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Adesão ao tratamento medicamentoso em pacientes do espectro esquizofrênico: uma revisão sistemática da literatura

Adherence to drug treatment among schizophrenic spectrum patients: a systematic review of the literature

Resumos

OBJETIVO: Realizar revisão sistemática para avaliar a adesão medicamentosa ao tratamento em pacientes do espectro esquizofrênico. MÉTODO: As buscas dos artigos foram conduzidas nas seguintes bases de dados: PubMed/Medline, Lilacs, SciELO e PePSIC, considerando artigos publicados entre 2001 e 2010. Na estratégia de busca, foram utilizados descritores de acordo com sua definição no DeCS e no MeSH: "schizophrenia" and "patient adherence" or "patient compliance" or "medication adherence". As correspondências em português e espanhol foram respectivamente "esquizofrenia/esquizofrenia" e "cooperação do paciente/cooperácion del paciente" ou "adesão à medicação/cumplimiento de lá medicación". Também foram realizadas buscas manuais nas referências dos artigos selecionados. RESULTADOS: A busca bibliográfica resultou em 1.692 artigos. Contudo, apenas 54 preencheram os critérios para compor esta revisão. CONCLUSÕES: A maioria dos estudos sobre o tema foi realizada em países desenvolvidos, prejudicando a aplicação dos achados à nossa realidade. As taxas da adesão e os métodos utilizados para avaliação variaram bastante, porém os fatores associados à não adesão se repetiram, como falta de insight, comorbidade com uso de substâncias psicoativas, falta de apoio social, efeitos colaterais da medicação, comportamento violento, situação de rua, tentativa de suicídio, entre outros. Assim sendo, há necessidade da realização de mais estudos nacionais para investigar potenciais variáveis associadas a não adesão e suas consequências para a população estudada.

Revisão sistemática; esquizofrenia; adesão à medicação


OBJECTIVE: Carry out a systematic review to assess medication adherence among schizophrenic spectrum patients. METHOD: The searches were carried out in the following databases: PubMed/Medline, Lilacs, SciELO and PePSIC considering articles published between 2001 and 2010. In the search strategy were used descriptors according to its definition in the MeSH DeCS: "schizophrenia" and "patient adherence" or "patient compliance" or "medication adherence". The correspondence in Portuguese and Spanish were respectively "esquizofrenia/esquizofrenia" and "cooperação do paciente/cooperácion del paciente" or "adesão à medicação/cumplimiento de lá medicación". Manual searches were also conducted in the references of selected articles. RESULTS: The bibliographic research resulted in 1,692 articles. But only 54 met criteria for compose this review. CONCLUSIONS: Most studies about the theme were conducted in developed countries, hindering the use of these results to our reality. The treatment compliance rates and the methods used for evaluation varied widely, but the factors associated with nonadherence were repeated, such as lack of insight, comorbid substance abuse, lack of social support, medication side effects, violent behavior, homelessness, and suicide attempts. Therefore, there is need of further national studies to investigate potential variables associated with noncompliance and its consequences for the population studied.

Systematic review; schizophrenia; patient compliance


REVISÃO DE LITERATURA

Adesão ao tratamento medicamentoso em pacientes do espectro esquizofrênico: uma revisão sistemática da literatura

Adherence to drug treatment among schizophrenic spectrum patients: a systematic review of the literature

Tatiana Fernandes Carpinteiro da SilvaI; Giovanni Marcos LovisiI; Louise Deluiz VerdolinII; Maria Tavares CavalcantiIII

IUniversidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Instituto de Estudos em Saúde Coletiva (IESC)

IIUniversidade Federal Fluminense, Hospital Universitário Antônio Pedro (UFF/HUAP)

IIIUFRJ, Instituto de Psiquiatria (IPUB), Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal

Endereço para correspondência Endereço para correspondência: Tatiana Fernandes Carpinteiro da Silva Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de Estudos em Saúde Coletiva Instituto de Psiquiatria Praça Jorge Machado Moreira, Ilha do Fundão, Cidade Universitária 21941-598 - Rio de Janeiro, RJ, Brasil Telefone: (55 21) 9618-7097 E-mail: tatianafcs@bol.com.br

RESUMO

OBJETIVO: Realizar revisão sistemática para avaliar a adesão medicamentosa ao tratamento em pacientes do espectro esquizofrênico.

