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DOI: 10.1055/s-0044-1780978
METÁSTASE OVARIANA METACRÔNICA DE ADENOCARCINOMA COLORRETAL: SÉRIE DE CASOS
matheus.aguiar@hc.fm.usp.br
Apresentação dos Casos Relatamos três casos de ooforectomia em pacientes com metástase ovariana metacrônica de adenocarcinoma colorretal. O tratamento cirúrgico foi indicado devido a sintomas incapacitantes: dor e aumento de volume abdominal. Em todos os casos, houve confirmação da origem metastática por estudo anatomopatológico (AP) e imuno-histoquímica. Caso 1: paciente do sexo feminino, de 48 anos, com adenocarcinoma de cólon esquerdo em estádio clínico (EII) pT3N0M0, submetida a colectomia esquerda, seguida de adjuvância. Ela evoluiu com metástase ovariana bilateral um ano após a ressecção do primário, e foi submetida a salpingooforectomia bilateral, com anexo esquerdo com 25x20 cm e 4,3 kg. O AP demonstrou adenocarcinoma metastático em ambos os ovários. Caso 2: paciente do sexo feminino, de 65 anos, com adenocarcinoma de ceco EIV pT4aN2aM1, submetida a colectomia direita, seguida de adjuvância. Ela evoluiu com progressão de doença pélvica e metástase ovariana à esquerda dois anos após o tratamento do primário, e foi submetida a salpingooforectomia bilateral, com ovário esquerdo com 22x20 cm e 4,4 kg, com metástase no AP. Caso 3: paciente do sexo feminino, de 65 anos, com adenocarcinoma de cólon direito EIII pT3N2bM0, submetida a colectomia direita e adjuvância. Houve progressão da doença após cinco anos para o fígado, os ovários, o pulmão e os linfonodos; indicou-se adjuvância, e a paciente foi submetida a salpingooforectomia bilateral, com ovário direito com 18x15 cm e 1,3 kg, e ovário esquerdo com 9x7 cm e 210 g, ambos metastáticos.
Discussão Metástase ovariana de adenocarcinoma colorretal é relativamente incomum; ocorre em cerca de 2% a 13% dos pacientes. Não obstante, quando presente, evidencia doença avançada e pior prognóstico, com sobrevida média entre 19 e 29 meses, principalmente se associada a disseminação peritoneal. Recentemente, estudos têm apresentado melhora da sobrevida após ressecção R0 das metástases ovarianas. Diferentemente da neoplasia colorretal primária e dos demais sítios extraovarianos, tais metástases apresentam baixa resposta ao tratamento quimioterápico, sendo reconhecidas como santuário de células metastáticas. O padrão imuno-histoquímico CK20+, CDX2+ e CK7- auxilia na diferenciação entre tumor primário do ovário e metástase, favorecendo a origem secundária.
Comentários Finais Ainda permanece em debate o papel e o momento da ooforectomia e a seleção das pacientes que se beneficiam do tratamento. No presente relato, houve bom controle dos sintomas relacionados à metástase, sem complicações perioperatórias, e, no curto período de seguimento, sem recidiva da doença metastática.
Publication History
Article published online:
27 February 2024
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