as doses medianas de braquiterapia no ponto A das pacientes tratadas com uma BBTD e com duas BBTD foram de 3.800 cGy e 5.000 cGy, respectivamente. O período de seguimento variou de oito a 127 meses (mediana de 70 meses).

Com relação às pacientes EC I, II e III, a sobrevida global em cinco anos foi de 83%, 78% e 46%, a sobrevida livre de doenças foi de 83%, 82% e 49%, e o controle local em cinco anos foi de 92%, 87% e 58%, respectivamente. As complicações crônicas no reto, no intestino delgado e nas vias urinárias, independentemente da graduação, foram observadas em 29 (15,3%), em oito (4,2%) e em 13 (6,8%) pacientes, respectivamente. Fibrose subcutânea foi observada em oito pacientes (4,2%) e estenose vaginal em 61 pacientes (32,1%).

A análise estatística revelou o EC como a única variável significativa para a sobrevida global (p = 0,000), para a sobrevida livre de doença (p = 0,000) e para o controle local (p = 0,000). Idade maior que 50 anos foi a única variável que aumentou o controle local e a sobrevida livre de doença das pacientes EC II (p = 0,004). Tempo de tratamento superior a 60 dias foi a única variável que aumentou o índice de complicações no reto em cinco anos (p = 0,022). Idade até 50 anos foi a única variável que aumentou significativamente a incidência de complicações nas vias urinárias em cinco anos (p = 0,011).

Os resultados de sobrevida global, de controle local e de complicações crônicas das pacientes da presente série foram semelhantes aos das principais séries da literatura. Esses resultados sugerem que o uso de equipamento de telecobalto e a estratégia de planejar quatro campos e tratar dois por dia em forma de rodízio, até dose de 5.000 cGy na pelve, previamente à braquiterapia, representa uma técnica aceitável de radioterapia exclusiva no tratamento de pacientes com câncer do colo do útero e com peso até de 89 kg, principalmente em países em desenvolvimento e com demanda reprimida, como o Brasil.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    21 Out 2002
  • Data do Fascículo
    Dez 2001
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