Acessibilidade / Reportar erro

Registro de Leptocybe invasa no estado de Goiás

Record of the Leptocybe invasa in the state Goiás, Brazil

Resumos

Registra-se a primeira ocorrência de Leptocybe invasa Fisher & La Salle (Hymenoptera: Eulophidae) no estado de Goiás em Eucalyptus grandis Hill ex Maiden. A detecção ocorreu no município de Goiânia.

vespa-de-galha; praga florestal; Eucalyptus spp.


The first occurrence record of Leptocybe invasa Fisher & La Salle (Hymenoptera: Eulophidae) in Goias state in Eucalyptus grandis Hill ex Maiden. The detection occurred in the county of Goiânia, Brazil.

gall wasp; forestry pest; Eucalyptus spp.


A vespa-de-galha Leptocybe invasa Fisher &amp; La Salle (Hymenoptera: Eulophidae), nativa da Austrália, foi detectada na bacia do Mediterrâneo e no Oriente Médio em 2000 (MENDEL et al., 2004MENDEL, Z. et al. Taxonomy and biology of Leptocybe invasa gen. &amp; sp. n. (Hymenoptera: Eulophidae), an invasive gall inducer on Eucalyptus. Australian Journal of Entomology, v.43, n.2, p.101-113, 2004. Disponível em: <http://wiki.trin.org.au/pub/Wasps/LeptocybeInvasa/2004_Mendel_et_al_Leptocybe_invasa.pdf>. Acesso em: 15 jan. 2013. doi: 10.1111/j.1440-6055.2003.00393.x.
http://wiki.trin.org.au/pub/Wasps/Leptoc...
). Nos últimos anos, estabeleceu-se rapidamente por todos os continentes e atualmente é encontrada na África do Sul, Argélia, Camboja, Espanha, França, Grécia, Índia, Irã, Iraque, Israel, Itália, Jordânia, Líbano, Marrocos, Portugal, Quênia, Síria, Tailândia, Tanzânia, Turquia, Uganda, Vietnã (FAO, 2007FAO. Forest pest species profile, out. 2007. Acesso em: 16 abr. 2013. Online. Disponível em: <http://www.fao.org/forestry/13569-06eef2560cd867a93f38fb51f236ff27f.pdf>.
http://www.fao.org/forestry/13569-06eef2...
), Brasil (COSTA et al., 2008COSTA, V.A. et al. Eucalyptus gall wasp, Leptocybe invasa Fisher &amp; La Salle (Hymenoptera: Eulophidae) in Brazil: New forest pest reaches the New World. Revista de Agricultura, v.83, n.2, p.136-139, 2008.), Estados Unidos (WILEY &amp; SKELLEY, 2008WILEY, J.; SKELLEY, P. Pest Alert. A eucalyptus pest, Leptocybe invasa Fisher &amp; LaSalle (Hymenoptera: Eulophidae), genus and species new to Florida and Nort America, 01 dez. 2008. Acesso em: 23 abr. 2013. Online. Disponível em: <http://www.freshfromflorida.com/pi/pest-alerts/leptocybe-invasa.html>.
http://www.freshfromflorida.com/pi/pest-...
), Tunísia (DHAHRI &amp; BEM JAMAA, 2010DHAHRI, S.; BEN JAMAA, M.L. First record Leptocybe invasa and Ophelimus maskelli Eucalyptus gall wasps in Tunisia. Tunisian Journal of Plant Protection, v.5, n.2, p.229-234, 2010. Disponível em: <http://www.iresa.tn/tjpp/tjpp10/8BenJamaa2x.pdf>. Acesso em: 18 abr. 2013.
http://www.iresa.tn/tjpp/tjpp10/8BenJama...
), Sri Lanka (KARUNARATNE et al., 2010KARUNARATNE, W.A.I.P. et al. Rapid survey of damage due to gall wasp infestation in a coppiced Eucalyptus camaldulensis plantation in Maragamuwa, Naula in the Matale district of Sri Lanka. Ceylon Journal of Science (Biological Sciences), v.39, n.2, p.157-161, 2010. Disponível em: <http://www.pdn.ac.lk/cjsbs/text/Pp.%20156-163%20%28wasp%29.pdf>. Acesso em: 18 abr. 2013. doi: 10.4038/cjsbs.v39i2.3002.
http://www.pdn.ac.lk/cjsbs/text/Pp.%2015...
), China (JI et al., 2011JI, L. et al. Forest insect pest management and forest management in China: an overview. Environmental Management, v.48, n.6, p.1107-1121, 2011. Disponível em: <http://link.springer.com/content/pdf/10.1007%2Fs00267-011-9697-1>. Acesso em: 15 jan. 2013. doi: 10.1007/s00267-011-9697-1.
http://link.springer.com/content/pdf/10....
), Argentina (AQUINO et al., 2011AQUINO, D.A. et al. "A vispa de la agalla del eucalipto", Leptocybe invasa Fisher &amp; La Salle (Hymenoptera: Eulophidae: Tetrastichinae), en Argentina. Revista de Investigaciones Agropecuarias, v.37, n.2, p.159-160, 2011. Disponível em: <http://ria.inta.gov.ar/wp-content/uploads/201 1/06/RIA37-2_pag159a164-Aquino.pdf>. Acesso em: 14 abr. 2013.
http://ria.inta.gov.ar/wp-content/upload...
), Etiópia (GILIOMEE, 2011GILIOMEE, J.H. Recent establishment of many aliens insects in South Africa - a cause for concern. African Entomology, v.19, n.1, p.151-155, 2011. Disponível em: <http://www.sawma.co.za/images/GILIOMEE.pdf>. Acesso em: 18 abr. 2013. doi: 10.4001/003.019.0105.
http://www.sawma.co.za/images/GILIOMEE.p...
) e Moçambique (EPPO, 2012EPPO. New data on quarantine pests and pests of the EPPO Alert List. EPPO Reporting Service, v.195, n.3, p.13, 2012. Online. Disponível em: <http://archives.eppo.int/EPPOReporting/2012/Rse-1203.pdf>. Acesso em: 23 abr. 2013.
http://archives.eppo.int/EPPOReporting/2...
).

