Acessibilidade / Reportar erro

Biografia: quando o indivíduo encontra a história

Resumos

A biografia, uma das primeiras formas de história - depois das dos deuses e de homens célebres -, retém cada vez mais a atenção dos historiadores. Todavia, a moda da biografia histórica é recente. Com efeito, até a metade do século XX, sem ser de todo abandonada, ela era vista como um gênero avelhantado, convencional e ultrapassado por uma geração devotada a abordagens quantitativas e economicistas.

biografia; história; narrativa; romance histórico; indivíduo.


Biographies of mythological characters and heroes or simply of renown persons were primary forms of history. They are drawing nowadays a renewed interest from historians. The new fashion of biographies perceived as an approach to history is though very recent. Indeed, up to the mid fifties, even if not totally set aside, historical biographies were considered by the new breed of historians, quantitatively and econometrically oriented, as being old fashioned, conventional and "depassees".

biography; history; narrative; historical romance; individual.


Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

  • 1
    La biographie, cette handicapée del'histoire, in Magazine Litteraire, no 264, avril, 1987, p. 85-86.
  • 2
    Vários autores trataram deste momento charneira na história ocidental. Vejam-se, por exemplo, Norbert Elias, La société des individus, Paris, Fayard, 1991, Michel Foucault, Le souci de soi, terceiro volume de Histoire de la Sexualité, Paris Gallimard, 1987, Charles Taylor, Sources du moi. La formation de l'identité moderne, Paris, Cerf, 1979, Tzvetan Todorov, Éloge de l'individu - Essai sur la peinture flamande de la Rennaissance, Bruxelas, Adam Biro, 2001, Jean-Claude Kaufmann, Ego. Pour une sociologie de l'individu, Paris, Nathan, 2001.
  • 3
    Sobre o tema ver Frédéric Briot, Usage du monde, usage de soi - Enquêtes sur les mémorialistes d'Ancien Regime, Paris, Seuil, 1994. Marc Fumaroli, "Les Mémoires du XVIIe siècle au Carrefour desGenres en Prose", XVII Siècle, 1971, nos 94-95. Georges Gusdorf, Lignes de vie 1 Les écritues du moi e Lignes de vie 2, Auto-bio-graphie,Paris Odile Jacob, 1991.
  • 4
    Paul Ricoeur, Temps et Récit, t. I, Paris, 1983, p. 147.
  • 5
    Em entrevista à revista Nouvelles Litteraires, Zweig dizia que, para ele, a literatura "era um meio de exaltação da existência, um meio de tornar mais claro e inteligível o drama da vida".
  • 6
    Sobre as autobiografias do século XX, ver Claire de Ribaupierre, Le roman généalogique - Claude Simon et Georges Perec, Bruxelles, Editions de la Part de l'oeil, 2002 e Dominique Viard (org.), Paradoxes du biographique, Revue des Sciences Humaines, no 263, 2002. O clássico livro de Jean Starobinski, La transparence et l´obstacle, analisa do ponto de vista da história da literatura as relações entre Rousseau e suas memórias como uma autobiografia.
  • 7
    Un destin, Martin Luther, Paris, PUF, 1928, reedição 1988.
  • 8
    Le problème de l'incroyance au XVIIe siècle. La religion de Rabelais, Paris, Albin Michel, 1942.
  • 9
    Ver seu Combats pour l'Histoire, Paris, Armand Collin, 1953.
  • 10
    Ver seu excelente Le pari biographique. Écrire une vie, Paris, La Découverte, 2005.
  • 11
    Pierre Bourdieu, in "L'illusion biographique", Actes de la Recherche en Sciences sociales, 62-63, juin 1986, investe con-tra a subjetividade das biografias e em favor das várias histórias possíveis de vida para cada agente social. Mas o autor ignora a crítica de excessiva objetividade.
  • 12
    In Actes RSS, no 62/63, "L'Ilusion Biographique", p. 69-72.
  • 13
    Le Goff, Jacques "Comment écrire une biographie historique aujourd´hui", Le Débat 54 (1989) 48-53.
  • 14
    Le Goff, Jacques, Saint Louis, Paris, Gallimard, 1996.
  • 15
    Wachtel, Nathan, La foi du souvenir: labyrinthes marranes, Paris, Seuil, 2001.
  • 16
    Foucault Michel, Moi, Pierre Riviére ayant égorgée ma mére...Galimard/Julliard, 1973.
  • 17
    Duby, Georges, Les procées de Jeanne D'Arc, Paris, Galiimard, 1973.
  • 18
    Davis, David Brion, "Some recent directions in American Cultural History", AHR 73, fevereiro 1968, 696 et passim.
  • 19
    Ver sobre o assunto Esprit 184 (aout-septembre 1992). Dossier "Quand l'historien se fait biographe": 25-59.
  • 20
    Comment on écrit l'histoire, Essai d'epistemologie, Paris, Seuil, 1971.
  • 21
    Ambas traduzidas no Brasil pela Editora Nova Fronteira e publicadas respectivamente em 1951 e 1968.
  • 22
    Sobre o tema ver Andrée Lévesque Réflexion sur la biographie historique em l´an 2000, Revue d´histoire de l'Amérique française, vol. 54, no1, 2000, p. 95-102.
  • 23
    L. Stone, "Retour au récit ou refléxions sur une nouvelle vieille histoire", Le Débat, no40, 1980, p. 118-142.
  • 24
    Sobre Braudel e as referências marxistas e estruturalistas ver E.Le Roy Ladurie, Le territoire de l'histoiren, Paris, Gallimard, 1983.
  • 25
    Quem discute o assunto é o filósofo Paul Ricoeur em seu Temps et Récit, tomo 1, Paris, Seuil 1983.
  • 26
    P. Veyne, Comment on écrit l'histoire - Essay d'epistémologie, Paris, Seuil, 1971.
  • 27
    Número de março/abril de 1988.
  • 28
    M. Foucault, L'Archeologie du savoir, Paris, Galiimard, 1969.
  • 29
    M. de Certeau, L'Ecriture de l'Histoire, Paris, Gallimard, 1975.
  • 30
    Ver sobre o assunto Hayden White, Metahistory. The historical imagination in Nineteenth Century Europe, J. Hoopkins University Press, 1975. Narrative discourse and historical representation, J. Hopkins University Press, 1987.
  • 31
    Ver de R. Chartier, Au bord de la falaise, Paris, Albin Michel, 1998.
  • 32
    Recentemente François Hartog lançou seu L'évidence de l'histoire - Ce que voient lês historiens, Paris, Éditions de l'École des Hautes Études, 2005 e Nikolay Koposov, De l'imagination historique, Paris, Éditions de l'École des Hautes Études, 2009.
  • 33
    Caso da revista mensal Nossa História publicada pela Editora Vera Cruz.
  • 34
    Empresto de Luis Felipe Barreto a expressão extraída de seu "Literatura e história, uma relação muito suspeita", in Geometrias do Imaginário, Rio de Janeiro, RBL, 2001, p. 197-210.
  • 35
    Idem, p. 204.
  • 36
    P. Veyne, Comment on écrit l'histoire - Essay d'epistémologie, Paris, Seuil, 1971.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Dez 2009
Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro Largo de São Francisco de Paula, n. 1., CEP 20051-070, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, Tel.: (55 21) 2252-8033 R.202, Fax: (55 21) 2221-0341 R.202 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: topoi@revistatopoi.org