Nos últimos 50 anos o Brasil vivenciou um processo de urbanização, caracterizado por mudanças econômicas
e sociais e intenso fluxo migratório em direção aos principais centros urbanos, notadamente em São Paulo. A
ocupação desordenada do território resultou na compactação e impermeabilização do solo, com obstrução
de cursos d´água, eliminação da vegetação, como também a ausência de planejamento urbano com precária
infraestrutura e serviço, interferindo na qualidade de vida da população e na degradação dos recursos
ambientais. A ocupação das áreas de riscos associada a vulnerabilidade social cria na Região Metropolitana
de São Paulo situações propensas às tragédias, principalmente no verão, onde as chuvas intensas e
concentradas são mais frequentes, assim como os totais pluviométricos atuais estão em elevação. As situações
de riscos aumentam ao longo dos anos em decorrência da impermeabilização do solo, aumento da intensidade
de chuva, o que possibilita a expansão de áreas de alagamentos e movimentos de massa. Quanto a
temperatura, é cada vez mais frequente as ocorrência de ondas de calor em São Paulo, indicando a maior
temperatura máxima anual e da frequência de ocorrência de dias e noites quentes. A formação da Ilha de
Calor Urbana é frequente e os extremos de temperatura entre o centro e a periferia já ultrapassam 140 C,
principalmente no Outono/Inverno. A ilha de calor está associado a concentração de material particulado e
gases poluentes que afetam diretamente a saúde dos habitantes, interferindo também no aumento da
mortalidade. É necessário intervenções concretas no território urbano, coordenadas no âmbito metropolitano
de São Paulo, destacando-se a cooperação e a coordenação entre os agentes modeladores. A adaptação aos
impactos as alterações climáticas pode se beneficiar da execução da erradicação da pobreza, geração de
renda, proteção do meio ambiente, aumento da capacidade adaptativa e criação de recursos materiais e
tecnológicos.