MÉTODO: As buscas dos artigos foram conduzidas nas seguintes bases de dados: PubMed/Medline, Lilacs, SciELO e PePSIC, considerando artigos publicados entre 2001 e 2010. Na estratégia de busca, foram utilizados descritores de acordo com sua definição no DeCS e no MeSH: "schizophrenia" and "patient adherence" or "patient compliance" or "medication adherence". As correspondências em português e espanhol foram respectivamente "esquizofrenia/esquizofrenia" e "cooperação do paciente/cooperácion del paciente" ou "adesão à medicação/cumplimiento de lá medicación". Também foram realizadas buscas manuais nas referências dos artigos selecionados.

RESULTADOS: A busca bibliográfica resultou em 1.692 artigos. Contudo, apenas 54 preencheram os critérios para compor esta revisão.

CONCLUSÕES: A maioria dos estudos sobre o tema foi realizada em países desenvolvidos, prejudicando a aplicação dos achados à nossa realidade. As taxas da adesão e os métodos utilizados para avaliação variaram bastante, porém os fatores associados à não adesão se repetiram, como falta de insight, comorbidade com uso de substâncias psicoativas, falta de apoio social, efeitos colaterais da medicação, comportamento violento, situação de rua, tentativa de suicídio, entre outros. Assim sendo, há necessidade da realização de mais estudos nacionais para investigar potenciais variáveis associadas a não adesão e suas consequências para a população estudada.

Palavras-chave: Revisão sistemática, esquizofrenia, adesão à medicação.

ABSTRACT

OBJECTIVE: Carry out a systematic review to assess medication adherence among schizophrenic spectrum patients.

METHOD: The searches were carried out in the following databases: PubMed/Medline, Lilacs, SciELO and PePSIC considering articles published between 2001 and 2010. In the search strategy were used descriptors according to its definition in the MeSH DeCS: "schizophrenia" and "patient adherence" or "patient compliance" or "medication adherence". The correspondence in Portuguese and Spanish were respectively "esquizofrenia/esquizofrenia" and "cooperação do paciente/cooperácion del paciente" or "adesão à medicação/cumplimiento de lá medicación". Manual searches were also conducted in the references of selected articles.

RESULTS: The bibliographic research resulted in 1,692 articles. But only 54 met criteria for compose this review.

CONCLUSIONS: Most studies about the theme were conducted in developed countries, hindering the use of these results to our reality. The treatment compliance rates and the methods used for evaluation varied widely, but the factors associated with nonadherence were repeated, such as lack of insight, comorbid substance abuse, lack of social support, medication side effects, violent behavior, homelessness, and suicide attempts. Therefore, there is need of further national studies to investigate potential variables associated with noncompliance and its consequences for the population studied.

Keywords: Systematic review, schizophrenia, patient compliance.

INTRODUÇÃO

A assistência psiquiátrica e em saúde mental no Brasil vem sofrendo uma rápida e profunda transformação desde a década de 1980, com a mudança de direcionamento de uma assistência basicamente hospitalar para uma assistência mais inserida na comunidade, por meio da implantação de serviços de saúde mental comunitários em todo o país, incluindo áreas nas quais até então inexistiam serviços especializados em assistência psiquiátrica1. Atualmente, a hospitalização é utilizada como último recurso, reservada para casos mais graves, e evitando-se as internações de longa duração2.

A transferência dos cuidados psiquiátricos do nível hospitalar para serviços baseados na comunidade provocou uma mudança na concepção dos tratamentos psiquiátricos, ampliando o enfoque anterior que era limitado aos cuidados aos pacientes internados. Com essa mudança promovida pela reforma psiquiátrica, passa-se a valorizar a permanência do paciente na comunidade, sendo um dos principais objetivos e desafios atuais a adesão dessa clientela ao tratamento.

Desse modo, a falta de adesão ao tratamento tem movido esforços de pesquisadores e clínicos, já que a não adesão pode ser considerada como um relevante problema de saúde pública, levando, muitas vezes, à exacerbação de sintomas, à cronificação de doenças e aos altos custos despendidos com tratamentos que se tornam, muitas vezes, ineficazes3. Tratando-se de enfermidades crônicas que necessitam de cuidados contínuos, como os transtornos do espectro esquizofrênico, é necessário que haja adesão do paciente ao tratamento proposto, de modo a assegurar uma maior efetividade terapêutica4.

