Preto não traz confiança: Moacir Barbosa do Nascimento e a Síndrome de Goleiros negros no Brasil

Autores

  • Alexandre Vinicius Nicolino Maciel Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2318-8855.v9i1p83-101

Palavras-chave:

Barbosa, Goleiros, Seleção Brasileira, Racismo estrutural, Futebol brasileiro

Resumo

O presente artigo busca debater o racismo estrutural exerce poder no futebol brasileiro, sobretudo na posição de goleiros. Como ponto-chave desse artigo, há o debate sobre a figura de Moacir Barbosa do Nascimento, goleiro da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1950 e principal acusado pelo vice-campeonato do escrete nacional. O artigo percorre a trajetória do futebol desde a sua chegada ao país e a partir de apontamentos estatísticos, expõe como os negros foram sumariamente afastados das posições defensivas e como o gol de Ghiggia, foi utilizado como pretexto para afastar goleiros negros na seleção brasileira e no futebol nacional. A partir do debate bibliográfico aponta a existência de um preconceito exacerbado na sociedade para com goleiros negros, que o “frango” de Barbosa tornou-se uma herança nacional e que o mito da democracia racial não pode ser usado no futebol brasileiro.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Alexandre Vinicius Nicolino Maciel, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

    Graduando em Licenciatura Plena em História pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).

Referências

ALMEIDA, Silvio Luiz de. O que é racismo estrutural?. 1. ed. Belo Horizonte: Letramento, 2018.

ALMEIDA, Rodrigo Accioli. Canários e condores: as relações políticas durante a Ditadura Militar (1964-1985) e a configuração territorial do futebol no Brasil. 2017. 93f. Monografia (Bacharelado em Geografia) - Departamento de Geografia, Faculdade de Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017.

ARAGÃO, Jorge. Identidade. Chorando Estrelas. Rio de Janeiro: Som Livre, 1992. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=TykWraXydpY&feature=share >. Acesso em 14 maio 2020.

ASSAF, Roberto; RODRIGUES, Jefferson. Todas as Copas: 1930 – 2006. 3 ed. Rio de Janeiro: Areté Editorial, 2010.

BLOG OS FERAS. Chico Anysio no futebol: comentarista, caricatura Coalhada e polêmica do goleiro negro. UOL Esporte. 23 março 2012. Disponível em: https://uolesportevetv.blogosfera.uol.com.br/2012/03/23/chico-anysio-no-futebol-comentarista-caricatura-coalhada-e-polemica-do-goleiro-negro/?mobile >. Acesso em: 07 março 2020.

CORNELSEN, Elcio Loureiro. A memória do trauma de 1950 no testemunho do goleiro Barbosa. Esporte e Sociedade, v. 21, p. 1-15, 2013.

COSTA, Maurício da Silva Drumond. Estado Novo e esporte: uma análise comparada dos usos políticos do esporte nos regimes de Getúlio Vargas e Oliveira Salazar (1930-1945). 2013. 222f. Tese (Doutorado em História Comparada) – Universidade Federal do Rio de Ja-neiro, Instituto de Filosofia e Ciências Sociais. Rio de Janeiro, 2013.

CUNHA, Loris Baena. O Brasil nas Copas do Mundo. Rio de Janeiro: Maanaim Editora, 2002.

GUILHERME, Paulo. Goleiros Negros [mensagem pessoal]. Mensagem recebida por alexandrevinicius1996@gmail.com em 22 out. 2019.

IBGE. Pretos ou pardos estão mais escolarizados, mas desigualdade em relação aos brancos permanece. Agência IBGE. 13/11/2019. Disponível em: < https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/25989-pretos-ou-pardos-estao-mais-escolarizados-mas-desigualdade-em-relacao-aos-brancos-permanece >. Acesso em 13 maio 2020.

IBGE. Brasil: 500 anos de povoamento. Rio de Janeiro: IBGE, 2007.

MAGALHÃES, Lívia Gonçalves. . Histórias do futebol. São Paulo: Arquivo Público do Estado, 2010.

MALAIA SANTOS, João Manuel Casquinha. Revolução Vascaína (1915 - 1934): a profissionalização do futebol e a inserção socioeconômica de negros e portugueses no Rio de Janeiro do início do século XX. 2010. 489f. Tese (Doutorado em História Econômica) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010.

