Da arte de narrar, desenhar, cantar e tecer

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Palavras-chave

Arte indígena contemporânea
saberes ancestrais
corpo
Sibé
Meriná

Como Citar

Barros, R. K. B. (2022). Da arte de narrar, desenhar, cantar e tecer: os fazeres artísticos de Sibé e Meriná. Revista Estado Da Arte, 3(2), 539–551. https://doi.org/10.14393/EdA-v3-n2-2022-64453
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Resumo

Artistas indígenas têm sido cada vez mais conhecidos no âmbito nacional ao promoverem uma cena que Jaider Esbell chama de “arte indígena contemporânea”. Museus, galerias e espaços digitais têm sido demarcados por curadores/as de diferentes povos originários do Brasil para expor produções multifacetadas. Dois anciãos, nas suas atividades cotidianas, contribuíram para fortalecer esse cenário: Sibé (Feliciano Lana/Desana) e Meriná (Bernaldina José Pedro/Macuxi). Ambos foram vítimas da política de morte instaurada no país e trabalharam com narração de histórias, desenho, canto e tecelagem. O objetivo deste artigo é analisar as produções desses dois conhecedores dos saberes de suas comunidades, discutindo o quanto esses trabalhos impactam o campo da arte indígena contemporânea. O fazer das velhas e velhos reafirma a existência milenar e ancestral das produções indígenas. Para tanto, recorre-se principalmente à crítica escrita por intelectuais dos povos originários. Assim, demonstra-se que o contemporâneo da expressão arte indígena contemporânea engloba anciãos das comunidades e os seus fazeres são fundamentais para a elaboração de trabalhos hoje efervescentes nas instituições de arte.

https://doi.org/10.14393/EdA-v3-n2-2022-64453
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