A adesão ao tratamento é de difícil conceitualização. Ao longo do tempo têm sido propostas várias definições, bem como expressões alternativas relativas ao processo de adesão, por exemplo, "conformidade"5 e "aderência"6. A expressão "adesão ao tratamento" foi introduzida na literatura médica por Haynes e Sackett7 como: "O grau de concordância entre o comportamento de uma pessoa e os conselhos médicos ou de saúde".

Esse conceito vai ao encontro do da Organização Mundial de Saúde (OMS), que define adesão como sendo a medida na qual o comportamento do indivíduo (em termos de usar medicação, seguir dietas ou executar mudanças no estilo de vida) corresponde ao aconselhamento dado pelo profissional de saúde8. Assim sendo, a adesão por parte de um paciente pode referir-se à aquisição das prescrições médicas, ao uso da dose diária correta de medicação, à implantação e à manutenção do tratamento pelo período estabelecido e ao estabelecimento de mudanças comportamentais propostas4.

A adesão ao tratamento medicamentoso pode ser avaliada por meio de métodos diretos ou indiretos. Cada um tem suas vantagens e desvantagens, e nenhum é considerado padrão-ouro9-13. Os métodos diretos de avaliação da adesão incluem técnicas analíticas que correspondem à mensuração da concentração do fármaco (ou seu metabólito) nos fluidos biológicos ou à mensuração de marcadores biológicos adicionados ao fármaco. As técnicas analíticas podem determinar se o paciente estaria usando as doses prescritas, e também detectar se os usa regularmente. Já os métodos indiretos são assim chamados por causa das formas de avaliação utilizadas, as quais não podem confirmar se o paciente realmente usou a medicação. Incluem contagem de comprimidos, avaliação do efeito farmacológico, verificação da taxa de dispensação da prescrição na farmácia, relato do paciente, questionários específicos, monitoramento eletrônico da medicação por meio do medication event management systems (MEMS), medida de parâmetros fisiológicos e realização de um diário da medicação pelo paciente. Os métodos indiretos são, em geral, de fácil utilização, porém podem superes-timar a adesão ao tratamento.

As taxas de não adesão nos pacientes do espectro esquizofrênico estão em torno de 50%, sendo a causa mais frequente de recaídas e, consequentemente, de reinternações. Isso acarreta não apenas piora no prognóstico do paciente acometido, como também eleva os custos com hospitalizações potencialmente evitáveis, além de estar relacionada a um maior risco de suicídio14,15.

Estudos sobre o tema têm associado diversos fatores à adesão ao tratamento de pacientes do espectro esquizofrênico, sendo esses atribuídos ao médico, ao paciente, ao tratamento em si e ao ambiente. Como exemplos, podem ser citados a qualidade da relação médico-paciente, a falta de insight deste paciente, os eventos adversos do tratamento, o apoio social recebido pelo indivíduo, além de aspectos psicológicos, físicos, socioeconômicos e até mesmo religiosos4,16.

Logo, o conhecimento de características dos pacientes e dos fatores associados a não adesão ao tratamento medicamentoso de pacientes do espectro esquizofrênico é de fundamental importância para o desenvolvimento de medidas que contribuam com a adesão e para o planejamento adequado dos serviços de saúde disponibilizados. Para tanto, revisões sistemáticas são de grande utilidade, já que integram informações de um conjunto de estudos que podem exibir resultados contraditórios ou condizentes, auxiliando no direcionamento de pesquisas futuras.

Sendo assim, foi realizada esta revisão sistemática com o objetivo de avaliar os recentes estudos epidemiológicos sobre adesão ao tratamento medicamentoso dos pacientes do espectro esquizofrênico e os fatores a ela associados, visando a melhorar a compreensão do fenômeno em questão.

MÉTODOS

Foi realizada uma revisão sistemática a respeito dos principais estudos epidemiológicos sobre a adesão ao tratamento medicamentoso dos pacientes do espectro esquizofrênico e os fatores a ela associados. Para obtenção desses artigos, foram consultadas as seguintes bases de dados bibliográficos: PubMed/Medline, Lilacs, SciELO e PePSIC, esses dois últimos especialmente para a recuperação de publicações nacionais. A busca não foi restrita ao idioma, mas os critérios de inclusão foram: artigos publicados nos últimos 10 anos (de 2001 a 2010) em inglês, espanhol e português; desenho de estudo epidemiológico observacional (transversal, caso-controle e coorte). Estudos de intervenção foram considerados como critério de exclusão desta revisão por não ser o objetivo dela a avaliação de nenhum método de intervenção nem de avaliação da adesão.

