Arq. Bras. Cardiol. 2022; 119(1): 46-47

A Pandemia de COVID-19 e a Doença Cardiovascular no Brasil: Aprendendo com os Dados

Fernando Cesena ORCID logo

DOI: 10.36660/abc.20220371

Este Minieditorial é referido pelo Artigo de Pesquisa "Excesso de Mortalidade Hospitalar por Doenças Cardiovasculares no Brasil Durante o Primeiro Ano da Pandemia de COVID-19".

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima quase 15 milhões de mortes em excesso associadas à COVID-19 no mundo em 2020 e 2021, definidas como a diferença entre o número total de mortes (por todas as causas) e o número de mortes esperadas se não houvesse pandemia.

No Brasil, a OMS estima 99 e 220 mortes em excesso associadas à pandemia de COVID-19 por 100.000 habitantes em 2020 e 2021, respectivamente. Isso se traduziria em cerca de 680.000 mortes a mais nos dois primeiros anos da pandemia, ou seja, dezenas de milhares a mais do que as mortes por COVID-19 oficialmente relatadas no período. Muitas dessas mortes em excesso estão relacionadas à subnotificação devido à falta de testes ou a diagnósticos incorretos (mortes verdadeiras por COVID-19 atribuídas a outras condições). Outros eventos fatais foram por outras causas e de alguma forma indiretamente associados à pandemia, como as mortes por doenças não tratadas adequadamente devido ao sistema de saúde sobrecarregado. Considerando que as doenças cardiovasculares (DCV) são a principal causa de morte no Brasil, é crucial desvendar o impacto da COVID-19 nas estatísticas de DCV.

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A Pandemia de COVID-19 e a Doença Cardiovascular no Brasil: Aprendendo com os Dados

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