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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

SPEMD - XXXIX Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) - O Congresso do Centenário Porto, 18 e 19 de outubro de 2019 | 2019 | 60 (S1) | Page(s) 25


Casos Clínicos

#060 Hiperplasia Fibroepitelial: tratamento não?cirúrgico – a propósito de um caso clínico





Volume - 60
Supplement - S1
Casos Clínicos
Pages - 25
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Received on 18/12/2019
Accepted on 18/12/2019
Available Online on 18/12/2019


Introdução: Na prática clínica é comum observar lesões orais resultantes do uso de próteses removíveis desajustadas. A Hiperplasia Fibroepitelial (HFE) corresponde a uma reação proliferativa do epitélio e conjuntivo a um trauma crónico de baixa intensidade. Clinicamente a lesão apresenta forma pregueada e a prótese ´encaixa´ no intervalo das pregas, surgindo sobretudo no sulco vestibular. Descrição do caso clínico: DFC, paciente do sexo feminino, 40 anos de idade, saudável, não fumadora, compareceu à consulta de Prótese Removível com queixas de mal?estar, dor e prótese desajustada. Clinicamente verificou?se a presença de uma lesão pregueada com aspeto fibroso no fundo do vestíbulo da pré?maxila, que se insinuava no bordo de uma prótese removível superior desadaptada e sem oclusão posterior. O diagnóstico clínico foi de HFE associada à prótese. Uma vez que a exérese da lesão foi declinada pela paciente, optou? se pela eliminação do fator traumático: alívio do flanco vestibular da prótese e rebasamentos sucessivos com condicionador de tecidos. Após diversas consultas de controlo, observou?se remissão total da lesão, não sendo necessário tratamento cirúrgico, o que inviabilizou a confirmação histológica do diagnóstico. Após cicatrização da mucosa, foi confecionada nova prótese. Discussão e conclusões: A HFE surge, tipicamente, junto aos bordos traumáticos de próteses removíveis a nível anterior. É mais frequente no sexo feminino, dos 40 aos 60 anos, e a sua etiologia está relacionada à irritação crónica da mucosa do fundo do vestíbulo pelas margens de próteses mal?adaptadas e a forças oblíquas resultantes de desajustes oclusais. Quando as lesões são detetadas em fases precoces e apresentam pequenas dimensões podem regredir após reajuste da prótese. Lesões maiores, porém, necessitam de ressecção cirúrgica, acompanhada de perda tecidular e exame histopatológico. Caso o trauma persista, podem evoluir para uma forma tumoral (raro). Neste caso clínico, e apesar de se tratar de uma lesão de proporções consideráveis, o tratamento não cirúrgico resultou na remissão total da lesão. Mesmo que a regressão não tivesse sido completa, a intervenção cirúrgica subsequente seria menos invasiva. A manutenção da saúde da fibromucosa de suporte exigiu a confeção de uma nova prótese, com mais retenção e estabilidade. O sucesso a longo prazo de reabilitações deste tipo depende, entre outros fatores, de controlos protéticos regulares, corrigindo desajustes e consequentes lesões.


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