Na estratégia de busca nas bases de dados, foram utilizados os seguintes descritores de acordo com sua definição no DeCS (Descritores em Saúde) e no MeSH (Medical Subject Headings): "schizophrenia" and "patient adherence" or "patient compliance" or "medication adherence". As correspondências em português e espanhol foram respectivamente "esquizofrenia/esquizofrenia" e "cooperação do paciente/cooperácion del paciente" ou "adesão à medicação/cumplimiento de lá medicación". Também foram revisadas as referências bibliográficas dos principais artigos encontrados.

Esses artigos foram avaliados e pontuados conforme os critérios metodológicos propostos por Downs e Black17 no instrumento denominado Checklist for Measuring Quality, aplicáveis ao delineamento dos artigos para avaliação da qualidade deles. Tais critérios avaliam a qualidade da informação, a validade interna (viéses e confundimentos), a validade externa e a capacidade de detecção de efeito significativo do estudo. O presente artigo utilizou a versão composta por 27 itens, sendo excluídos os itens relacionados a estudos experimentais. Desse modo, ao final, foram avaliados 19 itens, pontuando, no máximo, 20 pontos. Todos os artigos selecionados foram avaliados por dois dos autores, e, caso ocorresse alguma discordância na pontuação obtida, o artigo era discutido até que fosse obtido um consenso em sua pontuação final.

Os artigos foram então analisados quanto à qualidade metodológica, considerando-se os seguintes aspectos: hipóteses ou objetivos claramente definidos; desfecho claramente descrito; características dos participantes incluídos; distribuição das principais variáveis de confusão em cada grupo de comparação; principais resultados claramente descritos; informação sobre estimativas da variabilidade aleatória dos dados para os principais desfechos; características das perdas; informações sobre valores de probabilidade do desfecho; representatividade dos indivíduos convidados a participar e daqueles incluídos no estudo; informação clara sobre resultados que não tenham sido baseados em hipóteses estabelecidas a priori; informação sobre ajuste na análise para diferentes durações de acompanhamento em estudos de coorte; igualdade do tempo entre a intervenção e o desfecho para casos e controles em estudos de caso-controle; adequação dos testes estatísticos utilizados; acurácia das medidas utilizadas para os principais desfechos; recrutamento dos participantes em diferentes grupos na mesma população e no mesmo período de tempo; inclusão adequada de variáveis de confusão na análise; consideração das perdas de participantes durante o acompanhamento; e poder do estudo em detectar um efeito importante, com nível de significância de 5%.

Os artigos selecionados foram apresentados em relação aos seguintes aspectos metodológicos: ano de publicação, local do estudo, tipo de dados (primários ou secundários), desenho de estudo, tamanho da amostra, instrumentos utilizados na avaliação da adesão ao tratamento, taxas de adesão encontradas e escore de avaliação metodológica.

RESULTADOS

A busca bibliográfica segundo a estratégia estabelecida resultou em 1.692 artigos. No entanto, apenas 54 preencheram os critérios para compor esta revisão segundo os critérios preestabelecidos descritos anteriormente (Figura 1). Os demais foram excluídos por serem revisões de literatura, por estarem repetidos nas diferentes bases de dados, por não estarem disponibilizados na íntegra, por não serem diretamente referentes ao tema, por não apresentarem as taxas de adesão ao tratamento, ou por serem estudos qualitativos, de intervenção ou de validação de instrumentos. Embora tenham sido encontrados 23 artigos publicados em outro idioma além do inglês/português/espanhol, apenas dois desses artigos satisfaziam os demais critérios de inclusão, não constituindo, portanto, limitação importante para os resultados encontrados.


Dos 54 artigos analisados, três eram nacionais (5,5%) e os demais, provenientes dos Estados Unidos (55,7%), países europeus (27,8%) e outros países (11%). Quanto ao idioma, todos foram escritos na língua inglesa, com exceção de três artigos nacionais, publicados em português. Com relação ao desenho do estudo, 48,1% eram de coorte prospectiva, 24,1% de coorte retrospectiva, 25,9% seccionais e 1,9% caso-controle. Considerando somente os estudos nacionais, são dois artigos de coorte prospectiva e um de coorte retrospectiva (Quadros 1 e 2).



