Formas do antecampo: performatividade no documentário brasileiro contemporâneo

Autores

  • André Brasil Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-3729.2013.3.14512

Palavras-chave:

Cinema, Performatividade, Documentário brasileiro

Resumo

A partir da constatação de um regime performativo das imagens, desdobramos, neste artigo, a hipótese de que, no domínio do documentário, um relevante traço formal desta performatividade está na exposição do antecampo: trata-se de um espaço ético que não deixa de ser recurso estilístico e recurso estilístico que não deixa de ser espaço ético. Essa proposição se desenvolve desde o percurso por documentários brasileiros contemporâneos, em diálogo estreito com o repertório crítico acerca dos filmes: A falta que me faz (Marília Rocha, 2009), Os dias com ele (Maria Clara Escobar, 2013), Pacific (Marcelo Pedroso, 2009), Domésticas (Gabriel Mascaro, 2013), Jogo de Cena (Eduardo Coutinho, 2007), Moscou (Eduardo Coutinho, 2009), Bicicletas de Nhanderu (Ariel Ortega e Patrícia Ferreira, 2012).

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Biografia do Autor

André Brasil, Universidade Federal de Minas Gerais

Professor e pesquisador do Departamento de Comunicação e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação pela Universidade Federal de Minas Gerais. Doutor pela Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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Publicado

2014-01-13

Como Citar

Brasil, A. (2014). Formas do antecampo: performatividade no documentário brasileiro contemporâneo. Revista FAMECOS, 20(3), 578–602. https://doi.org/10.15448/1980-3729.2013.3.14512

Edição

Seção

Subjetividade