As fêmeas de L. invasa apresentam de 1,1 a 1,4mm de comprimento, coloração castanha e brilho metálico azulado. São caracterizadas por possuir cabeça frágil, áreas profundas e sensíveis circundantes às suturas ocelares, antenas com escapo ligeiramente expandido ventralmente, depressão espiracular fechada na margem anterior do propódeo, pronoto curto, prescuto sem linha mediana, sulco malar curvado e dorselo grande (MENDEL et al., 2004MENDEL, Z. et al. Taxonomy and biology of Leptocybe invasa gen. &amp; sp. n. (Hymenoptera: Eulophidae), an invasive gall inducer on Eucalyptus. Australian Journal of Entomology, v.43, n.2, p.101-113, 2004. Disponível em: <http://wiki.trin.org.au/pub/Wasps/LeptocybeInvasa/2004_Mendel_et_al_Leptocybe_invasa.pdf>. Acesso em: 15 jan. 2013. doi: 10.1111/j.1440-6055.2003.00393.x.
http://wiki.trin.org.au/pub/Wasps/Leptoc...
). Os machos são similares às fêmeas, sendo raramente encontrados (KARUNARATNE et al., 2010KARUNARATNE, W.A.I.P. et al. Rapid survey of damage due to gall wasp infestation in a coppiced Eucalyptus camaldulensis plantation in Maragamuwa, Naula in the Matale district of Sri Lanka. Ceylon Journal of Science (Biological Sciences), v.39, n.2, p.157-161, 2010. Disponível em: <http://www.pdn.ac.lk/cjsbs/text/Pp.%20156-163%20%28wasp%29.pdf>. Acesso em: 18 abr. 2013. doi: 10.4038/cjsbs.v39i2.3002.
http://www.pdn.ac.lk/cjsbs/text/Pp.%2015...
). O período de desenvolvimento da oviposição até a emergência é de 132,6 dias, e a longevidade dos adultos de 6,5 dias (MENDEL et al., 2004MENDEL, Z. et al. Taxonomy and biology of Leptocybe invasa gen. &amp; sp. n. (Hymenoptera: Eulophidae), an invasive gall inducer on Eucalyptus. Australian Journal of Entomology, v.43, n.2, p.101-113, 2004. Disponível em: <http://wiki.trin.org.au/pub/Wasps/LeptocybeInvasa/2004_Mendel_et_al_Leptocybe_invasa.pdf>. Acesso em: 15 jan. 2013. doi: 10.1111/j.1440-6055.2003.00393.x.
http://wiki.trin.org.au/pub/Wasps/Leptoc...
).