De acordo com os critérios propostos por Downs e Black, o escore médio atribuído aos artigos foi de 14,5, sendo 9 pontos o valor mínimo atingido e 19 o valor máximo. Quando analisados separadamente, os estudos nacionais obtiveram pontuação inferior à média geral (13,7). Considerando que algumas questões são específicas para determinados desenhos de estudos, o valor máximo da escala variou de acordo com a exclusão de determinados itens se o estudo em análise não se enquadrasse em tais critérios.

O principal método utilizado na avaliação da adesão foi o relato dos pacientes, familiares e equipe de saúde (40,7%), seguido da consulta aos prontuários (24,1%). O MPR (Medication Possession Ratio), calculado a partir da razão entre a quantidade de medicação fornecida e o número de dias entre duas consultas, foi utilizado em 22,2% dos estudos. Já a contagem direta dos comprimidos restantes foi utilizada em 5,5% das vezes e o uso de instrumentos específicos (16,4%). Os instrumentos mais utilizados foram as escalas DAI (Drug Atitude Inventory), MARS (Medication Adherence Rating Scale) e ROMI (Rating of Medication Influences). O uso de técnicas mais modernas como o monitoramento eletrônico e a dosagem plasmática da medicação ocorreu numa minoria dos casos (9,3% e 7,4%, respectivamente). Alguns estudos utilizaram mais de um método de avaliação da adesão (18,5%).

Considerando apenas artigos nacionais, o método mais usado foi a consulta ao prontuário (66,6%). O uso de instrumento específico foi realizado em apenas um único estudo (Escala ROMI). Técnicas como o monitoramento eletrônico e a dosagem plasmática não foram utilizadas nos estudos brasileiros.

O tamanho das amostras variou de 30 a 67.709 pacientes do espectro esquizofrênico. A prevalência de adesão ao tratamento variou de 18,8% a 95%, de acordo com o método usado na avaliação da adesão, com o período de seguimento dos pacientes e o tipo de medicação em uso.

A não adesão mostrou-se associada a recaídas, reinternações, maior uso dos serviços de emergência, tentativas de suicídio, falta de juízo crítico sobre o próprio transtorno psiquiátrico, comorbidade com o uso de substâncias psicoativas, idade, minorias étnicas, falta de apoio social, estado civil solteiro, persistência de sintomas psicóticos entre as crises, maior gasto com saúde, religiosidade, presença de eventos adversos, comportamento violento e situação de rua.

DISCUSSÃO

De modo geral, foi encontrada grande variação na proporção de pacientes do espectro esquizofrênico no que se refere à adesão ao tratamento. A média de prevalência encontrada foi de 57% (mediana 65), o que está de acordo com a literatura atual sobre o assunto. Entretanto, a comparação entre os resultados encontrados pelos estudos foi dificultada pelo uso de diferentes metodologias, tanto no que diz respeito ao desenho de estudo quanto à técnica utilizada na avaliação da adesão ao tratamento e ao período de análise do fenômeno em questão.

Embora os relatos dos próprios pacientes, seus familiares e a equipe de saúde sejam dotados de menor rigor metodológico, foi o método de avaliação da adesão mais utilizado, possivelmente por sua simplicidade na obtenção dos dados. Tais métodos subjetivos foram responsáveis pelas maiores taxas encontradas de adesão ao tratamento, quando comparados aos demais procedimentos de avaliação. Em virtude de tal observação, supõe-se que os profissionais de saúde consideram em seus julgamentos as informações fornecidas pelos pacientes sobre a própria adesão, o que pode induzir consequências desastrosas, como a inclusão de medicamentos adicionais desnecessariamente, o aumento da dose prescrita ou até mesmo a troca por outro antipsicótico por causa de uma falsa inefetividade do anterior.

Já as técnicas analíticas e de monitoramento eletrônico, embora mais modernas e possuidoras de tecnologia mais acurada, foram utilizadas em menor proporção. Isso se deve provavelmente à menor viabilidade e ao maior custo associado a tais procedimentos, além da possível influência na relação de confiança entre o paciente e a equipe. O uso desses dispositivos de verificação que confrontam o relato do paciente pode prejudicar essa relação, além do fato de se tratar de população que pode apresentar sintomas psicóticos paranoides em curso, o que aumentaria a suspicácia em relação à equipe e seus procedimentos9,18. O método de contagem de comprimidos, embora seja simples e de baixo custo direto, foi a técnica de menor utilização, o que pode ser decorrente do pouco tempo disponível pelos profissionais da equipe para a realização do procedimento. O uso de mais de um método de avaliação foi utilizado em apenas 18,5% dos estudos internacionais e em nenhum estudo nacional, apesar de a combinação de procedimentos diferentes ser recomendada pela literatura12,19.

