CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672466
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Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Análise morfométrica da junção craniovertebral relacionada com a abordagem transcondilar

Guilherme Henrique Weiler Ceccato
1   Universidade Federal do Paraná
,
Douglas de Lima Negrão
1   Universidade Federal do Paraná
,
Heloíze Callegari Menegazzo
1   Universidade Federal do Paraná
,
Márcio Saquy Rassi
2   Hospital Universitário Evangélico de Curitiba
,
Luis Alencar Biurrum Borba
2   Hospital Universitário Evangélico de Curitiba
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Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: o manejo de lesões ventrais do forame magno é desafiador e a abordagem transcondilar tem sido sugerida como uma alternativa capaz de aumentar a exposição cirúrgica.

Objetivo: realizar análise morfométrica dos côndilos occipitais (OC) e forame magno (FM) através de tomografia computadorizada (TC).

Métodos: 100 TCs de pacientes sem doenças da junção craniovertebral foram avaliadas. Vinte e cinco parâmetros foram analisados e foi realizada simulação da ressecção do 1/3, 1/2 e 2/3 posteriores do comprimento anteroposterior (AP) dos OCs. Foram mensurados em cada situação os ângulos de exposição (entre opístio-básio-ressecção) e larguras do corredor cirúrgico (entre opístio-ressecção), e calculadas as respectivas profundidades. A partir de regressão linear múltipla, foram identificados fatores independentes capazes de influenciar a exposição cirúrgica. Valores estatisticamente significativos foram considerados quando p < 0,05.

Resultados: a área de superfície e os diâmetros longitudinal e transverso do FM foram 835,08 ± 106,14 mm2, 36,18 ± 2,50 mm e 30,78 ± 2,42 mm, respectivamente, e a razão entre esses diâmetros (índice do FM) foi de 1,18 ± 0,09. A largura e altura do OC foram 10,60 ± 1,38 mm e 9,33 ± 1,38 mm, respectivamente. Os comprimentos axial e AP do OC foram 23,84 ± 2,35 mm e 20,54 ± 2,14 mm, respectivamente, e a razão entre comprimento AP do OC pelo diâmetro longitudinal do FM (proporção OC/FM) foi de 0,57 ± 0,06. A ressecção teórica do 1/3, 1/2 e 2/3 posteriores dos OCs aumentou 5,03 mm (20,70%), 6,96 mm (28,65%) e 9,09 mm (37,42%) do corredor cirúrgico e 10,82° (26,13%) 16,48° (39,80%) e 23,34° (56,37%) o ângulo de exposição, respectivamente. A profundidade cirúrgica diminuiu 5,74 mm (25,51%), 9,69 mm (43,06%) e 13,93 mm (61,91%) com a ressecção do 1/3 posterior, 1/2 e 2/3 dos OCs, respectivamente. Identificamos que há uma relação inversa entre o índice do FM, proporção OC/FM e largura do OC em relação ao ângulo de exposição e entre a largura do corredor cirúrgico e proporção OC/FM. Identificamos uma relação direta entre diâmetro longitudinal e área do FM com o corredor cirúrgico.

Conclusão: a abordagem transcondilar garante aumento do corredor cirúrgico e do ângulo de exposição e diminui a profundidade até o forame magno ventral. Características morfológicas do FM e OCs influenciam a abordagem cirúrgica, especialmente área, diâmetro longitudinal e índice do FM; e largura do OC e proporção OC/FM.