Os danos ocasionados pela vespa-de-galha são decorrentes da oviposição da fêmea em nervuras, pecíolos e caules jovens. A formação das galhas ocorre após a eclosão e desenvolvimento das larvas. Posteriormente, observa-se a deformação de ramos, senescência precoce de folhas e, em casos extremos, a morte de plantas (MENDEL et al., 2004MENDEL, Z. et al. Taxonomy and biology of Leptocybe invasa gen. &amp; sp. n. (Hymenoptera: Eulophidae), an invasive gall inducer on Eucalyptus. Australian Journal of Entomology, v.43, n.2, p.101-113, 2004. Disponível em: <http://wiki.trin.org.au/pub/Wasps/LeptocybeInvasa/2004_Mendel_et_al_Leptocybe_invasa.pdf>. Acesso em: 15 jan. 2013. doi: 10.1111/j.1440-6055.2003.00393.x.
http://wiki.trin.org.au/pub/Wasps/Leptoc...
). Mudas em viveiros e plantios novos (1 a 3 anos) são frequentemente atacados. As mudas tornam-se inapropriadas ao plantio e plantas jovens apresentam retardo no crescimento, prejudicando a produtividade (MENDEL et al., 2004MENDEL, Z. et al. Taxonomy and biology of Leptocybe invasa gen. &amp; sp. n. (Hymenoptera: Eulophidae), an invasive gall inducer on Eucalyptus. Australian Journal of Entomology, v.43, n.2, p.101-113, 2004. Disponível em: <http://wiki.trin.org.au/pub/Wasps/LeptocybeInvasa/2004_Mendel_et_al_Leptocybe_invasa.pdf>. Acesso em: 15 jan. 2013. doi: 10.1111/j.1440-6055.2003.00393.x.
http://wiki.trin.org.au/pub/Wasps/Leptoc...
; THU et al., 2009THU, P.Q. et al. Susceptibility of 18 eucalypt species to the gall wasp Leptocybe invasa in the nursery and young plantations in Vietnam. Science Asia, v.35, n.2, p.113-117, 2009. Disponível em: <http://researchrepository.murdoch.edu.au/2963/1/susceptability_of_eucalypt_species.pdf>. Acesso em: 18 abr. 2013. doi: 10.2306/scienceasial513-1874.2009.35.113.
http://researchrepository.murdoch.edu.au...
, FANG-LI et al., 2012FANG-LI, Z. et al. The abundance and population dynamics of Leptocybe invasa (Hymenoptera: Eulophidae) galls on Eucalyptus spp. in China. Journal of Integrative Agriculture, v.11, n.12, p.2116-2123, 2012. Disponível em: <http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2095311912604705>. Acesso em: 23 abr. 2013. doi: 10.1016/S2095-3119(12)60470-5.
http://www.sciencedirect.com/science/art...
).

Este estudo relata a ocorrência de L . invasa no estado de Goiás. As observações foram realizadas em junho de 2011 em duas árvores isoladas de Eucalyptus grandis Hill ex Maiden da arborização da Escola de Agronomia - UFG, Goiânia (16° 35'49'' S; 49° 16'45'' O; 808m altitude). Nestas árvores, que possuem aproximadamente 30 anos, foi visualizada, em brotações jovens, a presença de galhas em nervuras, pecíolos e ramos com orifícios de emergência dos adultos (Figura 1). Algumas folhas apresentavam encarquilhamento e necrose.

Figura 1
: Leptocybe invasa: A e B - galhas em brotações de E. grandis; C - orifícios de emergência e D - fêmea adulta.

-1L. invasa-1)CorymbiapolycarpaE. botryoidesE. bridgesianaE. camaldulensisE. coolabahE. dunniiE. exsertaE. globulusE. gunii, E. grandisE. microcorysE. moluccanaE. pellitaE. propinquaE. robustaE. salignaE. smithiiE. tereticornisE. viminalisE. urophyllaE. urograndisE. camaldulensisE. urophyllaE. camaldulensisE. nitensE. grandisE. grandisE. camaldulensisE. grandisE. nitensE. urophyllaE. grandisE. salignaE. urophylla L. invasa L. invasa Quadrasticus mendeliSeletrichodes kryceriSeletrichodesneseriAprostocetusgala EulophidaeMegastigmus TorymidaeL. invasaL. invasa

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Out 2014

Histórico

  • Recebido
    10 Fev 2013
  • Aceito
    26 Fev 2014
Universidade Federal de Santa Maria Universidade Federal de Santa Maria, Centro de Ciências Rurais , 97105-900 Santa Maria RS Brazil , Tel.: +55 55 3220-8698 , Fax: +55 55 3220-8695 - Santa Maria - RS - Brazil
E-mail: cienciarural@mail.ufsm.br