A presente revisão evidenciou a relação existente entre a adesão ao tratamento de pacientes do espectro esquizofrênico a diversos fatores modificáveis, como a comorbidade com o uso de substâncias psicoativas, e a presença de efeitos colaterais da medicação antipsicótica (como parkinsionismo, acatisia, distonia, aumento de peso, disfunção sexual, entre outros). Muitos desses fatores associados a não adesão estão intercambiados, como a persistência de sintomas psicóticos entre as crises, maior prevalência de tentativas de suicídio, maior uso dos serviços de emergência, maior número de reinternações e maiores gastos com a saúde. Isso leva a prejuízos não somente para o indivíduo sem adesão, mas também para o sistema de saúde como um todo, já que promove o saturamento da rede e custos desnecessários com os serviços.

Algumas variáveis sociodemográficas também foram relacionadas à não adesão dos pacientes do espectro esquizofrênico, como idade jovem, estado civil solteiro e o pertencimento a minorias étnicas, sendo esses fatores associados à maior prevalência de transtornos psiquiátricos de modo geral. Outros fatores também se mostraram associados à falta de adesão ao tratamento nessa população, como a ocorrência de comportamento violento e situação de rua.

O uso de antipsicóticos atípicos esteve associado à maior adesão ao tratamento na maioria dos estudos. Isso se deve provavelmente ao fato de essa classe medicamentosa produzir menos efeitos colaterais do que os antipsicóticos típicos. A maior adesão aos atípicos foi explicada por alguns estudos pelo fato de que os pacientes com baixa adesão já tiveram sua classe antipsicótica anteriormente alterada para atípica por causa desse problema, enquanto aqueles com adesão ao uso de medicamentos típicos não precisaram ter sua classe alterada. A administração dos medicamentos por via parenteral também se associou à maior adesão nos pacientes do espectro esquizofrênico. Essa via de administração tem a vantagem de facilitar a adesão nos pacientes que se esquecem de usar a medicação por via oral, bem como auxiliar na diminuição dos sintomas do transtorno e no aumento do insight naqueles pacientes resistentes ao uso de medicação, por manter níveis plasmáticos estáveis de longa duração.

Em relação à qualidade metodológica dos artigos analisados, observou-se que três artigos obtiveram a menor pontuação observada (9), enquanto outros três obtiveram a pontuação mais elevada (19) de acordo com os critérios propostos por Downs e Black. Ao serem analisados separadamente, os estudos nacionais obtiveram pontuação inferior à média geral (13,7), com pontuação variando entre 13 e 14.

Uma das possíveis limitações desta revisão sistemática é o viés de publicação, decorrente da falta de divulgação das pesquisas que não obtiveram resultados positivos.

CONCLUSÕES

A maioria dos estudos quantitativos sobre adesão ao tratamento foi realizada em países desenvolvidos, havendo poucos estudos nos países em desenvolvimento, o que dificulta a aplicação dos achados ao contexto de tais países.

As taxas da adesão ao tratamento entre os pacientes do espectro esquizofrênico variaram bastante entre os estudos, porém os fatores associados à falta de adesão se repetiram, tais como falta de insight, comorbidade com uso de substâncias psicoativas, falta de apoio social, presença de efeitos colaterais da medicação, comportamento violento, situação de rua, tentativa de suicídio, entre outros.

No Brasil, o número de estudos publicados sobre o assunto é ínfimo, e nenhum deles utilizou técnicas diretas de avaliação da adesão ao tratamento. Os fatores associados à adesão foram similares aos demais países.

Assim, a presença dos transtornos do espectro esquizofrênico, que por si só constituem um importante problema de saúde pública, afetando mais de 1% da população mundial de modo crônico, é reunida a outro grande problema de saúde pública: a baixa adesão ao tratamento dessa clientela, tornando a questão fundamental no desenvolvimento de políticas públicas de saúde mental.

CONFLITO DE INTERESSES

Não se aplica a nenhum dos autores.

Recebido em 11/6/2012

Aprovado em 20/10/2012

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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      03 Jan 2013
    • Data do Fascículo
      2012

    Histórico

    • Recebido
      11 Jun 2012
    • Aceito
      20 Out 2012
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