MANERA, Débora Macedo da Silveira; et al. Relatório anual da discriminação racial no futebol 2016. Porto Alegre : UFRGS, 2017.

MANERA, Débora Macedo da Silveira; et al. Relatório anual da discriminação racial no fute-bol 2015. Porto Alegre: Observatório da Discriminação Racial do Esporte, Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança/UFRGS, 2016.

MANERA, Débora Macedo da Silveira; CARVALHO, Marcelo Medeiros. Relatório anual da discriminação racial no futebol 2014. Porto Alegre: Observatório da Discriminação Racial do Esporte, Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança/UFRGS, 2015.

MORAES, Hugo da Silva. O Jogo dos Sentidos: O Escrete Vascaíno e a Conquista do Campeonato Carioca de 1923. In: Encontro de História Anpuh-Rio: Identidades, 2008, Seropédica. Anpuh-Rio: Identidades, 2008.

MUYLAERT, Roberto. Barbosa: um gol que silencia o Brasil. 2ed. São Paulo: Bússola, 2013.

NOGUEIRA, Claudio; TAVES, Rodrigo. Os dez mais do Vasco da Gama. Rio de Janeiro: Maquinária, 2011.

NOGUEIRA, Claudio (org.). O time do meu coração – Club de Regatas Vasco da Gama. Belo Horizonte: Editora Leitura, 2009.

OBSERVATÓRIO DA DISCRIMINAÇÃO RACIAL NO FUTEBOL. Relatório anual da discriminação racial no futebol 2018. Porto Alegre : Museu da UFRGS, 2019.

OBSERVATÓRIO DA DISCRIMINAÇÃO RACIAL NO FUTEBOL. Relatório anual da discriminação racial no futebol 2017. Porto Alegre : Museu da UFRGS, 2018.

OBSERVATÓRIO. E os psicólogos não queriam os negros…. Observatório da Discriminação Racial no Futebol. Porto Alegre, 20 outubro 2015. Disponível em: < https://observatorioracialfutebol.com.br/e-os-psicologos-nao-queriam-os-negros/ >. Acesso em 18 fevereiro 2020.

O GLOBO, Goleiro do Vasco, Alexander é chamado de macaco na Bolívia; clube lamenta episódio de racismo. O Globo. Rio de Janeiro, 20 fevereiro 2020. Disponível em: < https://oglobo.globo.com/esportes/goleiro-do-vasco-alexander-chamado-de-macaco-na-bolivia-clube-lamenta-episodio-de-racismo-24259831 >. Acesso em 14 maio 2020.

POLLAK, Michael. Memória e Identidade social. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 5, n. 10, p. 200-212, 1992.

RIBAS, Lycio Vellozo. O mundo das Copas. 1 ed. São Paulo: Academia do Livro, 2014.

RIBEIRO, André. O Diamante negro: biografia de Leônidas da Silva. 2 ed. Rio de Janeiro: Gryphus, 1999.

RODRIGUES, Rodolfo. O Livro das datas do futebol. 1 ed. São Paulo: Panda Books, 2004.

SANTOS JUNIOR, Nei Jorge dos. Quando a fábrica cria o clube: o processo de organização do Bangu Athletic Club (1910). Recorde: Revista de História do Esporte, Rio de Janeiro, v. 6,n.1, jan.-jun. 2013.

SARMENTO, Carlos Eduardo. A regra do jogo: uma história institucional da CBF. Rio de Ja-neiro: CPDOC, 2006.

SOTER, Ivan. Enciclopédia da Seleção: 100 anos de seleção brasileira de futebol. Rio de Ja-neiro: Folha Seca, 2015.

STEIN, Leandro. Os 80 anos de Manga, o gigante de três esquadrões, o responsável pelo “Dia do goleiro’. Trivela. Disponível em: < https://trivela.com.br/os-80-anos-de-manga-o-gigante-de-tres-esquadroes-o-responsavel-pelo-dia-do-goleiro/ >. Acesso em: 07 março 2020.

Downloads

Publicado

2020-08-10

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Preto não traz confiança: Moacir Barbosa do Nascimento e a Síndrome de Goleiros negros no Brasil. (2020). Epígrafe, 9(1), 83-101. https://doi.org/10.11606/issn.2318-8855.v9i1p83-101